Capítulo Três: Conselheiro First

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A festa correu bem, sem mais nada impactante e o sol já estava quase aparecendo quando a última pessoa foi embora.

— Que festa! Eu estou morto! — fala Win e se joga no sofá. — Pode me levar até o quarto? Nas suas costas?

— Não?

— Por que não? — pergunta e faz bico. E aí está o Win de sempre, nada parecido com o que conheci horas atrás. Ainda estava tentando entender o que tinha acontecido, mas não ousava perguntar.

Levo ele até seu quarto e peço que ele desça, ele diz que não vai. 

— O que foi agora? — perguntei.

— Dorme aqui? — pede e morde a minha orelha.

Puta merda, há momentos que eu preciso ser forte. Ele sempre fez isso, mas com tudo que está acontecendo. Eu não estou sabendo mais o que pensar.

— Win…

— Por favor, P' Bai… — diz manhoso.

E em segundos estamos deitados, lado a lado. Eu realmente tenho que aprender a dizer não a ele. Meu coração está acelerado e estou a todo custo tentando manter a respiração calma, já dormimos juntos, não é como se fosse a 1° vez. Eu não posso me deixar levar pelo momento e pela bebida, quando acordamos vamos nos arrepender disso.

— Posso te abraçar? — fala ele, jogando os braços, por cima de mim e a cabeça no meu peito. — Você está quentinho.

Não respondo e momentos depois, sinto que ele adormeceu, que ótimo. Meu plano de sair daqui assim que ele dormisse foi por água abaixo. Não sei até quando pensei sobre todos os acontecimentos da festa, mas o sono conseguiu me derrubar. Acordei com a cama vazia.

— Win? — Chamo nervoso. — Ele foi embora? Eu sabia, não devia ter deixado nada acontecer. 

Antes que eu surtasse por completo. Win coloca a cabeça na fresta da porta e sorri.

— Bom dia, dorminhoco! — fala e cruza os braços. — Pensei que você estava fingindo e me deixando arrumar tudo sozinho, levanta, temos muito trabalho pela frente.

Pisquei algumas vezes tentando raciocinar e depois suspirei aliviado, por ele ainda estar aqui.


Como eu imaginei, não conversamos sobre a festa e já tinha se passado alguns dias. Então fui pedir conselho ao First, que acompanha meu drama, desde o início.

— Então realmente vocês se beijaram lá dentro? — pergunta em tom de dúvida e eu confirmo. — Você carregou ele nas suas costas, ele te mordeu, você gostou que eu sei, nem desminta e dormiram abraçados?

— Isso. — Suspiro.

— Porra, é recíproco, Bright, se não for eu mudo meu nome. — diz irritado. — Até porque somos amigos, desde sei lá? Desde sempre, e bem, alguma vez já fizemos isso?

— Por Deus, não! — digo aliviado, só de imaginar. — Você nem meu tipo faz.

— Claro, até porque, seu tipo é claro como água! Win Metawin o nome do seu tipo perfeito. — diz rindo. — Mas sério, você está esperando o que, para chegar nele e falar? Mesmo que ele tenha esquecido, o que eu acho difícil, tipo é você! Nem todas as bebidas do mundo, fariam alguém esquecer que beijou você.

— Obrigado por levantar o meu ego, eu acho?

— Enfim, só me procure de novo, quando vocês estiverem juntos, quer dizer, juntos, vocês sempre estão, digo… De casamento marcado, eu quero e tenho direito de ser o padrinho. — pisca arteiro e depois ri.

O First é bem idiota às vezes, mas ele sabe como me animar e me dá esperança. Tenta até me mostrar um caminho quando eu já estou perdido.

Já em casa, não encontro o Win e o plano de conversar vai ter que esperar um pouco, horas se passam e nada. Será que deu algo errado no novo projeto que ele estava trabalhando esses dias? Quando estamos trabalhando, com algo muito importante, não invadimos o espaço pessoal do outro. Sendo que agora estou preocupado, já passou da hora que ele normalmente chega.

Adormeci no sofá, o esperando, e acordei com meu celular vibrando no meu bolso esquerdo.

— Alô. — Falei meio zonzo.

— Vem me buscar, seu lerdo. — pede Win.

— Onde você está? O que aconteceu? Você está bêbado? 

— Em um bar. — fala rindo. — Com a Giggie e estamos bebendo, porque aparentemente eu sou burro e você também?

— Quê?

— Não se preocupe com ele, Vachirawit, amanhã o entrego sã e salvo. — diz outra pessoa, que logo reconheço ser a Giggie. — Desculpa!

A ligação termina e eu fico olhando o celular como um idiota, estava todo preocupado e ele com a Giggie. Vou para cama, sentindo um gosto metálico na boca, se eu não quero me sentir assim porque não conto de uma vez por todas o que sinto por ele? E com esse pensamento e uma dor forte no peito acabei dormindo.

7 Minutos No ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora