Grávida de um Príncipe-Noah Urrea

👑capítulo 27👑

Voltei a passos lentos para o meu quarto e me permiti reparar a cada centímetro daquela casa, desde como o abajur estava posicionado muito a esquerda, a porta branca com a pintura descascada era a única porta da casa que não estava perfeitamente pintada e aquilo me fez ficar curiosa. A maçaneta em um tom levemente dourado estava amassada na lateral e tinha um nome escrito em letra perfeitamente cursiva - Ele..o resto era ilegível por conta do amassado na lateral, aquilo atizou ainda mais a minha curiosidade. Girei levemente a maçaneta para a esquerda, meu coração disparou e minhas mãos ficaram suadas.

- Você está fabricando a água? Ou resolveu pega-la num rio?-A voz risonha de Noah me despertou e de súbito tirei a mão da maçaneta. Respirei e inspirei tentando controlar minha respiração.

- S/n? Esta tudo bem?-Sua voz agora suou preocupada.

- Estou bem, Só espero que já tenha arrumado suas coisas para dormir no sofá.-Tentei soar animada mas falhei vergonhosamente, meu coração ainda acelerado.

- Vai sonhando gatinha.-Revirei os olhos e segui até o quarto.

Noah estava deitado sobre a cama e as pernas cruzadas e um jornal em suas mãos.

- Ainda está aqui?

- E não pretendo sair, mas se você quiser pode se retirar.-Revirei os olhos e segui até a sala, Noah gargalhou alto provavelmente pensando que dormiria na sala...

Voltei ao quarto com exatamente três almofadas, elas eram rechonchudas e tinham uma estampa floral. Coloquei as três sobre a cama em linha reta, sorri satisfeita.

- O que está fazendo?-Noah perguntou arqueando as sobrancelhas, aquilo o deixou extremamente sexy, reprimi um suspiro.

- Ué, você não quer sair, eu não vou sair então delimitei o nosso espaço, esse é o seu.-Falei apontando para o lado direito da cama - E esse é o meu. Apontei para o lado esquerdo.

- E por que você está com o espaço maior?

- Porque eu estou grávida.-Sorri vitoriosa e ele revirou os olhos.

- Que coisa mais infantil.-Dei de ombros.

- Bom, não é so isso, eu tenho algumas regras - Ele bufou e deitou colocando o jornal na sua frente, arranquei de sua mão.

- PRIMEIRA: Não é permitido nenhum contato físico.

- Mas isso vale para os dois? Por que eu saiba, você é a mais interessada em me agarrar!

- Segunda: Os dois tem que manter o ambiente o mais pacífico possível.

- Terceira: Cada um respeita o limite do outro.

- Quarta:..

- Não tem quarta, acho que você entendeu.

- Ambiente Pacífico, sem contato físico, blá blá blá, acho que entendi. Agora da pra desligar o abajur?

Desligamos as luzes e todo o ambiente se tornou escuro, eu não estava com sono, aquele nome Ele ainda me despertava enorme curiosidade, eu precisava saber o que tinha naquela porta...

Os meus pensamentos foram interrompidos quase que subitamente quando senti uma respiração em minha nuca que me fez arrepiar quase que instintivamente. Por um momento esqueci como se resperiva quando senti sua mão em minha cintura, o contato não era total por conta das almofadas, elas me irritaram profundamente. Talvez uma parte e quando digo uma parte, quero dizer a maior delas. Queria muito que Noah me abraçasse, queria muito jogar as almofadas no chão para que seu contato fosse total. Mas a parte racional dizia que era melhor ficar assim, a respiração dele ainda batia na minha nuca, fazendo meu coração pulsar mais rápido.

Não liguei quando uma almofada acidentalmente caiu no chão, depois outra e outra. Também não liguei quando Noah me abraçou completamente, sua respiração cada vez mais próxima. Dormir assim com Noah me pareceu tão íntimo, tão errado mas ao mesmo tempo tão certo, e sempre que eu estava com ele era assim uma mescla de emoções e sentimentos que eu não conseguia explicar. Ele tornava a minha vida um paradoxo ele era o meu paradoxo.

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