“Mesmo que as estrelas possuam luz própria, seu sorriso continua ofuscando todas elas.” – Oliver Pietro
Morar perto de um campo de futebol, deve ser o maior sonho para um fanático pelo esporte, né? Pena que para mim, é um dos meus maiores pesadelos, especialmente quando eu desejo paz e silêncio. Só que para todo lado ruim, deve existir um lado bom. E foi por causa dessa pequena existência de bondade, que eu estou aqui sentada na grama admirando as minhas preciosas estrelas. Algumas músicas tocam perto de mim no volume baixo, deixando o clima o mais agradável possível. Essa paz que preenche o meu coração, era tudo o que eu precisava agora, só não esperava sentir um aperto no peito após o fim de uma música e o início de outra.
Era Remember That Night?, uma das minhas músicas favoritas. Mesmo com todas as lembranças e emoções que me fazia sentir, eu não conseguia desapegar dessa linda música. Logo, sinto os meus lábios se abrirem num largo sorriso assim como sinto a minha barriga ser preenchida por um redemoinho de borboletas. Uma imagem aos poucos volta a minha mente e os meus olhos começam a ficar úmidos, mesmo que eu esteja mantendo o sorriso, todo o meu coração está destruído.
Eu costumava ter uma grande companhia para admirar as estrelas, mas já tem alguns anos que ele fora embora sem se despedir, e além de levar o meu coração, ele também levou os meus melhores sorrisos, aqueles que ele sempre fez questão de elogiar.
Pois é, o amor é uma merda.
E quando é um amor à primeira vista e o primeiro amor a balançar o seu coração, parece que deixa o mundo mais sufocante do que já é.
☆❯────「🦋」────❮☆
4 anos atrás.
Onze e meia. Esse era o horário que marcava o início do meu primeiro amor, aquele que eu não fazia a mínima ideia que iria acontecer em poucos segundos.
Eu estava sentada na grama, como todos os dias, desde dos meus sete anos, agora tenho treze anos e acredito que será assim até a minha morte. Mas hoje, eu tenho um pressentimento que a noite será diferente. Enquanto eu observava as estrelas e me encantava por cada uma, pensava quando eu teria alguém que me olhasse do mesmo jeito que eu as olho. “Será que irá demorar muito?”, era uma das perguntas que eu mais me fazia e como se o universo sentisse pena de mim, ouvi uma voz chegar aos meus ouvidos.
— Oi! — falou uma voz masculina, um tanto infantil, enquanto sentava-se ao meu lado. Automaticamente larguei os meus pensamentos, para saber quem era.
— Oi. — respondi timidamente, após ver como ele era bonito e cheiroso, aparentava ter a minha idade, mas o que me deixou tímida nem foi sua beleza foi a maneira como meu coração ficou acelerado e as minhas mãos ficaram suadas, completamente do nada.
Talvez tenha percebido que fiquei distante, pois logo voltou a falar puxando a minha atenção para si.
— Eu me chamo Oliver Pietro e você? — perguntou-me, curioso. Sua voz era tão suave que poderia ouvir pelo restante da minha vida.
— Gabrielly Morato, é um prazer conhecê-lo. — abro um sorriso tímido e volto a olhar para o céu.
— Digo mesmo. — diz baixo e também leva o olhar para o céu, após alguns minutos abrindo e fechando a boca ele finalmente resolve voltar a falar — Você gosta tanto assim das estrelas? — concordo, olhando para seus olhos castanhos claro — Faz apenas alguns meses que moro aqui, mas sempre vejo você vir até aqui encarando o céu sem parar.
— As estrelas fazem com que eu sinta uma paz totalmente inexplicável, sinto como se eu estivesse conectada com elas. — digo animada. Amo falar sobre as estrelas.
— Talvez, eu também me sinta conectado. — diz sem tirar os olhos de mim, com um sorriso enorme — Aliás, eu tenho doze anos e você?
— Treze. — sorrio e ele desvia o olhar.
