Capítulo 13

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   Depois da minha ação impensada, vários soldados da base militar, que estavam próximos, escutando meu urro de ódio e dor misturados, se aglomeraram ao meu redor, muito preocupados e perguntando o que havia acontecido, e eu nem conseguia responder, estava totalmente desnorteado. Com a confusão logo meu amigo Machmoud apareceu e olhou horrorizado para minha mão ensanguentada, e de imediato me arrastou para a sala do Dr Powell. Entrando em seu consultório improvisado, o médico se assustou com o que observou, e já me perguntou se havia explodido uma bomba em minha mão, e simplesmente lhe disse que havia socado uma parede. A dor que eu estava sentindo era insuportável, mas o que mais me preocupava era como  explicaria para Claudia o que aconteceu.

   O Dr Powell me disse que era necessário em primeiro lugar limpar o excesso de sangue e verificar se alguma veia havia rompido, e depois aplicar uma anestesia local, porque com certeza precisaria levar pontos, pois se percebia que havia uma laceração em minha mão, e também era preciso analisar se houve uma fratura de ossos  ou uma luxação. Depois de ser efetuado os primeiros cuidados, o Dr começou a examinar minha mão, e após um tempo, deu seu diagnóstico:

   - Capitão Syverson, como o senhor  sabe sou um clínico geral, e como te disse antes, durante nosso curso aprendemos o básico sobre todo o corpo humano, e após isso nos especializamos em uma área, então não posso afirmar com certeza absoluta o que houve com sua mão, mas é bem provável que seja uma lesão popularmente conhecida como fratura do boxeador, e mais comumente chamada em nossa área como a fratura do quinto metacarpo. E em nossa base nossos recursos não são muitos, não temos nem um Raio X, então o tratamento dessa fratura será feito através de uma imobilização gessada, e antes será necessário dar alguns pontos  na laceração de sua mão. Alguma pergunta capitão?

   - Não Dr Powell, só comece logo a fazer o que tem de ser feito, e me dê um remédio para dor também.

   Após uns quarenta minutos o  trabalho do médico havia sido concluído, e me retirei do seu consultório com a minha mão esquerda toda imobilizada. E isso não era nada, comparado com o susto que o meu amor levaria ao me ver nesse estado, mas não havia como eu esconder a mão  para ela não ver o estrago. O pior seria contar o motivo do porque reagi dessa maneira, como explicar à ela que o tenente pretende levá-la da base o quanto antes possível, acredito que Claudia não pretende se separar do seu capitão, (eu no caso) que ela tanto ama.

   Antes de eu entrar em nosso quarto, escondi minha mão esquerda atrás de meu corpo, e quando abri a porta avistei Claudia e Aika em cima da cama. Assim que o meu amor me notou correu em minha direção, me abraçou e estranhou minha mão escondida, e curiosa me perguntou:

   - O que você trouxe para mim, meu amor? - problemas, pensei.

   - Meu amorzinho, tenho algo para te falar, mas fique tranquila, não é nada grave, é que machuquei minha mão.

   Logo que falei isso, mostrei minha mão enfaixada, e ela se assustou muito perguntando quem tinha me machucado. E minha vontade era de dizer que quem causou esse acidente  foi o tenente Lasse "Bonitão". Claudia pegou em minha mão com delicadeza e a observava de todos os seus ângulos e disse à ela:

   - Não se preocupe, meu amor, eu estou bem, só está doendo um pouquinho, vamos sentar na cama para eu te explicar tudo o que houve.

   Eu precisava contar a verdade, de que o tenente pretende removê- la da nossa base militar, não posso esconder algo tão sério, acredito que ficaria ainda mais nervosa. E de repente ela até poderia aceitar a ordem do tenente do  "Cabelo Comprido Loiro", pensando no bem estar de nosso bebê, realmente eu estava bem preocupado se alguma complicação ocorresse, ela está no começo de sua gestação, e a qualquer momento poderia ocorrer algum problema, e não teríamos para onde correr para salvar ela e o bebê. Até certo ponto o tenente estava certo, mas se Claudia partir com o meu filho em sua barriga, para outro local, eu não aguentaria ficar sem os amores da minha vida.

Guerra sem Fim ( em pausa )Onde histórias criam vida. Descubra agora