O Deus Sem Coração

4- O chamado

<<<||\/ Alguns minutos antes \/||>>>

- Então, o que você conseguiu? - Perguntou, com bastante frieza em sua voz, a bela jovem de cabelos loiros bem volumosos. Colocando sua mão delicada na pequena cintura. Sinalizando com a outra para que dê a resposta o mais rápido possível.
- Aquele homem... é perigoso. Senti uma enorme aura ao redor depois que acordou. - Respondeu Wind horrorizado. Era percetível sua tremedeira em seus braços e pernas.
- Vendo você desse jeito, acredito que devemos mandá-lo embora agora mesmo.- Concluiu. Tirando a mão da cintura. "Então foi por causa dele que houve toda essa chacina?". Cruzou os braços nus.
- Você ta louca? Amor. - Apoiando suas grandes mãos, cheia de calos, nos ombros de sua amada.
- Estarei ainda mais louca se eu deixar esse monstro na minha casa por mais um minuto.- Tirando do seu ombro, as mãos do seu marido. "Preciso prende-lo logo... de alguma maneira, mas como?".
- Você não tem força para lutar contra um ser daquela magnitude, querida.
- Desgraça! Por que ele veio pra cá? Por que nossa casa? - "Preciso chamar reforço, se ainda houver..."
- Então nem mesmo você sabe? Você, a Angela Meer, chefe da segurança da cidade não foi informada de nada? - "Então, o quão importante ou perigosa é essa pessoa?".
- Se algum soldado identificou esse homem, provável que já deve ter seu corpo destruído.- Deduziu Angela. - Então, os próximos serão... nós. 

//\\ O medo pairava ao redor do casal. O que eles poderiam fazer? Chamar ajuda? Correr? Ou apenas implorar por misericórdia? Nenhum dos dois sabiam o que fazer nessa situação. Mesmo que tivessem sobrevivido a muitos infernos durante suas vidas. O medo continuava a circunda-los. Tirando a total chance de pensarem em como poderiam sobreviver sem perder ninguém da família.

- Sem corpo, sem vestígios... Só iriam sentir faltar dele depois do fim do seu turno... mas, não deram tempo. - Murmurou Wind, enquanto aprofundava lentamente no seu próprio desespero.
- Sim, não deu tempo... Logo em seguida, eclodiu uma batalha envolvendo nossos 2 mil soldados contra 25 seres não identificados. Tudo aponta que sejam do top rank 50. Talvez até do top rank 10. - Falou Angela suando frio com a possibilidade. 
- Eles deveriam ter uma ordem real, divina ou demoníaca para fazer tal atrocidade. 
- E eles tinham, mas a ordem não dizia nada sobre destruição e matar vários soldados da nossa cidade e sim que estavam numa missão secreta.
- Que azar a gente teve, querida. Acolhemos um foragido... alguém que foi capaz de irritar nossos deuses e demônios.
- Você deveria chamar ele para o jantar agora, já já vai dá 22 horas, e acredito que a gente não possa fazer mais nada a respeito dessa situação.
- Verdade, ele pode suspeitar de nós, se eu demorar demais aqui. - Falou enquanto, Wind, saia do cômodo.
- Irei arrumar a mesa. "Tem algo grande por trás daquele ser, algo que nem nós, humanos, podemos mensurar..."

//\\ Wind estava indo direto para o monstro. Estava com medo. Desesperado. Mas precisava manter a calma, não poderia mostrar sua fraqueza para ele. Suas pisadas eram barulhentas. Entretanto ele não escutou elas nenhuma única vez, já que toda a sua atenção estava direcionada para dentro de si mesmo, para conseguir controlar seu corpo e o manter calmo. Chegando no cômodo, Wind deu 3 passos para dentro e procurando pela coragem em sua voz, ele falou.
- Meu grande senhor, o jantar está pronto, irei levá-lo a cozinha. "Pq Dea está perto dele? Ele está tentando mata-la? Ele com certeza está usando magia nela, merda."
- Certo, irei logo atrás.
- Venha jantar também, Dea.
- Ta bom, papai. "Ele escondeu minha aparência muito rápido."

//\\ Rowan era observador. Durante todo o percurso ficou admirando os quatros quadros de bordas douradas totalmente ornamentadas no corredor, quadros que representavam os grandes feitos de alguns deuses durante suas aventuras épicas, aventuras tão antigas quanto a própria ascendência desses seres para deuses. Mas o último quadro era diferente, não era de uma história antiga, mas sim de uma recente. Quando ele e os deuses da dor, da morte, do apocalipse e da guerra se uniram para derrotar o antigo demônio do amor que ameaçava destruir o mundo há 100 mil anos atrás.

//\\ Perdido em lembranças antigas de sua grande e longa existência. Rowan percebe que a pequena caminhada, em suas memórias, que teve chegou ao fim quando entrou na cozinha.

- Sentam e sirvam-se, hoje nossa refeição é sopa de vegetais. - Disse Angela, que estava utilizando um vestido vermelho-sangue sem mangas.
- Perdoe-me, meu grande senhor, por nossa refeição ser tão simples assim. Por causa dessa toda agitação a tarde toda na cidade. Não tivemos como ir ao mercado para repor nosso estoque. - Disse Wind, abaixando sua cabeça ao máximo possível.
- Tudo bem, sopa é meu prato favorito.
"Duas"- Pensou Dea.
- Você por acaso já provou sopa de vários locais do mundo? - Perguntou Dea com seus olhos brilhando de curiosidade.
- Sim, pequena.

//\\ Todos se sentaram e encheram seus pratos de sopas. Antes de começar a comer... Rowan foi interrompido pela curiosidade da pequena Dea.

- Então... qual é a melhor sopa?
- Se for de vegetais, recomendo a dos elfos, se for de carne, a dos janmais, essas sopas são extremamente deliciosas.
- Você não está exagerando muito? - Duvidou Angela.
- Talvez eu esteja, entretanto deveriam provar vocês mesmo, então vocês entenderão.

//\\ Antes de voltar a comer, Rowan foi interrompido bruscamente pelo grande barulho que estava vim de fora da casa. Era de um sino bastante barulhento que estava sendo carregado por um mensageiro que gritava com toda a sua energia as seguintes palavras.

- PARA TODOS OS CIDADÃOS QUE ESTÃO VIVOS NESSA CIDADE, VENHAM PARA A PRAÇA CENTRAL AGORA OU SERÃO MORTOS!!!!