"Voz"

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Eu bem que gostaria de ficar mais um pouco.

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Uma semana se passou desde o dia que eu tentei me matar no banheiro de uma boate de strip.

Confesso que Strange foi muito atensioso comigo durante esse tempo, era ele que trocava meu soro e me trazia comida.

Já era o dia da minha alta, estava radiante, feliz por finalmente sair daquele quarto entediante e branco.

Branco...

Eu tivera outro sonho daqueles de madrugada, mas dessa vez houve algo a mais.

Foi no mesmo espaço de sempre, mas dessa vez eu estava de pé, de frente para uma das paredes inteiramente brancas. De repente, sinto toques abaixo da minha camisa, toques aqueles que, por Deus, me fizeram suspirar.

Eram aconchegantes, ao mesmo tempo que pareciam querer me provocar. O mais assustador nisso tudo é que eu não sei de quem são.

Os toques ficaram mais severos, agora parecia que braços me seguravam por trás, e as mãos dedilhavam meu tórax como se meu tronco fosse um piano.

- Você gosta disso, Tony Stark?

Minhas pernas ficam bambas com aquela voz profunda e solto um supiro. Me viro de uma vez para testar se dava para ver o dono ou dona daquelas mãos incríveis. Haviam apenas... borboletas. Sim. Borboletas azuis, milhares delas.

Depois disso eu só me lembro de acordar e estar tomando banho para sair desse hospital exaustivo.

Já na saída, chego ao balcão para falar com a recepcionista. Ela me devolve as roupas que eu estava usando no dia da overdose, elas estavam limpas e cheirosas, alguém tinha lavado.

Andando até o que eu gostava de chamar de liberdade, levo um susto com paramédicos e médicos adentrando o hospital arrastando uma maca com uma mulher em cima. Em poucos milésimos de segundos, Stephen Strange chega terminando de vestir o uniforme azul marinho de neurocirurgião, ele estava apressado e ainda não tinha colocado a touca, seu cabelo estava meio bagunçado, mas arrumado ao mesmo tempo.

- Qual é o caso? - os outros médicos, ao verem, pararam a maca.

- Angeline Pierce, 22, vítima de atropelamento, aparentemente foi um rompimendo das artérias caótidas internas, ela também quebrou um fêmur e teve duas costelas fraturadas. - o paramédico explicava tudo rapidamente enquanto Strange ouvia com atenção, seus olhos azuis esverdeados estavam fixos na paciente.

- Angeline, meu nome é Stephen Strange, consegue me entender? Compreende o que houve com você? - ele perguntava calmamente enquanto apontava uma pequena lanterna para os olhos da mulher.

- S-sim... sim, eu compreendo... - Angeline responde fraca, mas um pouco lúcida.

Stephen fica alguns segundos calado ao perceber que eu estava observando a situação.

- Certo, levem ela para a sala 13 e chamem a ortopedista. Eu já vou.

- Sim, doutor. - os médicos o obedecem e se retiram com a maca.

Ele se dirige até mim. Sorrio de leve.

- Seus dias começam assim sempre?

- É trabalho de qualquer forma.

...

- Bom... eu estou de saída, vai se ver livre de mim - faço piada.

- Eu não diria isso, você foi um bom paciente.

𝕀 𝔽𝕠𝕦𝕟𝕕 𝕐𝕠𝕦 - 𝕀𝕣𝕠𝕟𝕤𝕥𝕣𝕒𝕟𝕘𝕖Onde histórias criam vida. Descubra agora