- Então será assim que os demônios virão?
Estava em pé, com uma pose destemida, olhando para a linda paisagem em lugar no qual acabara de chegar. Apenas vendo o lindo vale das gramas verdes como nunca, o Sol, iluminando as montanhas, junto as árvores que lhe davam um lindo toque de vivência, no qual eu não sentia a muito tempo por trabalhar junto ao meu pai, que no ano, estava com uma grave ferida na perna esquerda, dando um aviso prévio de morte, aonde eu já estava conformado, aceitando, e logo tinha que organizar planos, para que quando o mesmo falecesse, eu que iria administrar a econômica financeira de onde nós morávamos. O sonho de sair dali, a cavalo, e desbravar o que esse mundo oferece era grande, mas, apenas um sonho, um sonho impossível, diga-se de passagem.
Sentei-me, e apenas comecei a olhar a paisagem, mesmo com os problemas em mente, ainda sim, eu poderia ter um pouco de paz, mesmo que ela não ficasse ali por muito tempo, até então.
- Arvid! - Disse Domenico que aparentemente correra cansado, a minha procura. - Porque não está na cidade? Você ficou louco? Você tem que trabalhar!
- Se acalme, Domenico, estava apenas admirando a paisagem, afinal, eu não posso ter um pouco de paz?
- Ande! E trate de me ajudar na colheita de trigo! - Ainda ofegante, não resistiu em me dar mais umas de suas severas broncas.
Me levantei do chão e bati em minhas roupas, me limpando da terra que acabara de sentar.
A caminho até o reino, um forte vento estava vindo, levando as folhas das belas árvores em volta, logo atrás, uma linda moça correu até nós, Amice, desesperada, em um estado de choque, chorando, apenas pedindo ajuda de Domenico.
- Por favor Senhor Damenico, me ajude! Erasto foi morto em sua casa! - Disse a moça chorando.
- Espera, o que? O que aconteceu?!
Não me surpreendi, por algum motivo, eu nunca fui tão ligado as minhas emoções, sempre me importei com as ações futuras, e não passadas, e, enquanto os dois estavam desesperados, eu estava apenas observando a paisagem, não há nada mais para fazer, afinal, Senhor Erasto está morto, não há possibilidade de reviver-lo. Despertei de minhas reflexões, e, olhando para trás, os dois estavam correndo, a caminho da cidade. Como não era problema meu, logo, andei normal, mais uma vez, observando a linda paisagem.
Chegando lá, boa parte do povoado estava reunido em volta da casa. Comecei a me enfiar na suja e pobre multidão, e consegui entrar na casa, e lá estava ele, o corpo de Erasto, junto ao Doutor Roland, que veio as pressas para verificar Erasto, mas, como sempre, nunca fez nada, nunca curou ninguém, era de fato um inútil.
Apenas olhei o corpo de Erasto no chão, com olhos frios, e pensando apenas "e se foi um assassino?".
A multidão em volta da casa começou a se desesperar.
- O que? Do que você está falando? - Um anônimo da multidão perguntou em tom de ansiedade.
- Um assassino? E agora? O que vamos fazer?
- Não pode ser um assassino! E o Doutor sabe disso! - Frustado por medo.
Dr.Roland logo se levantou depois de examinar o corpo. - Há sinais de perfuração por faca, a hipótese de um assassino é valida. - Nada mais que o óbvio.
A multidão surtou, os cochichos começaram, suspeitos apareceram, mas ninguém tinha certeza de nada, apenas dúvidas. A troca de notícias logo chegou ao rei Leopoldo, que, em ápice de loucura, começou a pensar em possíveis providências, e colocá-las em prática. Me admiravava o rei ser alguém tão incompetente, decidir coisas em apenas surtos de loucura? Porque tanto medo? Mas logo lembrei que não é o povo que escolhe se o rei é incompetente ou não.
