31 - turbulence

1.8K 186 38
                                    

Chasteté
Harry.

Tudo parou por um momento enquanto observava Emília a minha frente, seus olhos não estavam nos meus, seu peito subia e descia agitado e meu coração parecia que sairia pela boca.

- Emília. – sussurrei sentindo o peso das suas palavras. – Por favor, vamos conversar com calma.

- Eu não posso Harry, não posso deixar que você me convença agora. – afirmou. – Porque se eu deixar, nada vai mudar.

- Eu vou tentar, por Deus, eu vou tentar Emília. Você só não pode me deixar. – supliquei me aproximando e olhei em pânico enquanto ela negava e deslizava o par de alianças para fora de seu dedo.

- Você tem muito o que refletir Harry e eu também. – sussurrou pegando minha mão e colocou as alianças na mesma. – Eu amo você, não imagina o quanto, amo estar com você, amo ser sua namorada, mas as vezes me machuca. – suspirou enquanto uma lágrima solitária rolava pelo seu rosto e uma pontada de culpa me atingiu.

- Eu sinto muito. – murmurei tentando alcançar seu rosto para secar a lágrima e Emília se afastou limpando e arrumando seu vestido.

- Precisamos sair. – afirmou e balancei a cabeça.

- Estamos terminando então? – perguntei completamente indisposto em ouvir a resposta.

- Estamos. – afirmou. – Por agora estamos.

Ver Emília sair da sala em silêncio foi arrebatador para mim. Eu queria correr atrás dela, me segurar a ela e dizer que não precisava ser assim, mas eu a entendia.

Quando cheguei ao carro decidi que não voltaria a empresa por hoje e tomei o caminho para minha casa.

Júlio sempre me dizia que se eu não aprendesse a administrar a presença de Felícia em minha vida eu acabaria perdendo Emília, e agora que isso realmente aconteceu não consigo imaginar porque deixei chegar a esse ponto.

A culpa era massacrante em meu peito, minha garganta estava tensa para segurar o nó que se formava nela.

Quando estacionei o carro e entrei em casa Maria me olhou surpresa e sorriu logo em seguida.

- Resolveu finalmente tirar o dia de folga que tanto falo querido? – brincou enquanto me sentava na bancada e logo ela colou um copo com sua a minha frente.

- Acho que eu sou o cara mais otário desse mundo Maria. – murmurei olhando para o copo e a governanta - que até então havia voltado para o que fazia na pia - parou e veio em minha direção.

- O que aconteceu menino? – perguntou acariciando meu cabelo e senti meus lábios tremerem perigosamente. – Oh querido. – suspirou. – É aquela moça?

- Ela me deixou Maria, e eu a entendo por isso. – afirmei respirando fundo.

- O que você fez? – se sentou ao meu lado olhando-me calmamente.

- Tudo e nada. – suspirei. – Eu a deixei insegura, enciumada, triste e não fiz nada para resolver isso.

- Ela foi sua primeira em muitas coisas menino, você era completamente inexperiente quando ela apareceu. Por ela eu te vi enfrentar a sua mãe pela primeira vez em anos. – sorriu. – Você errou, mas é um erro que você pode concertar e ela quer que você concerte.

- Como? – suspirei e Maria deu um tapa em minha cabeça fazendo-me olhar para ela assustado.

- Está na hora de você usar a sua liberdade e ser mais firme nas decisões da sua vida menino. Felícia é uma amiga e amigos são sempre bem vindo, mas Emília não deve ter ciúmes dela atoa e o senhor... – disse me cutucando. – Deve ser mais esperto.

Chasteté H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora