Capítulo Dois: A Festa

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No sábado, o nosso grupinho, já estava todo espalhado pela casa, rindo alto, jogando conversa fora, apagado já por causa do álcool, e eu estava jogando videogame.

— Socializa, seu viciado! — fala Nani e me dá uma garrafa de cerveja. — Não acredito que você está assim, no meio de uma festa.

Não respondo, mas parei de jogar e ficamos os dois bebendo em silêncio, até que o Win aparece e se senta bem no meio de nós dois, que estávamos sentados lado a lado antes.

— Atrapalho?

Nunca, que isso. Você pode aparecer sempre que quiser, literalmente a casa é sua, você é tudo. Pensei nisso, mas claramente não foi o que respondi.

— Não, pode sentar. — Fala Nani sem entender muito.

— Estão falando de quê? — pergunta ele e pega minha garrafa e bebe.

— Isso era meu, sabia? — O questionei e tento pegar a garrafa e ele se levanta. — Até depois.

— Ele simplesmente pegou minha garrafa e saiu? — perguntei sem entender

— Foi isso mesmo. — fala Nani, rindo. — Se eu não conhecesse vocês, acharia que isso é uma cena de ciúmes… Mas como conheço… E você em especial, me falaria se esse fosse o caso.

— E não é! — falo, mas no fundo eu queria que fosse verdade, isso me daria uma chance, se ele gostasse de mim, eu não teria que ter medo de estragar a amizade não é mesmo?

— Atenção, por favor! — grita First da cozinha. — Vamos jogar?

Todos gritam e eu já imagino os tipos de jogos, que aquela cabeça deturpada tem em mente. O jogo da garrafa foi o primeiro.

Teve combinações bem bizarras, do tipo o Mike e o Gunsmile, o que deixou o Toptap revoltado. Eles eram namorados e o Guns, depois do beijo, solta que vai largar a Love e ficar com o Mike. Terminou levando um tapa da namorada e ficou em silêncio.

O Foei beijou o Tay, a Tontawan e o Dew, esse nem teve graça, eles namoram. O Win foi com a Giggie e eu desviei o olhar na hora. Chegou a minha vez e eu fui com o Nani. Só que quando chegamos perto, caímos na risada o que deixou todo mundo xingando. Simplesmente não dava, era só chegar e começamos a rir que que nem idiotas.

Depois disso demos uma pausa nos jogos, ficamos espalhados pela casa e a festa continuou e eu fui no meu quarto, colocar meu celular para carregar e pegar minha câmera, eu gosto de fotografar o caos às vezes.

— Você não para nunca? — escuto uma voz atrás de mim, e não preciso me virar para saber que é o Win.

— Parar? — pergunto, mas não ouso olhar para trás, continuo mexendo na lente, como se minha vida dependesse disso.

— De tirar fotos… Engraçado, você tira fotos de todo mundo, menos minhas. — bufa ele.

Na verdade, eu tenho incontáveis fotos, de diferentes ocasiões que fotografei dele, sem o mesmo saber… Mas o Win não precisa saber disso.

—Você nunca pediu! — falei e me viro e maldita hora, porque, ele está um pouco corado, o cabelo está todo bagunçado e ele tem um sorriso arteiro nos lábios… A esses malditos lábios, que ousaram beijar outra boca na minha frente.

Agradeço aos céus por ser interrompido, antes que eu tentasse cometer uma besteira. O Gun e o Off, tinham acabado de chegar atrasados como sempre e deram uma ideia de fazer um novo jogo. Não admitiam que todos estavam cansados, justamente quando eles deram as caras. Voltamos à sala e alguns se sentaram no chão, outros no sofá e mais alguns ficaram em pé.

O jogo era nada mais nada menos, que 7 minutos no paraíso, que consistia em duas pessoas, que ficam confinadas num lugar. E fazem tudo que querem nesse intervalo de tempo.

O jogo começa e alguns saem de lá rindo, outros vermelhos e de cabelo bagunçado. Giggie e Foei por exemplo… Tay e Arm também... Dew e Tu, saem vermelhos e de mãos dadas, eles são tão fofos.

E finalmente me chamam e eu gelei, ao ouvir o nome da outra pessoa… Eu vou ficar 7 minutos preso com o Win? Só pode ser piada. Antes eu não aguentava nem ficar na mesma casa que ele. E depois daquela noite, que o vi daquele jeito… Todo entregue… Era castigo demais. Fingi estar passando mal, eu não queria ir e mesmo assim fui empurrado, para lá com o Win do meu lado, que bebia uma cerveja tranquilamente.

Entramos e eu comecei a contar, mentalmente os 7 minutos no inferno. Ele me ofereceu um gole da sua bebida e eu neguei. Estava tudo girando, e a bebida não iria me ajudar em nada.

— Então? — pergunta ele, após secar a garrafa. — Por que você está estranho esses dias?

— Não estou estranho. — minto.

— Humm… Finjo que acredito, queria não recorrer a isso… Mas você não me deixa outra escolha — diz ele e me faz cócegas.

Comecei a rir e a me debater, tentando fugir naquele espaço apertado e entre empurrões e puxões, acabei por baixo dele e ele segurava meus braços acima da minha cabeça. Uma posição que logo, logo vai fazer meu corpo me trair.

— Já se passaram quantos minutos? — pergunta ele, respirando fundo.

— 2 minutos, eu acho, por quê?

— Por isso. — diz ele e me beija, simples assim, eu já me imaginei beijando ele, em vários cenários, mas nenhum deles era um lugar que mal podíamos nos mexer e que eu estaria imobilizado, porém confesso que isso é excitante.

Não, merda, Bright. Ele é seu melhor amigo. Pare esse beijo agora. A parte racional, do meu cérebro gritava, mas a parte emotiva, ligou o foda-se e deixou fluir, eu iria me arrepender depois? Com toda e qualquer certeza, mas eu iria aproveitar até o último minuto.

Consigo me soltar dele e o beijo de volta segurando seu rosto. Nós ficamos por um tempo assim e eu só recuei quando escutei o som do alarme lá fora, avisando que o tempo acabou.

Tentamos nos ajeitar, o máximo que conseguimos em apenas alguns segundos e as portas são abertas por nossos amigos, que nos olham curiosos. Como eles ouviram as risadas, imaginaram que nada demais tinha acontecido e o Win só confirmou falando, que assim que ele parou, eu dei um soco nele.

Entendi aquilo como um sinal claro, do que acabou de acontecer, vai morrer lá dentro e que nunca mais voltaremos a tocar nesse assunto.

7 Minutos No ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora