Amante de quatro patas

Capítulo 18- Bolinha de pelos parda

Abrindo silenciosamente a porta, que para o seu desagrado rangeu o mais alto possível, entrou de uma vez no quarto vendo como Naruto se remexia na cama.

— Naruto! — chamou baixinho, chacoalhando o príncipe preguiçoso.

— Hmmm...

— Vamos, acorde Naruto! — disse mais uma vez, finalmente conseguindo que o loiro sentasse cochilando. Depois do seu cio acabou por ficar muito sonolento, dormia quase que a manhã inteira e só saía para acompanha-lo nas refeições. Mas hoje houve um pequeno imprevisto na caminha matinal de Sasuke, e não poderia esperar que ele levantasse de boa vontade.

— O que foi? — perguntou-lhe soltando um longo bocejo, passando os dedos entre os fios loiros desgrenhados.

— Acho que fui adotado.

O loiro fez uma careta e bateu nos ouvidos para ter certeza do que ouvia, Sasuke manteve silêncio e Naruto abriu os olhos azulados.

— É o que? — o moreno riu nervoso e ergueu a perna, revelando aos olhos surpresos uma pequena raposinha de pelagem parda e olhos azuis escuros que estava agarrada no tornozelo dele. Naruto franziu a testa e intercalou seus olhos entre o humano e a raposa.

— Já tentou jogar água?

— Naruto! — o loiro riu brincalhão e sentou na beira da cama enquanto alongava os braços e soltava um gemido arrastado — O que vamos fazer?

— Deixa eu tentar falar com ela. — Sasuke assentiu e ficou a observar, as únicas esperanças foram apostadas no amante, tinha passado um perrengue tentando tirar aquela raposa, agora era a vez do loiro. Naruto se agachou e acariciou as orelhinhas do bichinho que reagiu carente, abanando a cauda e inclinando a cabeça para receber mais.

— Você pode sair daí? Quero conversar com você. — pede e em seguida para com as carícias, ficando sério, a raposinha fica indecisa mas resolve largar o tornozelo do humano. Sasuke abraça suas pernas prevenindo que ele volte a se agarrar em si e olha de longe e com boa distância.

— Consegue se transformar?

Ela nega acuada, de repente o ambiente se torna pesado e podiam notar a influência deprimente da raposa.

— Não fique assim! Eu te ajudo, está bem? — Naruto propõe no intuito de animar o bichinho, e para conseguir conquistar maior confiança, se transforma na sua forma selvagem. Apesar de estar na forma filhote ele era pouca coisa maior que a parda, Sasuke pensava na possibilidade de ser uma criança, pois de acordo com Kakashi, apenas indivíduos com sangue da Realeza conseguiam ter as noves formas de kitsune ( que incluíam a mudança de tamanho em uso das caudas ).

— SASUUKEE! — o moreno dá um pulo da cama e os dois raposos lhe encaram surpresos.

— Oh, merda... — infla as bochechas e solta o ar em seguida, seus olhos se encontram com os de Naruto e já deixa claro o pedido de desculpas em sua expressão amargurada — Eu volto logo! Está tudo bem para você? — desce da beira da cama com cuidado e vê a bolinha de pelos laranja concordar, embora tivesse uma clara decepção por não poder ter sua companhia. Ele dá uma patada na outra bolinha peluda quando a mesma morde a sua cauda, querendo atenção. Sasuke reavalia se seria uma boa ideia deixá-los, Naruto podia ser mais infantil do que a própria criança e não duvidava de nada vindo dele.

Após decidir e depositar um beijinho no topo da cabeça de Naruto, sai procurando pelos corredores do castelo o ser de Deus que estava a lhe chamar. Não demora a ouvir pisadas fortes contra o chão, basta um segundo e quando se dá conta, Kiyomi veio na voadora e leva a si junto para trás das cortinas pesadas.