Começo a maioria dos meus textos com um verbo na primeira pessoa do singular porque sou egoísta.
E como qualquer egoísta apaixonado, te quero apenas para mim.
Como diz uma poesia velha e idolatrada de Camões; me tornei você.
De tanto de querer e não te ter.
Te tanto te desejar, me tornei a pessoa amada.
Me tornei você.
Seus gostos são os meus
Seu filme preferido é o meu também
Sua pulseira preta, tenho uma igual
Seu jeito de amar Caetano Veloso, eu entendo, também imagino nós dois no silêncio da noite
Seus pratos favoritos, são os únicos que sei cozinhar
Seus poemas preferidos, decorei todos.
Mas ser você dói.
Tudo que eu faço, ouço, leio ou como, me lembra você
Lembra-me você e o fato de que nunca o terei
Nunca serei a garota que você idolatra
Nunca serei sua
Embora eu seja você,
não é o suficiente. Nunca será.
Tenho você gravado como uma tatuagem em minhas memórias
Como uma cicatriz em meus pensamentos
E como uma doença em meu corpo
Mas nunca será o suficiente.
Posso ser você, mas nunca o terei
E eu quero que meus lábios sejam os únicos que toquem os seus
Que minha cintura seja a única que você coloque suas mãos
Quero o seu corpo
Por inteiro e apenas para mim.
Por favor, não me culpe
Sou uma boa pessoa
Essa é apenas a essência de um egoísta.
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Sobre "nós"
RomanceTextos escritos após um coração partido. Sobre mim, sobre ele, mas não sobre nós. Esse aqui é sobre você, o grande amor e problema da minha vida.
