Capítulo 17- O cio do raposo

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O quarto clareou em conta do raiar de sol escaldante e Sasuke mudou de lado para não ter a luz batendo contra sua cara. Seus braços caíram sobre o colchão e tateou o material fofinho procurando por um certo loiro. A pontas dos dedos acariciaram os pelos lisos e a cauda felpuda, Sasuke murmurava algumas coisas incompreensíveis até dar um pulo da cama ao perceber o que já devia ter se dado conta muito antes.

— Bola de pelos? — disse surpreso, esfregando os olhos para ter certeza de que era o raposo em miniatura. Naruto se espreguiçou e encarou o moreno com olhos miúdos e sonolentos.

— Por que está na forma de raposo? Assim eu não consigo falar com você! — estirou um braço para acariciar as orelhas do bichano, apreciou o ato mas Sasuke não deixou de notar a alta temperatura dele.

— Vamos, volte à sua forma humana. — cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha, tentando atuar ameaçador. O raposo balançou a cabeça negativamente e o moreno rangeu os dentes, arrepiando os pelinhos laranjas.

— Que seja então! — desceu exasperado da cama, pretendia ter um dia harmonioso ao lado do amante só que ele sempre complicava os mais simples planos. Tirou seu pijama substituindo-o por uma yukata feminina, um presente dado por Kushina. Sentia o olhar nostálgico do raposo sobre si, pelo canto dos olhos pode ver a bolinha laranja lhe observar atentamente e vez ou outra o sol refletir na aliança que agora estava em volta da sua patinha direita.

— Você vai ficar assim o dia inteiro? — perguntou tristonho, e quem dera pudesse ter uma resposta. Bufou sem escolhas e saiu com a companhia de Naruto, que agora parecia mais um animal de estimação.

Chegando no salão de refeições se aliviou em saber que não estava atrasado, os únicos que estavam ali era Deidara e inesperadamente, Sasori também. Puxou uma cadeira para sentar e analisando bem a situação poderia formular a hipótese de Sasori ser namorado do caçula, só assim para que pudesse se juntar com a família em algo tão íntimo.

— Bom dia, Sasuke. — Sasori cumprimentou educado, recebendo um sorriso em troca.

— A onde está o Naruto? — o loiro perguntou sem delongas, aproveitando que seus pais ainda não tinham chego para furtar alguns dos petiscos da mesa. Ele tinha suas táticas: qualquer coisa o cozinheiro havia esquecido.

— Aqui. — apontou para o raposo que tentava à todo custo subir na cadeira ao seu lado, porém era muito alta para si e ficava pendurado com as garrinhas fincadas na estofado vermelho.

— Eita... — os dois disseram ao mesmo tempo, roubando a atenção do moreno.

— Vocês sabem de alguma coisa, né? — franziu a testa. Ambos se entreolharam indecisos de suas respostas e acabaram ficando em silêncio por uma larga pausa que parecia se estender à horas na cabeça de Sasuke.

— Digamos que ele esteja... Doente. — Deidara respondeu evasivo, causando mais desconfiança no humano.

— Doente? Ele estava bem até ontem de noite.

Revezou suas orbes ônix entre os dois. O loiro abaixou as orelhas de coiote e encolheu os ombros.

— De qualquer forma, Naruto ficará nessa forma até sarar. — pousou os olhos no raposo que por fim conseguiu subir na cadeira depois de muito esforço e olhava para Sasuke com um ar orgulhoso enquanto abanava a cauda.

— Vai demorar? — perguntou manhoso, fazendo uma careta — Tem algo que eu possa fazer para que ele sare logo?

O casal cúmplice mais uma vez se entreolhou. Deidara abriu um sorriso malicioso que Sasuke não entendeu o motivo, o ruivo nada de bom pressentia vindo da cara encapetada.

Amante de quatro patasOnde histórias criam vida. Descubra agora