Hermione

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Capítulo 13 - Hermione

Hermione sentiu o corpo segurar a respiração e todos os seus pelos arrepiarem, aquele homem diante de si era apenas uma sombra do que Lucius Malfoy já fora um dia, mas ainda era Lucius Malfoy. Ele trazia em seu rosto o cansaço explicito, seus cabelos outrora tão brilhosos e bem penteados agora estavam presos em um rabo de cavalo mal feito com fios saindo por todos os lados, não havia mais brilho e nem beleza. A pele bem cuidada trazia manchas e rugas que não estariam ali se não fosse um fugitivo, ainda assim ela temia aqueles olhos. Eram astutos e perigosos e agora não tinham nada a perder. Não podia se deixar levar pela aparência acabada dele, havia uma varinha em sua mão e a família Malfoy sempre carregava a fama de serem condescendes com as artes das trevas, por isso o senhor Malfoy possivelmente já saberia como matá-la sem nem mesmo se mover muito.

Ela estava em perigo sem varinha, tinha que contar apenas com sua inteligência, no entanto, naquele momento era difícil conseguir raciocinar algo, era como se tivesse perdido uma parte importante de si, o senso de sobrevivência. Tinha que recuperar, tinha que se esforçar.

- Não imaginei que a encontraria aqui. – Disse o senhor Malfoy olhando-a de cima abaixo. – Pensei que tinha morrido junto com seus amiguinhos. Cheguei a ver a morte do Weasley. Foi tarde, ele manchava os nomes dos bruxos.

O tom insultante com que ele se referira a Rony fez Hermione cerrar os lábios, seus olhos estreitaram um pouco e por dentro houve um rugido desesperador de quem queria vir a tona. A dor da lembrança da morte do amigo ardia em sua garganta, mas ela não aparentou sentir, apenas seguiu olhando para o homem que agora andava pela sala mexendo nas coisas que estavam por ali, pertences dos antigos donos daquela casa que Snape não mexia por respeito a morte deles.

- É interessante.

- O que é interessante? – Perguntou Hermione acompanhando cada passo do homem pela sala.

- Você aqui. Severus nunca foi de ter escravas. O Lord nos permitia termos nossos escravos e ele sempre negou, no entanto olha só você aqui.

- Eu não sou uma escrava. – Retrucou a menina sentindo as maçãs do rosto esquentarem, esse mesmo calor começava a subir por sua barriga.

- Ah não? Então o que faz na casa de um comensal e sem sua varinha?

- Não interessa a você.

Malfoy se aproximou devagar fazendo Hermione se encolher e recuar para a parede.

- Petulante como sempre, senhorita Granger. Acredito que não queira que seu mestre a castigue não é mesmo? – O homem sorriu torto quando a menina fez um movimento involuntário em sua direção como que querendo impedi-lo de continuar a falar, mas então se deteve e apenas abaixou a cabeça. – Ah sim, todas sempre têm esse mesmo medo, o medo do mestre, do dono. Aquele medo que as fazem ficar de quatro se ele mandar. Diga-me onde está seu mestre?

Hermione engoliu em seco e permaneceu encarando Malfoy sem responder.

- Me obedeça.

- Você não manda em mim, apenas ele.

- Ah, eu poderia muito bem fazê-la me obedecer se eu quisesse.

A mão de Malfoy se estendeu tocando em uma mecha do cabelo da menina que estava caída por cima de seu vestido. Imediatamente alarmes tocaram em seu interior, ela estava em perigo e precisava agir. Sentia como se tudo ao seu redor estivesse preto e branco e de repente começasse a ficar colorido. Tinha que ganhar tempo, Snape estava quase chegando, sabia que ele não ficaria muito tempo na festa da escola e pelos seus cálculos a festa começara a cinco minutos. Precisava dele ali, pois ele tinha uma varinha e tinha uma pequena chance dele a proteger do senhor Malfoy, ainda que fosse para reivindicá-la para si mesmo. Respirou fundo e se concentrou, desejava Snape ao seu lado e sentir a sensação de segurança que sentia nos braços dele quando a acordava de um de seus pesadelos, mas para isso teria que se manter longe de Malfoy e distraí-lo.

A última esperança (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora