CAPÍTULO DOIS.

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Pólvora, gelatinaDinamite com raio laserÉ garantia de explodir sua menteA qualquer hora

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Pólvora, gelatina
Dinamite com raio laser
É garantia de explodir sua mente
A qualquer hora.

KILLER QUEEN
Queen
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	Olho para meu reflexo no espelho, me movendo para os lados tentando ver todo o caimento do terno

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Olho para meu reflexo no espelho, me movendo para os lados tentando ver todo o caimento do terno. Diferente das outras madrinhas, eu não usaria um vestido longo ou de fala, pois o simples pensamento de usar um vestido me deixa enjoada. Desabotoei dois botões da parte de cima, deixando a camisa aberta entre os seios, mostrando meus colares. Levanto a cabeça, encarando de cima e jogo o cabelo para frente, testando se aquele terminou combinou mesmo comigo ou não.

Era uma peça simples: calça e blazer pretos, camisa branca. Na lapela do blazer tinha uma fita de cetim azul escuro que dava um charme a mais, e ao contrário de outros blazers que tinham somente um botão, este tinha três grandes e brilhosos, trazendo um pouco de brilho.

Sim. Ficou bom.

Depois de tirar o terno, saio do ateliê de Pierre, um amigo de Alice, a cunhada de Bella. Charlie, Carlisle, Emmett, Edward e Jasper estavam lá dentro, provando seus próprios ternos e aproveitei a chance para saciar meu vício. Tiro o maço de cigarro do bolso, pegando um e coloco na boca, procurando meu isqueiro nos bolsos do meu casaco. Quando enfim o acho, abro a tampa e acendo a chama, queimando o filtro do cigarro.

Solto a fumaça, olhando para a rua movimentada. Estávamos no centro da cidade, em Seattle. Viemos em dois carros, eu e papai na viatura e os irmãos Cullen em outro carro, guiando o caminho. No fim, não tivemos muito tempo para nos conhecer, já que Pierre era um maníaco da moda e assim que nos viu, mandou irmos provar nossas roupas.

— Joanna, não é? — Ouço uma voz vinda atrás de mim e me viro, dando batidinhas no cigarro para deixar as cinzas caírem.

Faço uma careta ao ouvir meu nome de batismo. Porra, já faz tantos anos que não ouço esse nome que era até estranho, como se não pertencesse mais a mim.

— Prefiro Joan. — Vejo o meu futuro cunhado parado fora da loja, alguns passos atrás de mim. Coloco o cigarro na boca, dando mais uma tragada. — Joanna é uma velha de oitenta anos, rodeada de gatos.

Ele ri baixo, as mãos despretensiosamente postas nos bolsos do seu moletom preto.

— Vejo que compartilha com Bella não só a aparência, como o desgosto pelo nome inteiro. — Edward sorri de lado, levantando a sobrancelha.

— E as semelhanças acabam aí. — Dou de ombros, voltando meu olhar para a rua. — E você devia saber o quão chato é falar sobre semelhanças com gêmeas. Hein?

— Me perdoe pela indelicadeza. — Pede, se pondo ao meu lado. Olha com certo desgosto para o cigarro e, revirando os olhos, jogo mais cinzas no chão, voltando a tragar e depois soltar a fumaça pelo nariz. — Tive a chance de falar com Charlie e Renée, pedindo a benção deles sobre meu casamento com Bella. Acho que é justo saber sua opinião sobre isso, visto que é a irmã mais velha.

Dou uma risada sarcástica. Abaixo e apago a bituca do cigarro na calçada, indo até uma lixeira que havia ali. Contraio os dedos, a necessidade de fumar mais um, mas estava tentando controlar aquele vício. Charlie não gostava do cheiro do cigarro e Bella muito menos.

— Cara, não sou eu quem vai casar com você. Por que quer minha opinião? — Sorrio de lado, olhando para ele. — Bella disse sim, então que merda eu tenho a dizer sobre isso? Não cabe a mim dar benção ou qualquer outra coisa do tipo.

