amores, vícios e obsessões

five

Não conversamos desde que a vi a última vez em sua casa. Mesmo que eu não quisesse, sentia sua falta em meus dias.

O sexo dela não tinha outro igual, mas por mais que eu negasse, era além disso. Sexo foi o principal motivo só no início, e devia ter acabado ali.

Não havia um dia que eu não me drogasse e isso preocupava os meus pais. A maconha já não fazia tanto efeito mas eu fumava o quanto conseguia pra ver se assim, sentia qualquer sinal de relaxamento em meu corpo.

Ela chegou em minha casa sem me avisar. Sabe que eu adoro surpresas.

Tirei Aline rapidamente de meu colo assim que a vi e fui correndo em sua direção enquanto a mesma saía de minha casa o mais rápido que conseguia.

Chegou em minha casa e viu outra lá.
Sei que ela odeia surpresas.

“Júlia, espera.”

“Não Leonardo, eu sou uma idiota. Eu te quero mas ao mesmo tempo, eu espero que você morra.”

“Eu também espero.”

“Como eu achei que isso iria dar certo? Eu corro em círculos tentando fugir de você.”

“Porque você sabe que mesmo que o que temos seja estranho, é um vício para nós dois.”

Ela ficou parada me olhando por segundos, e eu sentia a dor que seus olhos transmitiam.

“Eu vou me esquecer de você.”

“A vontade.”

“Sério? Você só vai dizer isso?” ela me olhou decepcionada enquanto ria balançando a cabeça.

“Eu vou sentir sua falta. Volte quando sentir saudades.”

“Sinceramente? Eu quero te ver sofrer e bem distante de mim.”

“Pode ir, eu sei que você vai voltar igual bumerangue.”

“Eu não sei como me apaixonei por você. Sempre fui qualquer coisa, qualquer uma e eu não sou isso, nunca fui. Nem pra você e nem pra ninguém. Dessa vez, eu não vou voltar.” ela entrou no carro indo embora e eu suspirei enquanto coçava a minha cabeça.

“O problema é que você nunca foi qualquer uma, Júlia.” disse sozinho enquanto a via já distante.

E mesmo estando no erro, as palavras que ela disse me atingiram feito flecha. Havia doído, mesmo que eu tivesse fingido que não.