A vida era cheia de altos e baixos, as vezes Harry achava que ela o odiava, pois a todo momento seus sonhos eram destruídos e sua vida era cheia de baixos momentos.
Os seus traumas eram gravados em suas memórias: A solidão, cada surra, cada lágrima...
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Os olhos verdes se encaravam no espelho, o rosto da mulher estava abatido e possuía grandes olheiras embaixo dos olhos devido a noites mal dormidas que tinha a um ano.
A loira retirava mecanicamente a maquiagem de seu rosto, sem qualquer tipo de ânimo.
Seus pensamentos sempre voltavam na conversa que ela e o marido tiveram com a diretora do orfanato Sunny a dois dias atrás.
A beta havia lhes explicado o passado do menino ômega e de seus traumas que ainda persistem, algo que deixou ela e o marido um pouco desconfortáveis.
Mas os problemas com o qual o menino sofria foi um grande impasse para ambos, pois sabiam que se a família de seu marido soubesse disso nada de bom aconteceria.
Elisa sabia que a diretora havia ficado descontente, quando disseram que não mais o Harry e que iriam ver em outros orfanatos. Mas Elisa queria muito esse menino, se sentia triste por ter que deixar de adota-lo por esse empecilho que apenas poderia causar mais sofrimento ao garoto.
"Mas quem iria ajudar o menino ....? "- era o que se passava em seus pensamentos quando lembra de doce e tímido Harry que conheceram.
Mas mesmo assim, o peso em sua consciência continuava, aqueles olhos frios e raivosos da idosa que olhavam para ela e o seu alfa, ficou marcado em sua mente.
Aqueles olhos julgadores....
A loira deu suspiro trêmulo quando percebeu que tinha terminado de retirar a maquiagem.
Elisa sabia que o marido havia sido cativado por Harry, ela mesma havia amado o menino, e o garoto ainda se encaixa no perfil de filhote que ambos procuravam. Mas os problemas de ansiedade e a leve depressão que o menino sofria poderia ser um problema.
Sabia que era horrível de sua parte descartar um filhote que estava sofrendo....mas sabia que seu marido iria relutar em adotar o menino, pois não o queria sofrendo com as críticas de sua família.
Elisa amava seu alfa, mas a família deste, ou melhor, a mãe do alfa era muito preconceituosa, algo que ambos odiavam.
Eles nunca haviam enfrentado Mariel antes, porém nos últimos tempos a mesma havia se tornado insuportável, o que deixava seu alfa mais nervoso ao ponto dele começar a levantar a voz para a mulher.
Bem Elisa seria uma hipócrita em dizer que não gostava. Ela adorava ver seu alfa enfrentar sua sogra.
Quando finalmente terminou de se arrumar, a loira olhou para sua cama vazia, a mulher sabia que seu alfa estava no escritório procurando por outros orfanatos para irem adotar alguma criança.
Mas Harry parecia tão perfeito para eles, tinha traços que lembravam os dela e do marido, mesmo que o garoto não fosse seu filho de sangue.
Mais um suspiro fugiu de seus lábios, com calma a ômega se levantou e saiu do quarto e foi até o escritório do marido.
