Ano 1868
"Finalmente chegamos ao fim diário, minha guerra está perto de acabar, mais perto do que a última vez. Eu preciso disso, preciso dar a eles o descanso que merecem. Não há tempo que cure um sentimento tão profundo.
Ao mesmo tempo que almejo todo final, todo caos. Torço para que perpetue mais e mais, que nunca tenha fim e ele possa estar sempre ao meu lado, mas mesmo que ele retribua esse sentimento, uma hora chegará nosso fim e eu não poderei impedir.
Eu o dei esse nome, Sebastian. Dei-lhe um lar, um lugar quente e que não estivesse ao relento. Dei meu corpo e vendi minha alma, por mais que desde que nos conhecemos eu soube, que eu seria dele de qualquer maneira.
Me desculpe por isso meu amor. Não poderei estar viva e ao seu lado para sempre. E espero que aquela carta te console o suficiente.
Sebastian, meu amor é seu pelo resto da minha vida e morte. Unicamente seu.
"Meu amor." - e falando no diabo.
"Sim? Aconteceu alguma coisa meu amor?" - fechei o pequeno caderno com calma e ele se aproximou segurando mais um castiçal aceso.
"Algumas notícias boas." - me afastei da mesa e me pus de pé, sentindo seu corpo abraçar o meu por trás e me deixando impossibilitada de mover.
"Diga então, não há necessidade de tamanha cerimônia." - o repreendi e seu aperto se tornou um pouco mais forte.
"Tenho medo de dizer, e perde-lá mais cedo do que espero."
"Sabíamos que isso aconteceria, uma hora ou outra." - me soltei e encarei seus olhos. - "Não me faça usar uma ordem, Sebastian."
"My Lady... Sua vingança. Já está pronta." - ele falou baixo e eu me aproximei dele, em passos lentos.
"Você encontrou-o Sebastian?" - ele confirmou e eu segurei a gola do seu terno. - "Onde ele está? Me leve até ele agora."
"Meu amor. Não podemos."
"Claro que podemos."
"Você irá morrer se for."
"Eu não me importo. Vamos agora!" - esbravejei e ele arrumou sua coluna. - "É uma ordem!"
"Não." - ele respondeu e eu arregalei meus olhos.
"Você não pode me desobedecer, demônio. Ponha-se no seu lugar."- respondi nervosa e ele se manteve sério e estático.
"Eu irei desobedecer. Não vou arriscar perder o amor da minha vida para a ganância cega dela." - aquilo me arrancou um sorriso sarcástico e algumas batidas descompassadas do meu coração.
"Ganância? Eu estou a doze anos atrás de vingança Sebastian. E no fim disso tudo eu irei morrer mesmo, afinal vai tomar minha alma." - ele se aproximou e o encarei com raiva. - "Não me subestime a minha raiva."
"O culpado pela morte deles é um anjo." - eu realmente não poderia ter uma notícia pior. Assim como demônios e ceifeiros, anjos também são as criaturas que andam por essas terras e se bobear, conseguem ser piores que demônios, os supostos malignos do pedaço. - "Eu não arriscarei todo nosso esforço porque você não conseguiu se controlar."
"Como se você soubesse fazer isso, demonio." - resmunguei contrariada, ele infelizmente estava certo, mas não assumiria jamais.
"Além disso, não precisamos ir atrás dele. Ele virá até nós."
O demônio me abraçou de repente e só consegui o apertar mais ainda, e logo as janelas do meu quarto se despedaçaram com a entrada da criatura alada. Eu não imaginava que aquele desgraçado fosse aparecer por aqui.
Que medo.
"Que terrível escolha, mulher. Morrerá por causa de um demônio como todos na sua família." - a voz esquisita chegou aos meus ouvidos e um sentimento ruim subiu por toda minha espinha. Eu não iria fugir.
Me afastei de Sebastian e encarei o anjo branco, ele era bonito, os olhos roxos brilhavam em excitação ao me ver encará-lo sem medo , os cabelos brancos passavam do ombro e ele se vestia como uma guarda pessoal da rainha.
"Você que ira me matar, anjo?"
"Certamente, senhora." - ele se curvou como um bom cavalheiro e eu apenas abri um sorriso pequeno.
"Sebastian." - dei as costas para o anjo e caminhei até meu marido e sussurrei em seu ouvido, antes de me virar para o anjo de novo e rasgar o tecido que tampava a marca. - "É uma ordem, Sebastian."
"Yes, my lady."
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O Capítulo é curtinho, mas é de matar....
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Azul Celestial - Sebastian Michaelis X OC
FanficA mais anos do que eu posso contar nos dedos, eu nasci. Vinda de uma família rica, eu fui uma garota bem criada, estudiosa, educada, que sabia montar a cavalo e usar uma espada, aprendi economia e administração, aprendi a dançar valsa. Debutei com o...