Estranho

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N/a: obrigada por tds comentários e apoio. Tia ama vcsss.

[...]

Encontrei G e S na mesa, acabadas e suadas, e deslizei os drinques na frente delas. S colocou um na frente de G e levantou o outro.

- Que todos os seus boquetes desçam redondos assim! – ela envolveu o copo com a boca, levantou as duas mãos para o alto e jogou a cabeça para trás, engolindo tudo de uma só vez.

- Caramba... – murmurei, olhando para ela admirada, enquanto Georgina ria ao meu lado. – É assim que eu tenho que fazer? – abaixei a voz e olhei ao redor. – Como um boquete de verdade?

- Já virei mestre em não engasgar – Serena limpou a boca com o braço sem cerimônia. – Vamos lá – ela cutucou Georgina. – É a sua vez.

Georgina se inclinou na mesa e tomou o copo com a boca sem usar os braços, como Serena havia feito, e depois chegou a minha vez. Minhas duas amigas se viraram para mim.

- Conheci um cara gostosão – eu disse sem pensar. – Realmente gostosão. A voz dele me dava arrepios.

G deixou o queixo cair.

- Então por que você está aqui tomando boquetes de mentira com a gente?

Eu ri, balançando a cabeça. Não sabia como responder. Peguei meu drinque e, ignorando os protestos de Georgie, virei o copo com a mão e bebi tudo de uma vez. Era doce, delicioso e exatamente o que eu precisava para clarear a mente e esquecer o Louis e o estranho bonitão no bar.

Então arrastei minhas amigas para a pista de dança.

- Estou tão feliz por você estar aqui! – Georgina gritou pulando.

Comecei a responder, mas, logo atrás dela, no meio das sombras da pista de dança, estava o meu estranho. Nossos olhos se encontraram e não paramos de olhar um para o outro. Ele estava bebericando seus três dedos de uísque com um amigo – e, vendo como pouco se surpreendeu por ser flagrado me olhando, entendi que vinha observando a noite toda cada movimento que eu fazia.

O efeito dessa percepção foi mais potente do que o álcool. Aqueceu cada centímetro da minha pele, queimou o meu peito e continuou descendo: o calor passou pelas minhas costelas e se concentrou em minha barriga. Ele levantou o copo oferecendo um brinde, tomou um gole e sorriu. Senti meus olhos se fecharem lentamente.

Eu queria dançar para ele.

Nunca em minha vida eu me senti tão sexy, tão completamente no controle daquilo que eu queria. Eu nunca me senti uma mulher madura como estava me sentindo ali, dançando como louca com um belo estranho em pé nas sombras, me observando.

O que significava ser devorada? Será que ele quis dizer aquilo de maneira tão explícita como parecia? Com sua cabeça entre minhas coxas, braços envolvendo meus quadris e mantendo minhas pernas abertas? Ou ele quis dizer por cima de mim, dentro de mim, chupando minha boca, meu pescoço, meus seios?

Um sorriso se abriu em meu rosto e joguei meus braços para o alto. Eu podia sentir a barra do meu vestido subindo pelas minhas coxas, mas não me importava. Fiquei pensando se ele havia notado. Eu esperava que tivesse notado.

Pensei que, se ele fosse embora, então o momento seria arruinado, por isso não olhei de novo. Eu não estava acostumada com o protocolo das paqueras em boates; talvez sua atenção durasse apenas cinco segundos, talvez durasse a noite toda. Não importava. Eu podia fingir que ele estava lá no escuro pelo tempo que eu quisesse. Aprendi a nunca esperar muita atenção do Louis, mas, com aquele estranho, eu queria seus olhos queimando através da minha pele até atingir meu coração, que batia descontrolado em meu peito.

The KillersWhere stories live. Discover now