Capítulo 50

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Todos nós sabemos que os dias não são iguais e pela lógica nem tem como.

Mas hoje o Rio de Janeiro estava exatamente o mesmo de uns anos atrás, e por incrível que pareça as datas eram as mesmas.

Coincidência ou destino?

Ninguém saberia explicar, talvez seja porque ninguém notou.

Todos estavam preocupados de mais com o morro que nem se ligaram no dia.

A única coisa que mudou foi o horário. A quantidade de pessoas mortas também foram os mesmo números, só que agora uma morte foi de verdade.

Quando os tiros foram disparados toda a comunidade ouviu, era rajadas para todo lado, principalmente nos envolvidos.

Entre eles Marcelo,Preto e PP.

A polícia só pararia quando um deles fosse preso, e qual seria? Essa era a pergunta de todos.

Mas pessoas próximas sentia de quem seria o fim, Júlia sentiu uma dor no peito e tentou impedir o pai de ir pra guerra, mas ele não quis.

Se despediu das mulheres que ele amava e falou algo no ouvindo do Cabelinho. O que era, ninguém sabia, anão ser os dois,é claro.

Quando a porta da casa da Júlia foi fechada, só se escutava o choro dela e os tiros.

A mãe até tentou acalmar, mais como ela acalmaria alguém se ela também estava assustada e com medo?

Eduarda e Ingrid sem entender nada e a Júlia jura que se não fosse uma situação tão seria, ela estaria rindo das amigas agora. Mais esse não era o momento.

Cabelinho já estava ligado em tudo e ele também já sabia o fim dessa história. Afinal, quem não sabia?

Nos jornais era transmitido ao vivo o morro do PPG sendo invadido pela BOPE.

Por que disso cara? Esse era os pensamentos do Cabelinho, que estava inconformado com tudo que está acontecendo, negava com a cabeça e não falava nada. Nem confortava a Júlia, pois ele não aguentava ver a Júlia chorando e não poder fazer nada.

Nem a chuva conseguiu parar com a guerra, sim, no Rio de Janeiro estava chovendo e forte.

Alguns idosos acreditam que quando chove é porque alguém muito importante morreu, outros só acham que está chovendo porque Deus quer. E todos ali acreditava na segunda opção, hoje não morreria ninguém. Bom,isso era o que eles queria.

No meu ponto de vista quanto mais vc fecha os olhos pra realidade mais vc vai sofrer. Se eles sentia que não iria vim algo bom, por que eles tentava se confortar com os pensamentos que nem eles acreditavam?

A notícia foi dada, "Marcelo o antigo dono do morro do PPG acaba de ser morto."

Hoje sim era verdade, o corpo dele foi transmitido para milhares de pessoas, o tiro foi bem no peito.

De quem era a arma ninguém sabe, e pelo que a gente conhece do estado, a gente nunca saberá quem foi o culpado de fazer a Júlia voltar com os sentimentos de anos atrás...

Cabelinho abraçou ela com toda as suas forças, e não era brincadeira. Ele apertava a Júlia como se fosse adiantar algo, como se a dor dela fosse passando.

Mas não é que isso realmente aconteceu?

Basta um toque da pessoa que amamos pra gente voltar a ver o mundo colorido, por mais que agora as ruas e os becos estavam sujos de sangue.

O coração da Júlia e até o próprio pensamento, queria ficar naqueles braços pra sempre.

Ela se estremeceu quando o Cabelinho deu um selinho na mesma e logo em seguida falou que amava e que sempre estaria com ela.

Mais a gente sabe que na vida real não existe um pra sempre ou será que pra eles existiria? Cabelinho largaria a farra pela Júlia? E a Júlia aceitaria os "defeitos" do Cabelinho?

Bom, isso não importava, não agora.

Em um lado temos pessoas sorrindo como nunca, e no outro pessoas chorando pela dor da perca.

Será mesmo que bandido bom é bandido morto?

Todos nós comentamos erros, afinal somos seres humanos, estamos na terra pra errar e pra acertar.

Nem em livros e nem em filmes as pessoas tem a vida perfeita, e no mundo real a vida perfeita está longe, ainda mais nas favelas.

Além do preconceito tem a fome, que mata mil vezes do que o seu preconceito nojento.

Mais uma coisa era certa, a guerra não terminaria naquela noite.

O estado pode até parar de tentar subir, mais os envolvidos não vão deixar isso passar.

Até porque
Passa nada e nem pode.

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Não revisado⚠️

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