Prólogo

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Anna estava voltando para casa,uma pequena casinha próxima ao centro de Busan.
Já era um pouco tarde da noite,algo perto das 22h30.

Não havia nenhuma pessoa na rua e os postes iluminavam o seu caminho silencioso.
O toque de recolher seria em pouco tempo.

A situação era um pouco quanto estranha,os jornais anunciavam a notícia de um grupo,que eles chamavam de "Divergentes".

Segundo as notícias,esses divergentes eram um grupo genéticamente modificado em laboratório.

"Uma experiência financiada pelo governo".

Porém,nesse ponto ninguém tocava.

Os divergentes,eram acusados de assaltos e sequestros pela mídia.
Então,foram aplicadas algumas medidas de proteção à população,tais como um toque de recolher às onze horas da noite e várias viaturas policiais rondando a cidade inteira quase que o tempo todo.

A vida se tornava um pouco deprimente com tudo isso.
Anna,com seu olhos fixos ao chão suspirou fortemente,fazendo com que uma fumaça saísse de seus lábios.
Fazia frio naquela noite.

Andando mais rápido,com o intuito de assim chegar mais cedo em casa,Anna se aproximava de um cruzamento.
Sua casa era ali,a terceira para ser mais exata.

Uma casa média com: uma sala,uma cozinha,um quarto com um pequeno closet,um escritório,um banheiro,um pequeno jardim e também uma área de serviço. Tinha até mesmo uma sacada!

Realmente,Anna teve sorte em encontrar esse lugar.

O alívio de finalmente chegar em casa depois de um dia cansativo começava a dominar o corpo da garota que, logo abriu a bolsa para pegar as chaves.
Ela abre o portão da cerca de frente e começa a abrir a porta.

Porém a mesma começa a escutar barulhos de passos rápidos,alguém estava correndo de algo,ou de alguém.

Até que...

um garoto vira uma das ruas correndo.

Ele a vê,corre até ela pulando as cercas de entrada e a empurra para dentro da casa, fechando a porta rápidamente e os prensando contra a mesma,e o garoto coloca uma de suas mãos sobre a boca de Anna,enquanto a outra ia para as costas.
E contrariamente ao ato do tal garoto, Anna se debate tentando se soltar,porém paralisa ao escutar o som de um tiro,e vozes.

__Onde está?onde está aquele moleque?- mais um tiro disparado para o alto.__

__Perdemos ele! Que merda!-alguém bate o pé no chão.__

__Não! Isso não é possível! Vem,tentaremos achá-lo.__

E pela primeira vez,o garoto dirige os seus olhos para Anna.

__A chave!__

A voz tinha um tom doce,porém soava desesperada.
Ela não conseguia reagir,e o garoto percebeu,e ao deslizar o olhar pela garota,o mesmo viu que a mesma segurava o molho de chaves em suas mãos.

Pegou as chaves e rápidamente foi tentando cada uma,eram a terceira casa do lado esquerdo da rua,então teriam ao menos 5 minutos antes que aquelas pessoas viessem inspecioná-los.

Ao encontrar a chave,o garoto trancou a porta duas vezes e se virou para a garota.

__Olha,eu sei que deve ser assustador estar nesta situação com um completo estranho,mas os caras que estão lá fora estão atrás de mim. E vão vir inspecionar se a porta está fechada. Então,eu te imploro,não fale nada e nem respire muito forte quando eles chegarem perto,é para o seu próprio bem,okay?__

Anna respirou fundo,tentando manter a calma.Pobrezinha,estava palida e suas pernas tremiam por conta do medo.
A única forma de se expressar foi por meio de um simples aceno,sendo este de acordo com a proposta do rapaz.

__Okay,eu preciso que confie em mim por dois minutos,tá bom?__

Mais um aceno en concordância.

__Perfeito...Então vem!__

O garoto a puxou para o chão a colocando sentada de costas para a parede e o mesmo se posicionou de joelhos,quase que em cima dela,passou os braços por seu pescoço e abaixou a cabeça,como se estivesse tentando tampá-la.

Perto da porta havia uma janela,com curtinas bem finas e claras na cor verde pastel,as luzes dos postes atravessavam pelas mesmas e criavam um flash de luz para onde eles estavam.
Porém o garoto usava uma camisa de manga comprida e uma calça moletom na cor preta,então é por isso que ele está me "tampando",está tentando nos camuflar!

Os passos começaram a chegar mais perto da casa,abriram o portão da cerquinha e foram se aproximando da entrada da casa.
E então a macaneta da porta é flexionada,puxada para trás,porém falhas foram as tentativas de tentar abri-la.

Anna levantou um pouco a cabeça,encarando o rosto angustiado do garoto,eles manteram o contato visual,até que uma sombra começou a chegar perto da janela.

Os olhos de Anna arregalaram,um medo forte começou a circular por suas veias.
O garoto,se apertou mais contra ela,tentando o máximo possível os camuflar.

Um rosto se colou contra o vidro da janela,quem quer que seja tentava ver o que tinha lá dentro.
Anna sentiu uma vontade imensa de chorar,a adrenalina produzida pelo seu corpo era tanta que ela não conseguia mais distinguir seus sentimentos.

Estava na beira da sanidade,os nervos estavam à flor da pele,se continuasse assim,eles iriam ser pegos.
O garoto percebeu que ela não estava em seu melhor momento de lucidez, então para tentar ajudar-la,ele segura sua mão direita, entrelaçando os dedos e fazendo um mínimo carinho com o polegar,ele lutava para não soltar seus feromônios para acalmá-la,não podia!Eles iriam senti-lo também.

Até que finalmente o rosto foi se afastado e os passos também.

E agora? O que Anna faria com aquele estranho dentro de sua casa?

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