10. Fora de controle

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Amélia Pov

Já são seis da manhã, e eu estou na delegacia do esquadrão. O que é bizarro, visto que meu horário nem é esse. Mas estou encrencada, tomara que a Grey não demore, ela vai me matar quando eu disser o que eu tenho pra dizer. É um problemão e dos grandes. Já fazem alguns longos minutos que estou aqui na sala dela andando de um lado para o outro. Se a Grey não me matar, essa ansiedade vai.

Até que eu escuto um ruído, tomara que seja ela...

- Quem você matou e porquê?

É o que ela verbaliza assim que me vê

- Bom dia pra você também, chefe.

Eu digo zombeteira

- Nada de chefe, Capitã Grey pra você!

- Nem você acreditou nisso que acabou de dizer. Escuta, o lance é sério.

E eu vejo o semblante dela mudar em fração de segundos, mas percebo um fio de preocupação também

- Deve ser mesmo, você a essa hora por aqui. Senta logo aí, e já vai falando.

- Antes de qualquer coisa, eu quero dizer que toda atitude que tomei foi coerente com a situação, pelo menos pra mim.

- Amélia odeio quando você faz isso, para de enrolar e fala logo.

- Talvez eu tenha colocado a pessoa errada na cadeia.

Eu digo de uma vez e a Grey segue me olhando, muda, estática e eu só queria que, sei lá, ela gritasse agora

- Continua.

Ela diz num tom gélido

- Eu não gosto quando você usa esse tom, capitã!

-  Detetive Shepperd, só continue, por favor!

Certo, o caldo entornou de vez para o meu lado..

- Ok. Lembra do caso da filha do juíz Liam Taylor? Então, eu me precipitei pressionando o sobrinho dele fazendo com que ele confessasse o crime.

- Uhum.

Ela rosna balançando na cadeira me fitando e eu já estou extremamente irritada com tudo isso e essa reação dela

- O fato é que fomos notificados de que o advogado do Eliot abandonou o caso, adiando assim a sentença do processo dele. Então, fui até onde ele estava preso para tentar descobrir o porquê do advogado dele ter abandonado o caso. Ele disse que o tio se recusou a continuar bancando os honorários advocatícios.

- E onde você entra nisso, além de não ter usado o raciocínio lógico ao interroga-lo?

- Não precisa me tratar como uma policial inexperiente, todo mundo comete erros Grey. Mas enfim, isso não cabe a você.

- Prossiga, Amélia!

Ela usa seu tom mais seco e objetivo possível

- O Eliot confessou que o verdadeiro assassino de Elisabeth, é na verdade o seu pai. O juíz Liam.

- O quê? Como assim?
Mas... Isso não faz o menor sentido.

- Eu pensei o mesmo até ele contar tudo nos seus mínimos detalhes. O plano do tio dele era exatamente esse, isentar a culpa dele no crime, sendo assim ele contratou a própria filha como prostituta de luxo, acionou Eliot para estupra-la e ele mesmo a matou, mas sem deixar seus vestígios. Por isso pareceu tudo tão criminoso e "fácil".

- Tá, e como explicar o infarto que ele sofreu pelo baque da notícia?

- Anticoagulantes. Ele tomou em quantidade não identificada um pouco antes da polícia procurar a família para dar a notícia, ele sempre soube. Ele sabia dos nossos próximos  passos, então se adiantou nessa parte também. Era tudo arquitetado e orquestrado por ele próprio, Meredith.

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