Chasteté
Trinta e cinco
Harry.Emília se permitiu mais alguns minutos no nosso abraço até que a senti afastar nossos corpos e analisei seu rosto que ostentava um sorriso singelo. Eu não estava me aguentando todos esses dias de saudade, sentia falta do seu toque, do seu beijo, do seu sorriso, das suas brincadeiras. Sentia falta das vezes em que usamos minha confortável sala de cinema e dormimos agarrados na poltrona reclinável depois de apenas dez minutos de filme. Eu sentia falta de tudo. Eu sentia falta de nós.
- Acho melhor sair para sua mãe te ver. – sorriu se afastando um pouco mais e assenti soltando sua mão.
- Você vai voltar depois? Soube que tinha uma festa hoje, não vou segurá-la se quiser ir. – afirmei com um sorriso tranquilo e Emília se apressou a negar.
- Se sua mãe não for ficar, eu passo á noite. – avisou se levantando da cama e seguiu até a porta acenando antes de sair. Sorri um pouco mais aliviado agora, apesar de ser muito devagar, eu não havia chegado tarde demais.
Claro, os meus planos não eram que nosso reencontro fosse em um hospital depois de escapar com sorte de um acidente, mas ainda sim, mesmo sem poder pegá-la em meus braços como desejo e mesmo sem poder abraçá-la como pensei, nós passaríamos essa noite juntos, mesmo que não fosse da forma que eu havia planejado.
Olhei para a porta escondendo meu sorriso quando a maçaneta foi girada e logo minha mãe apareceu, mas a surpresa foi ver Felícia logo atrás dela.
- Meu filho. – se apressou a correr até o lado da cama e segurou meu braço. – Que susto você me deu querido.
- Sinto muito mãe, mas acabou tudo bem. – sorri apertando sua mão. – Sabe como Júlio e os outros estão?
- Estão todos bem, meu querido. – afirmou pegando minha bolsa das mãos de Felícia. – Essa foi a única mala que conseguiram recuperar, todas as outras coisas se perderam querido.
- Tudo bem. – suspirei tentando me lembrar se havia salvado todas as fotos que tirei com Emília na nuvem para poder recuperar quando comprasse um novo aparelho celular. – O importante é que não perdemos ninguém. Agora, Felícia...
- Ela veio comigo meu filho. – minha mãe respondeu minha dúvida e assenti. – Apareceu lá em casa aos prantos assim que viu a notícia, por sorte consegui um lugar para ela no voo já que não me deixaria em paz.
Suspirei olhando para Felícia que continuava em silêncio mexendo nervosamente em seus dedos e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, minha mãe continuou.
- Agora, aquela Emília. – bufou cruzando os braços. – Quando cheguei ela estava aqui, segurando a sua mão. E ainda teve a sem-vergonhice de dizer que não ia sair quando eu mandei.
- Mãe
- Não meu filho. – me interrompeu. – Essa mulher não pode agir dessa maneira, vocês terminaram e ela persegue você dessa forma? – bufou.
- Mãe para! – pedi firme puxando o ar. – Ela não está me perseguindo e nós não terminamos. – afirmei e minha mãe me encarou surpresa.
- Mas, eu achei que
- Estávamos com problemas. – dessa vez foi eu que a interrompi. – Mas, já estamos resolvendo. Nós nunca terminamos.
- Então, você realmente estava vindo até ela?
- Sim.
Foram exatos cinco minutos de silêncio até que minha mãe me olhasse com indignação.
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Chasteté H.S
Fanfic+18 Quando tinha quatro meses ele sentiu o frio da morte em seu peito, sua mãe pediu aos céus para que seu pequeno filho não fosse levado e prometeu em seu nome que ele manteria sua castidade até o dia do seu casamento.