Mais tarde, cartazes foram colocados nas desgastadas paredes de pedras da cidade inteira, "Quem encontrar o assassino da vila, ganhará 80 intrarins" era o que dizia. A minha sugestão infelizmente tomou um rumo absurdo, era um assassino? Teria um assassinos entre nós nós? E quem seria ele? tirando o cartaz, vi uma grande oportunidade de ganhar dinheiro, mas, como descobrirei o assassino? Enrolei o cartaz com minha mão e guardei em meu traje, pronto para descobrir quem era e finalmente ganhar os 80 intrarins que tanto precisava.De noite, adrentei-me em uma taverna local para ver se encontrava pistas do possível assassinato, estava a espera de Lucius, e também, o meu "melhor amigo", o dono do local que sempre pediria para que o ajudasse a arrumar o local em troca de algumas moedas. Eu não queria cobrar moedas dele, mas sim, informações, pois era o único que sabia de tudo que acontecia na cidade, e alguém bem importante nessa investigação.
A taverna estava em um estado desgastado, o forte piso de madeira lavado todos os dias mas pisado por desgraçados bêbados que nunca trouxeram algo de bom para a sociedade. Bebendo copos e copos todos os dias, e rindo de quem realmente trabalha, me admira saber que esse comportamento é claramente imitado pela família real, mas claro, de uma maneira decente.
Saber que as pessoas desperdiçam anos e anos de suas vida pacatas em atividades nada agradáveis para ter comida em casa e sobreviver e um tanto quanto perturbador, então, não há tanto problema quanto parece beber pelo menos 3 vezes na semana.Deixei de lado toda essa bobagem, e logo sentei-me a uma cadeira perto da bancada de Lucius. Não queria pedir nada pois estava economizando, apenas queria focar no que eu queria fazer, descobrir o assassino. Das cortinas da cozinha, vinha Amice, filha de Lucius, que ainda estava se recuperando do ocorrido, mas não poderia parar de ajudar seu pai nos pedidos. Ao me ver, a mesma se aproximou.
Nunca fui muito próximo a ela, apenas a provocava, pois ela parecia não gostar muito de mim, por envolver seu pai em minhas próprias aventuras. Na verdade, eu nunca fui próximo a quase ninguém se não fosse de minha utilidade. Nunca fui muito emotivo a pessoas, nunca me preocupei, então, não sabia distinguir se a Amice estava desesperada pela morte de Erasto por solidariedade, ou porque ela poderia estar ligada a algo sobre ele. Erasto e Amice nunca foram muito próximos, então o desespero irracional naquele dia estava bastante estranho.
- O que você quer? - Disse Amice com uma expressão um pouco brava comigo.
- Conversar com seu pai, algum problema?
- Foi você que deu a hipótese de um possível assassino entre nós e alguns dias depois queria descobrir quem seria o assassino?! Olhe! Eu não quero meu pai envolvido nessa história! - Amice bateu na mesa.
- Porque está tão ansiosa? Seria você a assassina?
- Porque diz uma asneira dessa?! - Amice agarrou eu meu traje e levantou-me na cadeira.
- Pois você foi a primeira que deu a hipótese de um possível assassino, não lembra? Correu desesperada para os braços de Domenico dizendo que Erasto havia sido assassinato, sem comprovação de Doutor Roland. - Tirei suas fortes mãos de meu traje, e voltei sentado com um olhar frio para sua face.
Um forte vento se alastrou e conseguiu derrubar todos os copos da caverna, e apagar todas as velas que iluminavam o local, deixando todos os bêbados ogros em um breu total, fazendo-os resmungar. Um grosso grito foi lançado a taverna, e eu reconhecia a voz, era de Lucius. Eu e Amice logo fomos para o quarto onde Lucius estava deitado no chão, com duas facadas em seu peito, sagrandando.
O desespero de Amice foi tão grande, a ponto da mesma acabar desmaiando ao ver seu pai deitado no chão do próprio quarto. Então, significaria que Lucius tinha algo haver com o assassino?
Logo me despertei, nunca fiz nenhuma teoria desde a morte de Erasto, como iria desvendar algo, sem esforço? Eu iria pedir toda a ajuda de Lucius, mas eu não queria isso, eu queria desvendar aquilo sozinho, como se isso fosse uma verdadeira aventura.
Vendo Lucius se agonizando no chão, lembrei dos ventos fortes, e pensei"O assassino é mágico?"
Logo ouvi os gritos de Lucius no chão, apenas me dizendo "Me ajude seu crápula!"
• História escrita apenas para estudos.