Eu sei. — Seus olhos dourados vão de encontro ao meu, tentando tomar minha atenção mas me sinto entediada com a presença dele. Coço meus olhos, o gosto de tabaco na minha boca. Uma balinha seria bem-vinda agora. — Mas sou um cara das antigas, e quero ter a certeza que a família de minha noiva aceita nossa união.

— Percebo que é um cara das antigas só pelo jeito que fala, garoto. — Levanto a sobrancelha para ele, irritada com sua insistência. Minhas mãos vagueiam pelo bolso e pego o maço novamente, tirando mais um cigarro. Meus atos sendo automáticos. — Mas, já que insiste, não tenho nada contra sua união com Bella. Mesmo que isso não seja da minha conta.

Antes que eu possa acender o cigarro, vejo pelos vidros que papai já saiu do provador e decido terminar a conversa por ali. Entro no ateliê, guardando o cigarro solto no bolso e sorrio para Charlie.

— Uau, chefe, não sabia que você podia ser tão chique. Começo a me perguntar por que está solteiro ainda. — Faço graça, e papai enrubesce.

— Deixa de graça, garota.

Quando chegamos em casa, Bella estava fazendo o almoço e Edward esperou que ela terminasse. Depois, saíram os dois, deixando papai e eu sozinhos em casa. Comemos em silêncio e assim que coloco o prato na pia, sinto meu celular vibrar no meu bolso. O pego, vendo o nome de Jack aparecendo na tela junto de uma foto que tirei dele durante um show na Austrália.

Aviso papai que vou atender lá fora e saio pelas portas do fundo, indo para trás da casa e atendo a chamada.

— Fala, Jack. — Cumprimento, segurando o celular entre o ombro e a orelha e pego o cigarro que deixei solo no bolso, acendendo ele.

Hey, Jo. Mandei uma melodia pra você, pode dar uma olhada mais tarde e tentar encaixar uma letra? Matt tentou, mas você sabe o quão toscas são as músicas dele. — A voz de Jack é animada e, no fundo, consigo ouvir alguns instrumentos tocando sem ordem, que dizia que eles estavam no meio de um ensaio.

— Estou de férias, Solem. Me deixa descansar, inferno de moleque. — Solto a fumaça, olhando para o céu nublado de Forks. — Peça para o Jordan encaixar uma música. Ou o Luke. As letras deles são boas, eu tenho certeza que vão conseguir encaixar alguma coisa.

Mas eu quero uma letra sua! — Posso imaginar sua expressão agora. Jack era um marmanjo de vinte e cinco anos, que não havia crescido por dentro e continuava a droga de um garoto marrento e chato pra caralho.

— Merda, garoto. — Bufo, tirando a cinza do cigarro. — Vou dar uma olhada mais tarde. Espero que seja um material bom.

O material tá ótimo, Joan, para de ser chata. — Reviro os olhos. — Quando você vai voltar?

— O casamento da Bella é em... — Conto os dias mentalmente, tragando. Solto a fumaça quando enfim chego ao final da conta, respondendo Jack. — Duas semanas. Vou ficar umas duas semanas depois do casamento, então só volto lá pro meio de Setembro.

Merda, sentimos sua falta. Mas se divirta. E fala pra Bella que se ela quiser fugir pelo mundo e não se casar, eu estarei aí em um pulo.

— Vai se foder, Jack. Além dela ser minha irmã, eu sei que Bella não faz seu tipo. — Rio com sua gracinha, tragando mais uma vez.

Bem, não faz seu tipo. Mas sempre tive uma quedinha por você, então ficar com sua gêmea parece bom o bastante. — Ele ri, e sei que ele só está falando merda para me irritar.

— Mais uma vez: vá se foder, Jack. Vou desligar. Manda um beijo para os outros caras. Vai começar a chover logo, preciso entrar.

Não espero ele responder e só desligo a chamada, puxando mais um cigarro do bolso e o acendendo.

𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 𝐏𝐑𝐄𝐒𝐒𝐔𝐑𝐄, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora