O elfo pediu que Roseris o encontrasse na manhã seguinte, numa clareira afastada do centro da cidade, para conhecer o restante da equipe.
— Bom dia, Roseris! Que bom que se juntou a nós. — disse o elfo — Agora que estamos todos aqui, vou me apresentar. Sou Leodor e trabalho para o rei.
— O que você faz? — Perguntou Roseris.
— Eu crio histórias e canções sobre grandes feitos...
— Você é um bardo? — Roseris o interrompeu, rindo — Não é um arqueiro?
— Não é porque eu sou um elfo que tenho que saber usar arco e flecha.
— Mas você sabe, não sabe?
— Sei. — respondeu à contragosto, e Roseris gargalhou – Isso não vem ao caso. Bem, como sabem, nós seis temos uma tarefa a cumprir.
— Nós? — ela questionou.
— Sim, eu sou parte da equipe. Algum problema?
— Nenhum.
— Como dizia, precisamos de um artefato sagrado da Corte Feérica, conhecido como O Livro das Fadas. Nós fomos escolhidos para essa tarefa.
— Não vamos nos apresentar? — Perguntou Roseris.
— Agora não.
— Eu acho que devíamos.
Leodor suspirou para manter a calma.
— Você começa.
— Bom dia! — berrou — Meu nome é Roseris. Eu sou uma fada, como podem ver. Tenho 937 anos, sendo ladra e assassina profissional por mais de setecentos. Também conheço magia elementar.
— Muito bem. — Leodor apontou para uma jovem que até então ninguém havia notado que estava ali. Era pequena e magrinha, de pele escura, cabelos prateados e olhos azuis. — Ysaline, fale sobre você.
— Sim, senhor. — respondeu, timidamente — Eu tenho dezesseis anos. Sou princesa herdeira de Albalonia, e sou treinada para a guerra desde pequena.
— Galahar, sua vez. — um rapaz de estatura mediana, pele clara e longos cabelos negros se levantou. Ele tinha uma garrafa na mão.
— Me chamo Galahar, tenho vinte anos e sou um mago. — ele achou que alguém ia se impressionar com essa informação, mas ninguém sequer reagiu.
— Esqueceu de dizer que é alcoólatra e viciado em pó de fada. — disse Roseris, que causou um silêncio constrangedor no ambiente — Eu fui a única que notou?
— O que é pó de fada? — perguntou Ysaline, inocentemente.
— É um pó que sai de nossas asas que deixa os humanos alucinados.
Mais silêncio. Agora o mago só queria conhecer um feitiço que o fizesse invisível.
Havia mais dois homens no ambiente muito parecidos, com longas barbas negras e cabelos presos. Só que um era anão e o outro um gigante.
Quando os dois se puseram à frente, Roseris abafou uma risada.
— Meu nome é Araloth. — disse o anão, que apontou para o gigante — Esse é meu irmão, Jarek. Nossa mãe era uma gigante, e nosso pai um anão.
Roseris lacrimejava de tentar segurar o riso. Os irmãos e Leodor a olharam com reprovação, mas nada disseram.
— Nós somos os melhores guerreiros de nossa tribo. — O anão falava, enquanto o irmão gigante se mantinha sério e calado.
— Agora que estamos todos devidamente apresentados, creio poder dar as instruções da missão. Ou a senhorita já sabe o que deve ser feito? — ele olhou feio para Roseris.
— Devemos encontrar um Caminho de Flores, chegar às Terras Encantadas, depois ao País dos Sonhos, ao Labirinto das Fadas, e enfim ao castelo real da Corte Feérica, onde encontraremos o Livro das Fadas.
Leodor suspirou mais uma vez, demonstrando o quando estava sem paciência com ela.
— Em resumo, é isso. Teremos um mês para treinar e planejar, e então partir para a missão.
— Precisamos de um nome para a equipe. — Disse Roseris.
— Não.
— Pode ser algo simples, como "Carrascos". Todos concordam?
Todos pareceram gostar do nome, exceto Leodor, que não aguentaria ouvir a voz de Roseris por nem mais um minuto.
651 palavras
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O Livro das Fadas
FantasiaO mundo de Astea sobrevive há quatro longas eras. Reinos, reis e rainhas surgiam e caíam novamente. Eras iam e vinham, mas apenas um lugar permanecia intocado pelo tempo. Um lugar tão belo e mágico quanto estranho e trágico, onde o maior perigo é o...