11. O que está havendo?

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Meredith Pov


Eu não posso acreditar, logo agora que estava tão perto. Parece que está tudo planejado para dar errado para o nosso lado neste caso.

- Avery, vamos descer e ver se podemos ajudar em algo.

- Tem certeza?

- Tenho, anda logo.

E então descemos do carro e nos apressamos para avistar melhor o local do acidente e eu não poderia estar mais surpresa e chocada.

- Esse é o... ??

- Sim, Avery. Parece que o juíz Taylor não será julgado neste plano, pelo menos não por nós.

Eu não queria acreditar no que estava bem diante dos meus olhos, eu tenho uma aversão muito grande por casos que eu não consigo finalizar ou dar pelo menos um desfecho digno.
É como se o meu trabalho tivesse sido executado mal e porcamente, eu me sinto um fracasso.

- O que quer fazer, chefe?

- Nada, não tem mais nada pra UVE fazer, detetive Avery.

Meu tom é de decepção comigo mesma

- Vou chamar o necrotério e a polícia, as demais coisas nós resolvemos lá no departamento.

- Ok, te espero no carro!

Eu verbalizo séria e me encaminho a passos lentos e vagarosos até o carro, de volta

Após resolver algumas burocracias referente ao caso, eu decidi que iria me trancar em minha sala um pouco para poder respirar em paz, colocar a cabeça e as ideias no lugar até de fato absorver e tentar entender o que havia acontecido. Nada e nem ninguém seria capaz de tirar de mim essa tal sensação que pairava no momento, na verdade até tinha uma pessoa, mas infelizmente eu não poderia tê-la comigo, pelo menos não agora e essa pessoa era a minha pequena luz, Stella Grey.

O caso da filha dele será arquivo, já que não temos mais suspeitos além do seu primo , o sobrinho do juiz será preso por ser cúmplice na história e
o suposto acidente será investigado de perto para que qualquer hipótese duvidosa seja descartada como uma sabotagem ou queima de arquivo.
Já a detetive Amélia, ainda precisará se acertar com a corregedoria pela má conduta. Por um lado, mesmo que seja mórbido eu penso que foi melhor assim, a Shepperd não aguentaria ser escalpelada pelos paus mandados do juíz Taylor, porque com certeza ele não deixaria por menos essa história toda com o sobrinho dele, mesmo sendo tudo arquitetado.

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Já é noite, praticamente fim de expediente e eu estou arrumando minhas coisas para ir embora, até que se materializa na minha frente, Amélia Shepperd.

- Pois não, detetive Shepperd!

- É sério que você vai continuar nessa? Me tratando como uma subordinada sua qualquer?

- O que você deseja, Amélia?

Eu digo no meu tom mais suave possível

- Para, chega desse tom suave e melancólico, no fundo nós duas sabemos que você quer mesmo é gritar, me dar a maior bronca, passar um sermão de como esse erro foi ridículo, vai lá eu aguento.

- Amélia por favor, hoje não!

- E vai ser quando? Você quer que eu admita que eu errei? É, eu errei capitã, mas que atire a primeira pedra quem nunca pisou na bola aqui dentro desse departamento!

- Já acabou?

- Não, não acabei.
Se você quer ficar aí na sua posição de chefe e quiser me esculachar, pagar de superior, beleza eu não estou nem aí, mas agora se vai ficar me tratando como uma pessoa qualquer, eu não vou aceitar, eu não sou qualquer uma, eu sou sua amiga poxa, somos parceiras e eu não vou tolerar ou suportar a sua indiferença, então se você puder me desculpar, eu ficarei em paz.

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