39 - Chasteté.

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Chasteté
Último
Harry.

Eram quase meio dia quando sai do consultório depois de ter finalmente me livrado daquele gesso que já me incomodava. Hoje seria o dia que Emília estava mudando para o meu, agora nosso apartamento.

Tudo estava uma correria desde a primeira hora da manhã, e ela teria que sair mais cedo da revista para acompanhar o caminhão da mudança.

Agora que ela estava se mudando para morar comigo, tudo parecia ainda mais real. Emília era definitivamente, a mulher da minha vida, ela me fazia feliz, me entendia e também me ajudava a evoluir dia após dia, ela via os meus defeitos e minhas qualidades e amava cada um deles.

Eu não estava em uma situação muito diferente, eu amava cada pedacinho daquela mulher, amava seu sorriso, seu jeitinho, suas manias, amava até mesmo quando estava irritada ou quando chorava horrores de TPM.

- Por Deus, pare de me olhar com essa cara de apaixonado. – Júlio reclamou quando entrei no carro e sorri colocando o cinto.

- Essa é a única cara que eu tenho.

- Gente apaixonada é foda. – suspirou ligando o carro.

- E você não está?

- Estou, sempre. – sorriu. – Mas, eu sou uma pessoa contida.

- Sei, chorou como um louco quando o Jasper aceitou morar com você. – atirei pegando meu celular para avisar Emília que já havia saído do hospital.

- Claro, ele demorou muito para aceitar, achei que seria dispensado. – reclamou e sorri divertido.

- Se eu fosse ele, dispensaria você. – provoquei e Júlio sorriu debochado.

- Eu até responderia alguma coisa, mas você já tem aborrecimento garantido para essa manhã. – afirmou quando parou o carro em frente ao estacionamento da empresa. – Olha quem está ali. – murmurou apontando para a calçada.

Suspirei ao avistar a mulher magra de cabelos pretos que eu conhecia tão bem. Felícia estava de braços cruzados e balançava a perna ansiosa.

- Boa sorte. – Júlio sorriu destravando o carro e suspirei tirando o cinto e descendo do mesmo.

- Harry. – chamou assim que me viu e respirei fundo.

- Felícia. – murmurei colocando as mãos nos bolsos.

- Podemos conversar? Será rápido. – prometeu apertando a alça da bolsa em sua mão e assenti levemente a seguindo até o café do outro lado da rua. – Desculpa aparecer assim, achei que se ligasse não me atenderia.

- Não mesmo. – afirmei me encostando a cadeira e a atendente logo se aproximou. – Um expresso duplo, por favor. – pedi.

- Um macchiato. – Felícia pediu deixando sua bolsa na cadeira ao lado e entrelacei as mãos olhando para ela.

- Então, qual é o assunto urgente? – perguntei impaciente.

- Sua mãe. – confessou. – Ela... ela me fez ser demitida do meu emprego na revista. – sussurrou. – E me deu uma semana para sair do apartamento que ela arrumou para minha mãe e eu.

- Você sabia que ela faria isso, certo? – suspirei passando a mão pelo cabelo. – Sabia que ela a descartaria se tudo desse errado Felícia, devia ter pensado nisso quando escolheu as decisões que tomaria.

- Eu não tinha escolha Harry. – afirmou em desespero.

- Tinha sim. Eu era seu amigo Felícia, estava aqui disposto a ajudá-la, então sim, você tinha escolha. – bufei. – E você fez a escolha errada.

Chasteté H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora