CAPÍTULO UM.

5.4K 840 247
                                    

Você está preparado?Você está preparado para isso?Você está bem preso no seu assento?Do outro lado da porta as balas atravessamCom o som dessa batida

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Você está preparado?
Você está preparado para isso?
Você está bem preso no seu assento?
Do outro lado da porta as balas atravessam
Com o som dessa batida.



ANOTHER ONE BITES THE DUST
Queen

●───────────────

0:00                       3:29

◂◂ ∎∎ ▸▸

ABAIXEI MEUS ÓCULOS ESCUROS, deixando-os cair em meu nariz enquanto olhava com nostalgia e saudade para a vista fora do aeroporto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ABAIXEI MEUS ÓCULOS ESCUROS, deixando-os cair em meu nariz enquanto olhava com nostalgia e saudade para a vista fora do aeroporto. O tempo continuava o mesmo, as árvores estavam iguais e tudo parecia incrivelmente ainda mais verde, o que me causou um certo rebuliço no estômago. Droga, como odeio cidades pequenas. Puxei a mala até um dos táxis estacionados por ali e me abaixei na janela, encarando o homem de idade que estava atrás do volante.

— Preciso ir para Forks. — Falo, chamando sua atenção. — Você está livre?

— É uma viagem de quase três horas. — Ele reclama, o que me faz bufar e sair de sua janela, puxando a mala para o próximo táxi.

Refiz a pergunta e o motorista me encarou, avaliando se eu teria dinheiro para a viagem. Curvo a sobrancelha, puta da vida com esses vagabundos que não querem trabalhar e, quando ele enfim vê que, sim, idiota, eu tenho dinheiro para pagar a corrida, ele sai do carro, abrindo o porta-malas para mim. Coloco a mala grande ali dentro, e depois entro no veículo. Minhas mãos coçam e, no instante em que me recosto no banco e sinto a brisa entrar pela janela, o maço de cigarro pesa no bolso da jaqueta.

O motorista dá a partida e, nos primeiros trinta minutos, me sinto inquieta no banco. Porra, preciso fumar. Olho para o velho gordo que dirige tão devagar que estava quase parando e sinto uma fagulha de esperança me subir quando vejo um maço de cigarro barato em cima do painel do carro.

Oh, céus... Obrigada.

Me inclino entre os bancos chamando a atenção dele e aponto para o cigarro.

— Você fuma? — Sondo o terreno, para ter certeza.

— Fumo. — Ele diz e sorrio, empolgada.

— Ótimo. Posso acender um cigarro? — Ele me olha pelo retrovisor e sorrio de lado, querendo apelar para a camaradagem dele. No fim, ele assente. Pelo cheiro de tabaco que estava no carro, ele costumava fumar aqui dentro muitas vezes.

Depois de quase metade do maço, duas horas e algumas conversas fiadas, Phill, o motorista do táxi, me deixa em frente a casa de Charlie. Olho com tédio para a estrutura antiga e imutável, já que continuava a mesma coisa de quando eu o visitei, há uns cinco anos atrás.

Era bizarro estar em casa, ainda mais para o casamento da minha irmã. Bells tinha achado sua outra metade da laranja e, surpreendentemente, ela me ligou em uma madrugada para perguntar se eu não queria vir. Eu estava meio sensível naquela época. Dizem que quase morrer faz com que a gente se importe mais com as pessoas a sua volta, e talvez por isso aceitei sem nem questionar sua escolha no mínimo idiota de casar cedo.

Quer dizer, aceitei depois de berrar pelo telefone, perguntando se ela estava grávida e se não, por que caralhos estava se casando? Depois de ameaçar desligar e dizer que tinha sido uma péssima ideia me ligar, Bella finalmente teve sua resposta.

Foi fácil me desligar da banda para o mês do casamento de Bells, já que eu estava tirando um tempo para me tratar. Morrer por causa do alcoolismo nunca foi uma coisa real até o dia que misturei todas as bebidas que tinha em casa e acabei caindo da escada, pendendo de bêbada.

A morte bateu na minha porta, mas eu a chutei para fora e mostrei os dedos do meio, porque não era minha hora ainda. Filha da puta apressada.

Guardei o maço de cigarro dentro do coturno e me despedi de Phill depois de pegar minha mala. Caminhei até a entrada da casa e, nenhum pouco afim de bater na porta, me abaixei e peguei a chave reserva debaixo do tapete.

Quando abro a porta, Charlie está na cozinha e Bella na sala, olhando com surpresa para mim.

— É aqui que uma jovem garota de dezoito anos não grávida vai se casar? — Falo sarcástica, chamando a atenção de papai que vem da cozinha secando as mãos no pano de prato. Ele ri, se adiantando para mim e me abraça rapidamente.

— Você está fedendo a cigarro. — Charlie me adverte quando nos separamos, seu rosto sério e desgostoso.

Bufo, revirando os olhos, e entro na casa, puxando minha mala e fechando a porta atrás de mim.

— E você a alho. Estamos fedendo, beleza. Nada que um banho não resolva. — Me viro para minha irmã gêmea, estendendo os braços para um cumprimento. — Hells Bells, venha dar um abraço na sua irmã mais velha!

Ela revira os olhos mas vem, seus braços se envolvendo ao meu redor.

— Três minutos mais velha.

— Mais velha de qualquer forma. — Dou de ombros, apoiando meu queixo no alto de sua cabeça, já que mesmo idênticas na aparência, eu fiquei com os genes altos da família de Charlie. — Onde está o felizardo que vai te levar ao altar?

— Você vai ver ele amanhã, quando forem ver os ternos. Por que não avisou que estava vindo? Eu teria te buscado. — Bella diz, as sobrancelhas curvadas e eu olho pela janela, vendo o carro preto estacionado em frente a garagem. Uma Mercedez.

Assovio, impressionada. Agora entendo o porquê de Bella se casar. O cara era rico. Esse modelo nem estava disponível nos EUA.

— Foi mais inteligente que eu, maninha. — Falo, tirando o sapato e indo para a cozinha, enquanto sigo Charlie. — Devia ter guardado minha virgindade para casar com um rico também.

— Pelo amor de Deus, Joan! — Charlie exclama, vermelho.

— Qual é, pai? Não é como se fosse um crime ter perdido o cabaço. — Tiro a tampa da panela, cheirando o molho que papai estava fazendo. — Que bom que tem comida pronta, tô cheia de fome.

A única coisa que papai faz é negar com a cabeça, murmurando "Jesus" e abrir a geladeira para pegar uma cerveja.

Era bom estar em casa, com pessoas que não sabiam que quase morri e que não se importavam que eu fosse uma maldita viciada. Era bom estar com minha família depois de tanto tempo.

𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐒𝐔𝐑𝐄, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora