Loucuras

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Capítulo 17 – Loucuras

Loucura, com certeza aquilo era loucura, uma loucura tão louca que nem mesmo o mais louco dos loucos poderia pensar nela, mas elas pensaram. Gina colocava em seus ombros uma mochila pequena com diversas coisas que roubara do quarto de George dizendo que aquilo com certeza ajudaria e muito. A ruiva olhou profundamente para Hermione e foi até a cômoda pegando um pacote cumprido que estava devidamente escondido no fundo de uma gaveta.

- Acho que você vai querer usar. Não acredito que outra pessoa possa usar sem ser você.

E então Hermione viu que ali dentro, embrulhada em um pano vermelho estava uma varinha tão conhecida por si, a varinha de Rony. A menina fechou os dedos apertando a varinha e levando-a até seus lábios onde depositou um beijo casto e cheio de memórias que pipocavam em sua mente. A imagem de Rony fazendo os feitiços e encantamentos, em sua maioria de forma errada, era bela. Dentro de si Hermione sentia que aquela varinha lhe pertencia, assim como o sorriso do garoto, o riso alto e gostoso e os olhos gentis e puros, e assim como seu coração, a varinha também sentia que estava nas mãos certas, pois de sua ponta saíram faíscas vermelhas e silenciosas que encheram o quarto com seu brilho.

- Parece até que ele está aqui. – Sussurrou Gina colocando a mão sobre o ombro de Hermione.

Por um momento as meninas se olharam e sabiam que não havia palavra para dizer, estavam apenas sentindo o espírito de Rony preenchê-las de coragem.

- Acho que sempre estará. – Disse Hermione guardando a varinha no cós do jeans e postando a mão sobre a de Gina. – E o Harry também.

- Com certeza.

Sem dizerem mais nada, Gina e Hermione abriram a janela do quarto e com um feitiço flutuaram até a parte lateral da casa. A senhora Weasley estava cozinhando algo para o jantar e sabiam que estaria muito ocupada para saber que ambas saíram de fininho, pelo menos até que fosse chamá-las para irem jantar, mas aí já estariam longe. Ao pousarem no gramado foram caminhando devagar e abaixadas até um ponto em que não poderiam ser vistas para então se prepararem para desaparatar.

- Tem certeza disso Gina, é muito perigoso.

- Eu sei Mione, mas temos que fazer isso. Se o que me disse é verdade, ou ele está morto ou está prestes a morrer e não podemos perder mais tempo.

- Ainda acho que temos que chamar alguém da Ordem.

- Não dá, você não participou das reuniões, eles não querem agir imediatamente, querem organizar mais para estarem preparados e com mais pessoas junto a causa. Snape não é nada para eles, jamais acreditariam em você e isso só faria com que nos vigiassem mais de perto.

- Está bem, então vamos, no três.

Gina segurou no braço de Hermione, uma vez que jamais estivera na mansão Malfoy, dessa forma não corriam o risco de irem para lugares diferentes. Hermione olhou no fundo dos olhos verdes da ruiva e tudo que sentiu foi coragem, a mesma coragem que brilhava nos olhos de Harry quando iam se meter em confusão. Respirou fundo, fechou os olhos e pensou em Snape, em seus olhos negros e profundos, no perfume de sua pele, nos lábios frios e macios, nas mãos passeando por seu corpo e mais ainda em como queria estar ao lado dele. Quase como se seu corpo agisse sozinho sentiu o puxão no umbigo e em segundos, quando abriu os olhos encontrou-se diante da Mansão Malfoy. Estavam, claro, escondidas atrás de arbustos, mas conseguiam ver a Mansão imponente a frente, com portões grossos e altos. Era um lugar bonito, mas trazia em casa tijolo o ar de amaldiçoado que seu atual dono lhe dava.

- Vocês demoraram demais.

Quase imediatamente Hermione sacou a varinha de Rony e apontou para o dono da voz. Ela sabia quem era, antes mesmo dele terminar a frase, ela a conhecia muito bem, a ouvira por muitos anos. Seu queixo travou firmemente enquanto seus olhos ficavam quentes e firmes olhando para os cinza a sua frente.

A última esperança (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora