Capítulo Um: Morando Juntos

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— Só mais uma vez? — pede Win e eu reviro os olhos em resposta. Porém acabei cedendo a ele. Estamos jogando videogame na minha casa e já está tarde, trabalhamos muito cedo amanhã. Eu, Bright, sou fotógrafo e ele é arquiteto e ouvi ele falando, no celular, mais cedo que tem um projeto super importante, para começar amanhã. Mas ainda assim ele continua querendo jogar mais uma partida. 

— Posso dormir aqui hoje? — pergunta ele com os olhos brilhando.

— De novo? Por que não se muda logo para cá? — perguntei fingindo estar estressado, mas com uma pontinha de esperança.

— Eu posso? 

— Se me ajudar com as despesas tudo bem. — explico, com o coração acelerado, espero que ele não consiga ouvir, ele está batendo tão forte e rápido, que estou quase ficando tonto.

— Então está decidido, a partir de hoje, moramos juntos. — diz animando e sorrindo. 

Só então percebo que isso nunca poderá dar certo. Agora que sei que gosto dele, mais do que como amigo, tê-lo tão perto assim, vai ser o meu fim.

Maldita hora que me deixei levar pelo momento, acabei metendo os pés pelas mãos. E esse era só o começo dos meus problemas.

...

Já tinha se passado uns 3 meses, desde que Win se mudou para cá e eu estou sobrevivendo como posso, minha vontade é de beijá-lo até ele gemer, como nos meus sonhos. Mas o medo, ele sempre me para. Às vezes acordo no meio da noite, todo suado, porque tenho sonhos... Digamos intensos, com a pessoa do corredor ao lado. E tenho que me aliviar, ou com a mão ou com um bom e velho, banho gelado.

Numa dessas noites, acordei suado e o Bright Expo estava alerta. Porque, dessa vez, sonhei com o Win colocando aqueles lábios macios e carnudos, ao redor do meu pau e me fazendo revirar os olhos de prazer.

Dessa vez, minha mão não vai me ajudar em nada, tenho que tomar banho. Me levanto da cama ainda meio zonzo pelo sonho, mas ao chegar perto do quarto dele, escuto alguns ruídos, me pergunto o que ele faz a essa hora acordado e com alguém. Não que eu seja curioso ou nada do tipo, mas foi mais forte que eu. Mesmo relutante, decidi me aproximar da porta e olhar pela fresta. E me arrependo amargamente do que vi... Porque vai ser difícil de esquecer.

O Win…  Ele estava... Ele estava se... Se masturbando. Um braço cobria seu rosto, enquanto o outro se fechava ao redor do seu membro, subindo e descendo e fazendo movimentos circulares. Sua boca entreaberta, ele respirando com dificuldade e gemendo. Era demais para mim. Se eu morresse agora, com toda a certeza morreria feliz.

Resisto ao impulso de abrir a porta e ir até ele, primeiro além de eu estar completamente errado, invadindo sua privacidade e momento de prazer, eu seria egoísta, porque eu estaria pensando somente em mim e em atender ao meu desejo de tê-lo.

No fim, caminho até o banheiro e tomo uma ducha gelada, meu corpo estremece pelo frio. Mas lá embaixo insiste em permanecer acordado. As cenas de antes ainda vivas no meu cérebro, queimam e eu bato uma ali mesmo no banheiro, e assim que acabei, me achei patético por perder meu alto controle daquele jeito.

Na manhã seguinte, saí mais cedo que o habitual e isso deixou o meu amigo First curioso.

— Problemas no paraíso, Vachirawit? 

— Não começa, cara.

— Eu te dei bom dia, para que toda essa irritação? — pergunta rindo. — Só é estranho você ser um dos primeiros a chegar, normalmente você é o último, porque sempre espera o Win acordar e fazer tudo, para que você dê uma carona para ele, antes de vir para cá, como o bom gado que é.

— Bem, hoje não. — resmungo irritado. 

— E por que mesmo?

— First, arrume os equipamentos, por favor. — digo autoritário, mas sei que não o compro. — Menos conversa e mais ação.

No final, tudo correu bem, apesar dos olhares do First em mim, o desgraçado me conhece bem até demais.

— Não vai falar, né? — pergunta ele.

— Não.

— Te desejo sorte então, seja lá o que tá te deixando incomodado… Enfim, já faz um tempo que você está dormindo com o Win e… — tenta ele e eu o corto.

— Não estou dormindo com ele e sim moramos juntos, é diferente. — explico.

— Bem que você queria… Enfim, como eu ia dizendo, faz um tempo e não fizeram uma festa, não é? — me questiona.

Confirmei que realmente não houve festa e vi o First falando no celular, por um tempo. Isso não é um bom sinal.

— Problema resolvido. — diz rindo.

— O que você fez? — perguntei temendo a resposta.

— Festa, na sua casa sábado à noite e eu convidei todo mundo e só saímos de lá arrastados e isso é uma promessa. — Fala todo orgulhoso.

— Você não pode já ir marcar uma festa sem falar com os donos, eu não moro sozinho, sabia? — bufo irritado.

— O Metawin foi o 1° que liguei e ele concordou. — Fala. — Não perguntei a você, porque você faz a vontade dele mesmo.

É, esse é um ponto que eu não tenho como negar.

7 Minutos No ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora