Capítulo 16

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Capítulo 16
°A ideal Companhia°

A dor era inabalável.

O tempo passava, corria depressa e o adolescente ainda se encontrava no quarto. Coberto pelos próprios cobertores, se permitia isolar e chorar com o próprio espaço escuro em seu quarto.

Todavia, se sentia sozinho. Antigamente estava sempre presente uma alma, algo ou alguém que o podesse confortar, mas hoje, estava tudo tão diferente. Estava sozinho, junto daquela dor que nunca pretendia desaparecer.

Seus olhos estavam fechados, pois adormecer era tudo o que o dono do local mais desejava. Mas tanto como o sofrimento profundo, sua vontade não atendia ao que meramente deveria ser feito.

E por fim se deixou ficar assim, pois só teria que aceitar e aguentar até o fim a amargura em seu coração.

Se permitiu de novo fechar seus olhos e descontrair, mesmo que lágrimas escorressem de seu rosto. Pelo menos, a qualquer altura iria adormecer se seu corpo estaria tão relaxado assim.

Não tardou a que o próprio quarto fizesse surgir um clima mais calmo, como se a tempestade fugisse e agora só restasse as migalhas de tudo aquilo, que consigo levou.

Enrolou seu próprio braço a todo seu corpo, se envolvendo em seu próprio carinho e aconchego e por fim sorrindo por se sentir mais descontraído.

A dor já parecia adormecida, agora não o incomodava de certo. Poderia o próprio dono de uma alma tão sofrida finalmente descansar e se deixar levar pelo encanto da paz e do sossego da noite.

A mão que cobria e aquecia seu corpo, se moveu a meio de tanto sono envolvente, se deslocando ao rosto e por fim esfregando seus dedos pela face húmida, querendo fazer desaparecer a maior parte.

Muito embora fosse aconchegante receber um gesto, compreendeu que aquilo não era seu. Seus braços estavam por cima um do outro portanto, ele conseguiria se sentir e ter perfeito controlo sobre si mesmo.

A ideia de que não estivesse sozinho agora o atormentava um pouco e fez questão de descobrir a verdade.

Lentamente, se virou de barriga para cima, suspirou e abriu seus olhos, suspirando de novo por aquilo que estava na sua frente.

Sua boca queria gritar de susto por ver tão de repente seu amigo de infância por cima. Mas resistiu à tentação do perigo e respirou bastante fundo antes de se questionar.

A porta do quarto estava fechada.

Provavelmente seus pensamentos profundos roubaram tanto de seu redor, que nem sequer se apercebeu da verdade.

Seu coração, por ora, palpitava a mil, como todas as outras vezes enquanto encarava os olhos opostos da mesma cor.

Kirishima_: B-Bakugo?

Sua alma se aqueceu em simples segundos com todo aquele toque do mais velho por sua face. O mesmo estava sentado na cama a seu lado mas seu corpo estava próximo, aquecendo até mais que os próprios cobertores.

Aquele silêncio puro e inocente entre eles dois, levou consigo demasiado tempo. Tanto que ambos não deram importância.

° 𝘙𝘦𝘣𝘦𝘭 𝘧𝘳𝘪𝘦𝘯𝘥𝘴 𝘶𝘯𝘪𝘵𝘦𝘥 °Onde histórias criam vida. Descubra agora