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05-04-2021

A vida efêmera quer ficar
Mas com a morte querendo entrar
Isto está a dificultar
Trazendo esta vontade de chorar
Que só me quer atrapalhar

E aqui estou eu
A transformar esta luz em breu
Esta pobre luz que por vezes já nem quer bilhar
Esta fraca luz que tanto se gosta de mostrar

Mas agora não
Agora não quero

Agora só quero aqui ficar
No silêncio até me fartar
Até tudo isto passar
E por fim a minha cabeça sossegar

Quero ser só eu
Eu e o céu
Como a vida e a morte
Como a lua e as estrelas de norte

E também há esta minha saudade avassaladora
Tão sufocadora
Tão latente
Saudade essa que me vai consumindo por dentro

Tudo o que eu mais queria
Já não quero mais
E perdoa-me, eu do passado
Mas agora eu estou no fundo
Das minhas fossas abissais

E grão a grão
As minhas tristezas vão enchendo este buraco no chão
Onde eu me encontro só e com o coração na mão
Neste lugar que eu posso chamar de prisão

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