Não houve a necessidade de muitas palavras, apenas eu, ele, as estrelas e o silêncio foi o suficiente para nos comunicarmos. Mesmo que tenhamos conversado um pouco mais, o silêncio confortável que ficava no final de cada palavra dita nos fazia sorrir sem parar.
— Oh, não! — disse num sobressalto que o fez ficar em pé, imediatamente — Eu tenho que ir, está tarde.
— Sim. — também me levantei, era quase uma da manhã.
— Eu poderia ter o seu número? Para a gente ver as estrelas juntos novamente. — diz, dando um sorriso tímido.
— Não sei. — passo a mão pelos cabelos — Acabamos de nos conhecer, ainda somos estranhos, já foi muito arriscado conversar com você e... — ele me interrompe, me dando o celular dele.
— Por favor. — diz num tom de voz manhoso. Eu olho para as estrelas e quando vejo uma piscar para mim, pego seu celular e digito o meu número — Muito obrigado, shine. — sorriu e foi embora.
Após aquele dia, passamos a nos encontrar todas as noites possíveis e era tudo tão incrível, até que chegou a noite do nosso último encontro.
— Perdoe-me pelo atraso, shine. Tive uns problemas em casa. — disse, enquanto me abraçava — Esperou muito?
— Não, apenas o suficiente. — rimos e eu o puxei para outro abraço.
Seu cheiro, assim como em todos os dias, estava tão bom. Nos afastamos e nos olhamos profundamente, logo vi seu olhar mudar e em poucos segundos ele colou seus lábios no meu, poderia ser apenas um selinho demorado, mas para mim era um lindo beijo de cinema.
Ele se afasta, depois de alguns minutos e suas bochechas ganham uma certa coloração.
— Desculpa, eu não deveria ter feito isso. — disse todo nervoso.
— Está tudo bem, não precisa pedir desculpas. — sorrio e dou um beijo na sua testa — Fico feliz que você tenha tomado a iniciativa, pois eu estava louca por isso. — rimos.
Nos sentamos na grama e observamos as estrelas, ele passou o braço pelo meu ombro me abraçando e eu automaticamente me aconcheguei nele.
— As estrelas estão mais brilhantes hoje, né? — digo com um leve sorriso nos lábios.
— Mesmo que as estrelas possuam luz própria, seu sorriso continua ofuscando todas elas. — responde olhando para mim, do mesmo jeito que eu observo as estrelas.
— Eu não sou tudo isso, Oliver. Já lhe disse muitas vezes. — disse um pouco tímida, tentando ao máximo esconder as minhas bochechas vermelhas e a minha falta de palavras, após sua resposta genuína.
— Claro que você é, shine! Só não consegue ver seu brilho e sua beleza ainda. — fala timidamente e logo depois me dá um beijo, não um selinho, um beijo de verdade, daquele que faz o nosso coração querer explodir. Seu alarme toca e nos afastamos. É sempre assim, sempre tocando nos melhores momentos, alarme maldito, tudo culpa dos pais estranho dele — Desculpa, tenho que ir. — nos despedimos e ele foi embora.
Continuei olhando para o céu e depois voltei para casa. Lhe mandei um boa noite e percebi que tinha sido bloqueada em todas as suas redes sociais. Após aquele dia, nunca mais nos vimos. Meses depois descobri que ele tinha ido embora.
☆❯────「🦋」────❮☆
Tempo presente.
Se eu soubesse que aquele seria o nosso último momento juntos, não o teria deixado ir. Olho as horas e são quase uma da manhã, recolho minhas coisas e corro para casa, entro silenciosamente no meu quarto, como faço toda noite e vou direto para cama.
Amanhã será o primeiro dia de aula do meu último ano no ensino médio e com certeza acordarei cansada por dormir poucas horas. Adolescência, né? Momento perfeito para sermos inconsequentes.🦋
(Capítulo modificado)
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O Impacto das Estrelas
RomanceTrês pessoas: Oliver Pietro, Gabrielly Morato e Luis Henrique. Unidos por um único desejo: Encontrarem o amor verdadeiro. Oliver Pietro foi o seu primeiro amor, mas acabou indo embora sem deixar rastros. Isso fez com que Gabrielly desacreditasse do...