6 de maio, 2018...
Já faz mais de um mês que estamos a procura de uma única garota: Madrielly Raiston, mais conhecida como Elly. E até hoje, não houve qualquer pista da garota. Tudo o que sabemos é que ela dirigia de volta para casa no dia 5 de abril e desde então, nunca mais apareceu. Os pais estão loucos para saberem do paradeiro de Elly, assim como eu. Ela não pode ter simplesmente ido embora sem dizer nada... Os pais acham e quase juram de pés juntos que ela foi sequestrada pelo ex-namorado, mas não dá para acreditar nessa hipótese. Primeiro que todos os imóveis dele e de amigos ou parentes foram revistados, segundo que ele quem terminou com Elly, e se ele terminou com ela, qual seria o motivo de ele sequestra-la? E terceiro que ele já estava em outro relacionamento, e pelo visto um bom relacionamento.
— E aí, Jenna! — Bredy entrou na sala com seu sorriso irritante que quase rasgava o rosto.
— O que você quer? Não vê que está me atrapalhando?
— Então, já conseguiu alguma pista sobre o caso de Madrielly...? — ele diz Madrielly como se ela fosse algum fantasma ou algo do tipo.
— Cara, você realmente é muito irritante. — respondo revirando os olhos e virando de costas.
Volto a reorganizar meus pensamentos.
Rafael, o ex-namorado de Elly, não teria tais motivos para sequestrar a mesma. Reconheço muito bem um psicopata e sei quando estão mentindo e escondendo algo. Mas Rafael não era desse tipo, ele se mostrou até preocupado quando soube do que acontecera com Elly e se pôs de pronto a ajudar...
— Tem certeza que não foi o namorado? — Bredy pergunta de repente.
— Ele não teria motivos para tal — respondo cruzando os braços. — e aliás, é Ex-namorado! Ele já tem até outra, pra quê ele iria sequestrar a garota?
— Vai que ela o presenteou com um belo par de chifres?
— Não, literalmente não!
— Por que?
— Eles tem mais de 3 meses de término! Era para ele ter feito isso antes...
— Talvez ele estivesse só dando um tempo, para ela achar que estava tudo bem e bam!
— E desde quando alguém revoltado com uma traição espera e planeja detalhadamente como matar alguém?
— Tem doido pra tudo nesse mundo — ele diz dando de ombros e abocanhando o pedaço de bolo que era meu.
— Detetive Bloonson! Detetive! — Izaac meu parceiro de investigação no caso, entrou correndo na sala.
— Aconteceu algo detetive Wolrood? — perguntei enquanto ele se escorava na mesa e tentava recuperar seu fôlego.
— Temos uma pista! — ele diz se erguendo surpreendentemente sério e recuperado da corrida.
— Tem certeza de q...
— Dessa vez eu tenho!
Seus olhos azuis quase brilhavam de felicidade e empolgação.
— Uhm... E o que seria essa pista? — perguntei realmente curiosa para saber do que se tratava.
— Aqui! — ele respondeu entregando um caderno de capa dura. O olhei atentamente ao abrir, não era um caderno, e sim um diário.
O diário de Madrielly Raiston.
— Como conseguiu isso? E aliás, tem certeza de que isso vai ajudar?
— Acho que sim, ele foi encontrado por um senhor que vinha a cidade pela rodovia que corta a grande floresta de Sarvonia ao meio, ele também disse que havia marcas de um acidente na estrada. Mas ele disse que não conseguiu ver o carro de onde estava.
— E como um bom curioso...?
— Não, ele não quis ir atrás dos rastros do acidente. Apenas encontrou o diário no meio da estrada e o trouxe pensando que alguém poderia ter perdido e que nós poderíamos encontrar o dono.
— Ele não quis entrar na mata? E se fosse alguém precisando de ajuda? — perguntei totalmente pasma.
— Bom, — ele respondeu passando a mãos pelos cabelos negros. — quanto a isso, ele contou algo que me deixou perturbado...
— Por que?
— Bom, você sabe... Não gosto desses contos e lendas de terror. — Bredy soltou uma risada alta, dei um belo tapa em sua cabeça que logo o fez parar. Izaac olha irritado com a coloração um pouco vermelha.
— O que ele contou, Izaac?
— Acho melhor chamar ele... — em poucos segundos ele sumiu da sala e logo voltou com um senhor de no mínimo 69 anos. Era branco com poucos fios de cabelos brancos na cabeça, era baixo e um pouco barrigudo. Até parecia aqueles senhores de filmes que sempre contava alguma lenda pra assustar alguém.
— Bom dia senhor! — o mesmo respondeu com um aceno meio desconfiado e trêmulo. — Irei fazer uma pergunta, quero que me responda com sinceridade. — ele balançou a cabeça confirmando. — Tá, por que o senhor trouxe o diário que encontrou, porém não quis entrar alguns passos na floresta e checar se havia algum carro ao ver as marcas no asfalto?
— Tive medo. — ele respondeu e pude ver suas mãos tremerem mais ainda. — Não se pode entrar naquele lugar, ela não deixa! E se ela deixa, ela leva!
— Quem é ela?
— O espírito que habita a floresta. — ele respondeu se encolhendo ainda mais.
— Como assim?
— Aquela floresta é amaldiçoada! Quem entra lá, não sai, eles morrem!
— Mas, de onde o senhor tirou essas coisas?
— Ela existe! É um espírito vingativo e sanguinário, não entrem naquela floresta! Se esse carro se enfiou lá, a pessoa que estava nele já está morta... Ou delirando pela floresta. Ela não tem piedade! Me escutem, não entrem lá, ela vai matar todos!
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Diário de Madrielly ✓ (CONCLUÍDO)
HorrorEm um dia comum e ensolarado, a detetive Bloonsom recebe um novo caso: O desaparecimento de Madrielly Raiston, uma garota de dezenove anos. Ela dirigia para casa voltando do trabalho, e depois de sair do mesmo, nunca mais foi vista. Depois de mais d...