Parte II - Carrascos

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O elfo pediu que Roseris o encontrasse na manhã seguinte, numa clareira afastada do centro da cidade, para conhecer o restante da equipe.

— Bom dia, Roseris! Que bom que se juntou a nós. — disse o elfo — Agora que estamos todos aqui, vou me apresentar. Sou Leodor e trabalho para o rei.

— O que você faz? — Perguntou Roseris.

— Eu crio histórias e canções sobre grandes feitos...

— Você é um bardo? — Roseris o interrompeu, rindo — Não é um arqueiro?

— Não é porque eu sou um elfo que tenho que saber usar arco e flecha.

— Mas você sabe, não sabe?

— Sei. — respondeu à contragosto, e Roseris gargalhou – Isso não vem ao caso. Bem, como sabem, nós seis temos uma tarefa a cumprir.

— Nós? — ela questionou.

— Sim, eu sou parte da equipe. Algum problema?

— Nenhum.

— Como dizia, precisamos de um artefato sagrado da Corte Feérica, conhecido como O Livro das Fadas. Nós fomos escolhidos para essa tarefa.

— Não vamos nos apresentar? — Perguntou Roseris.

— Agora não.

— Eu acho que devíamos.

Leodor suspirou para manter a calma.

— Você começa. 

— Bom dia! — berrou — Meu nome é Roseris. Eu sou uma fada, como podem ver. Tenho 937 anos, sendo ladra e assassina profissional por mais de setecentos. Também conheço magia elementar.

— Muito bem. — Leodor apontou para uma jovem que até então ninguém havia notado que estava ali. Era pequena e magrinha, de pele escura, cabelos prateados e olhos azuis. — Ysaline, fale sobre você.

— Sim, senhor. — respondeu, timidamente — Eu tenho dezesseis anos. Sou princesa herdeira de Albalonia, e sou treinada para a guerra desde pequena.

— Galahar, sua vez. — um rapaz de estatura mediana, pele clara e longos cabelos negros se levantou. Ele tinha uma garrafa na mão.

— Me chamo Galahar, tenho vinte anos e sou um mago. — ele achou que alguém ia se impressionar com essa informação, mas ninguém sequer reagiu.

— Esqueceu de dizer que é alcoólatra e viciado em pó de fada. — disse Roseris, que causou um silêncio constrangedor no ambiente — Eu fui a única que notou?

— O que é pó de fada? — perguntou Ysaline, inocentemente.

— É um pó que sai de nossas asas que deixa os humanos alucinados.

Mais silêncio. Agora o mago só queria conhecer um feitiço que o fizesse invisível.

Havia mais dois homens no ambiente muito parecidos, com longas barbas negras e cabelos presos. Só que um era anão e o outro um gigante.

Quando os dois se puseram à frente, Roseris abafou uma risada.

— Meu nome é Araloth. — disse o anão, que apontou para o gigante — Esse é meu irmão, Jarek. Nossa mãe era uma gigante, e nosso pai um anão.

Roseris lacrimejava de tentar segurar o riso. Os irmãos e Leodor a olharam com reprovação, mas nada disseram.

— Nós somos os melhores guerreiros de nossa tribo. — O anão falava, enquanto o irmão gigante se mantinha sério e  calado.

— Agora que estamos todos devidamente apresentados, creio poder dar as instruções da missão. Ou a senhorita já sabe o que deve ser feito? — ele olhou feio para Roseris.

— Devemos encontrar um Caminho de Flores, chegar às Terras Encantadas, depois ao País dos Sonhos, ao Labirinto das Fadas, e enfim ao castelo real da Corte Feérica, onde encontraremos o Livro das Fadas.

Leodor suspirou mais uma vez, demonstrando o quando estava sem paciência com ela.

— Em resumo, é isso. Teremos um mês para treinar e planejar, e então partir para a missão.

— Precisamos de um nome para a equipe. — Disse Roseris.

— Não.

— Pode ser algo simples, como "Carrascos". Todos concordam?

Todos pareceram gostar do nome, exceto Leodor, que não aguentaria ouvir a voz de Roseris por nem mais um minuto. 


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O Livro das FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora