Capítulo 9

72 5 4
                                    

Minhas noites e madrugadas estavam sendo maravilhosas e incríveis, porque  nesses horários eu recebia muito amor e prazer de Claudia, e eu tentava devolver em dobro todas essas sensações que ela me proporcionava. Durante todo o dia tínhamos que nos comportar muito bem, eu fazendo meu papel de capitão e ela de uma mulher sem memória. Claudia ainda não havia  recuperado suas lembranças, mas ela mesma me falou que não se importava mais com esse problema. Disse que agora sua vida me pertencia, que  iniciaria uma nova história comigo, que seu passado não a interessava mais, e não queria que procurassem mais informações. Por um lado me sentia  muito feliz e tranquilo com sua decisão, porque eu estava amando muito essa mulher, não aguentaria mais viver sem sua presença, sem seus toques, gostos e cheiros, sem a sua personalidade, sem seu jeitinho ingênuo e meigo de ser, tudo me encantava, tudo me atraía ainda mais para permanecer atado à ela. Mas por outro lado tinham algumas questões que me deixavam muito preocupado e acordado durante algumas madrugadas. O meu amor estava se tornando totalmente dependente de mim, e claro que eu estava amando, proteger e cuidar dela, lhe dar toda a atenção possível, amor e carinho, para mim eram os meus deveres. Mas tem um porém, e se por acaso algo de ruim acontecesse comigo? Se eu fosse morto?  No lugar onde estamos alojados isso é algo recorrente em nossos pensamentos. Quem zelaria por  Claudia se algo pior ocorresse comigo? Se pelo menos fosse descoberto algo do seu passado, algum parente, me sentiria mais tranquilo. A qualquer momento nesse lugar, eu  poderia ser convocado para uma missão especial e de alto risco. Só estávamos esperando informações plausíveis sobre onde se refugiavam os terroristas iraquianos, e a partir do momento que descobrissemos algo, iríamos atacá- los. E muitos militares não retornam vivos dessas missões. Nem poderia cogitar de revelar essas informações para o meu amor, ficaria apavorada, mas temo que esse momento está se aproximando, e não posso me negar de participar de uma missão especial, é a minha obrigação,  escolhi isso para minha vida. Mas agora com Claudia tudo muda de figura, sou um homem muito corajoso, mas tenho meus receios, pode acontecer de eu ser morto, e pode surgir alguém importante do seu  passado a querendo de volta, como por exemplo filhos ou um marido, e também imagino que seja quase certeza que ela esteja grávida de mim, eu me lembro que antes de nós dois termos relações sexuais, teve uma semana que ela menstruou, e me virei em mil para arrumar algo que pudesse substituir absorventes, porque com certeza na nossa base militar não haveria ninguém que menstrue. E agora estou muito atento, esperando que a sua menstruação apareça. E se não menstruar, estará crescendo em seu ventre um filho meu, e essa será a segunda maior responsabilidade de minha vida, porque Claudia é a primeira, me sinto totalmente responsável por ela, e a amo mais que tudo nesse mundo, ainda mais se  estiver gerando nosso filho. Agora eu e Claudia estamos nos prevenindo ( não sei se vai adiantar muito, pois acredito que já esteja grávida), pois meu amigo Machmoud foi designado para encontrar preservativos,  agora não sei como ele conseguiu sem levantar suspeitas. Eu e Claudia até que tentamos diminuir nosso ritmo, mas à noite quando nos deitamos juntos em nossa cama é impossível não fazermos um amor bem delicioso entre nós. Ela é irresistível, não podemos nem chegar perto um do outro que nossos corpos começam a ferver, e não consigo resistir, ainda mais que penso que já está grávida. E apesar dos meus receios, estou amando tudo que está acontecendo agora em minha vida. É o que sempre desejei e pensei que nunca aconteceria comigo, mas fui muito bem surpreendido.

   Era uma manhã comum, e os soldados estavam se preparando para partirem em direção à estação de bombeamento, para trazerem  água mais tarde, para saciar a sede dos moradores desse pequeno vilarejo. Ao longo do dia eu e meu amor  mantinhamos nossa rotina, tentávamos disfarçar o amor que sentíamos um pelo outro, e era bem complicado, sempre ficávamos preocupados por estarmos chamando a atenção de alguma maneira. Então decidi, e Claudia concordou, de deixarmos a porta do nosso quarto aberta o dia todo, antes várias vezes se mantinha trancada, e aproveitavámos para trocar beijos e carícias, mas precisamos ser mais cuidadosos, e decidimos que só iríamos ter qualquer tipo de íntimidade durante a noite, quando todos os soldados estivessem recolhidos em seus quartos.

Guerra sem Fim ( em pausa )Onde histórias criam vida. Descubra agora