"Remédios"

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Acho que estou enlouquecendo.

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Segunda-feira, 29 de março

Estava em minha banheira depois de muito tempo. Não que eu tivesse parado de tomar banho, não, eu não cheguei nesse nível, pelo menos não ainda.

A questão é que me adaptei mais ao chuveiro, é até mais prático. Entretanto, hoje eu optei em não usar a ducha.

A água estava morna, um meio termo delicioso.

Respiro fundo o aroma daqueles explêndidos sais de banho que Nat havia me dado no mês anterior, ela disse que eu iria gostar, e acertou em cheio. Eu devo ligar para agradecer a ela depois.

Mas por enquanto, decido apenas fechar meus olhos e encostar a cabeça para trás, na beirada da banheira.

Acabo por pensar na noite em que tive aquele sonho estranho na sala branca, aquilo foi realmente sem sentido. Não fazia ideia de onde eu estava e nem de quem estava me tocando, isso para mim era bizarro.

Ouço Jarvis me avisando que estava no meu horário de tomar os remédios antidepressivos. Droga.

Pego os comprimidos num criado ao lado da banheira e jogo todos de uma vez na boca, usando um copo d'água como ajuda para engolir aquilo tudo.

Respiro fundo.

Eu não sei quanto tempo passou depois que tomei os remédios, só sei que cochilei lá mesmo, na banheira.

Eu estava totalmente vulnerável, porém cansado, era assustador o quanto aqueles remédios me causavam um sono imediato, talvez seja isso. Menos tempo acordado, menos impulso para se matar.

Sonhei com aquela sala novamente.

Estava tudo igual. Tudo era branco, vazio e frio. Eu estava na mesma posição do sonho anterior, deitado olhando para o teto, a diferença é que eu estava despido, assim como na banheira.

Não era possível que fosse uma coincidência. Eu sentia que aquele ambiente era o meu subconsciente, de certa forma.

Não passou muito tempo até que sentir toques nas minhas coxas, como se alguém estivesse acariciando elas.

Me senti estranho, queria sair dali ao mesmo tempo que estava... gostando dos toques?

Porra, agora eles estavam subindo para meu tórax.

As "mãos invisíveis" eram realmente habilidosas, elas sabiam o que estavam fazendo. O toque era suave enquanto subia e descia na extremidade do meu tórax. Aquilo era bom.

Acordo com o telefone tocando.

Após sair e me secar, coloco um roupão vermelho e vou até a cama onde o telefone estava e atendo.

- Tony Stark falando.

- Alô, Tony!

Era a Natasha, sua voz estava num tom entusiasmado com um pouco de preocupação, eu devo ter demorado a atender ou era a ansiedade dela falando mais alto.

𝕀 𝔽𝕠𝕦𝕟𝕕 𝕐𝕠𝕦 - 𝕀𝕣𝕠𝕟𝕤𝕥𝕣𝕒𝕟𝕘𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora