"A terra não tem nome" era uma frase que papai costumava dizer. Isso acontecia porque ele tinha esses livros guardados, que nem de recordação, mas que falavam não sobre o nosso mundo, mas sobre um outro, diferente, onde as coisas não eram como eu conhecia. Talvez você tenha mais conhecimento desses assuntos, porém eu acho que ouvi o suficiente pra saber que, nesse outro mundo, as terras eram divididas por linhas da imaginação e tinham cada uma um nome, feito fossem gente. Para um lado tinha o grande continente Eurasial, pra outro tinha a Amehryca, numa ponta uma Oceânida e, no meio, uma tal de Ófrica. Eram esses os nomes que apareciam nos livros, desenhados nos mapas, mencionados nos almanaques e nas histórias de aventureiros. Eu, ao me aventurar na imensidão, decidi que retomaria essa tradição e daria às terras que visitasse o nome que lhes fosse mais apropriado, como um desbravador de novos continentes! Esses campos cor de abóbora e ressecados onde passei toda a infância e adolescência, nomeei Dunas Desérticas da Fazenda Destruída, lugar do último descanso do esqueleto velho do meu pai. As terras inóspitas aonde o cavalgar da mula-forte me levou, chamei de O Aracnídeo e é sobre elas que quero discorrer a seguir.
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"Coração" - Uma Epopeia Em Sete Batidas
Science Fiction"Quantas emoções perturbariam o espírito de um garoto ao escutar do próprio pai que era pra ele, seu filho, estar morto?" Nesta surpreendente aventura, acompanhe a vida e pensamentos de um jovem cujo coração de lata inibe todas as emoções - as boas...