#1

109 14 2
                                    

"Chloe! Como estás?" Dan pergunta com todo o respeito que uma jovem mulher se apaixonaria.

Chloe desviou os olhos de um livro que ela já tinha lido 3 vezes e suspirou ao ver Daniel, um jovem cavalheiro convencido que conquistaria o seu coração. "Muito bem Daniel." Ela diz antes de voltar a ler mais um parágrafo.

Dan que não suportava a estranheza da mulher mais bonita da aldeia. Limpou a garganta. "Não me vais perguntar de volta? Não queres ouvir as últimas histórias da minha viagem?" Ele pergunta-lhe.

"Sim..." Ela não desvia os olhos das palavras, mas então voltou a olhar para ele antes que ele começasse. "Quer dizer... não..." Ela fechou o livro e levantou-se. "Desculpa Daniel, mas não se fala de outra coisa na aldeia. Eu já sei o que conseguiste na tua viagem." Ela começa a andar. A única forma de se ver livre dele era voltar para casa.

Ele seguiu-a. "Mas Chloe, agora que vou ficar por uma longa temporada pensei que nos podíamos encontrar mais. Sabes?" Ele passou-a e ela olhou para ele novamente. "Namorar!"

"Namorar?" Ela pergunta de volta.

"Sim, quando duas pessoas se gostam e mais tarde casam."

Ela arregalou os olhos. Ela não queria casar com o convencido do Daniel. Muito menos namorar. Eles eram diferentes a muitos níveis e ela não gostava nada dele. Nunca gostou, mesmo que todas as jovens solteiras suspirassem na sua passagem... ela não era uma delas. "Sonha Daniel, não vou namorar contigo." Ela conseguiu-lhe escapar e caminhou mais rápido para casa.

"UM DIA VAMOS CASAR CHLOE!" Ele gritou no meio da praça já ela ia no final da rua.

Não, não, nunca... ela nunca casaria com ele... estava cansada do seu cortejo ou melhor... do assédio. Ela entrou em casa claramente emersa nos seus pensamentos para dar conta do seu pai. "O que se passa macaquinha?" Ele pergunta.

Chloe olha para cima, olha para o pai e sorri. "Nada papá." Nada que ele se devesse preocupar.

"Um novo livro?" Ele pergunta vendo-a deixá-lo com cuidado em cima da mesa.

"Um que eu já li." Ela diz.

Ele sorri. "Esta aldeia não tem o suficiente para ti, querida. Eu estive a pensar e..." O homem sentasse e olha para ela com um olhar ligeiramente preocupado.

"O que se passa?" Ela ajoelhou-se junto do pai como fazia em pequena principalmente na sua hora da história.

Ele penteou uma madeixa da filha. "Existe um caso fora da aldeia, numa grande cidade."

Um dos muitos sonhos da Chloe sempre foi ser um membro da polícia como o pai, coisa impossível para uma mulher. O seu pai sempre lhe disse que ela seria melhor atriz como a sua falecida mãe que também sonhava tanto como a filha. Uma característica que ele gostava de marcar.

"Tens de partir de novo?" Ela já sentia falta do pai e ainda estava ao seu lado.

"Vamos."

"Vamos? Eu também vou?" Ela pergunta encantada.

"Sim, já tens idade e esta pequena aldeia não tem mais nada para te oferecer."

Ela sorri para o pai e abraça-o.

"Faz as malas macaquinha, partimos amanhã."

oOo

Ela estava curiosa com o caminho que levavam. O céu passou de azul a um cinza escuro como se fosse noite. A carroça ia pesada e o seu velho cavalo ainda tinha um longo caminho pela frente não precisavam de entrar numa tempestade. Vestiram os oleados no primeiro sinal de chuva e em pouco tempo a chuva ficou tão forte que mal podiam ver o caminho.

Quase tão depressa quanto começou também acalmou, mas as nuvens densas ainda deixavam tudo um pouco escuro. "São rosas!" Ela apontou. O pai parou a carroça e desceu. Ela acompanhou-o. "O que vais fazer?"

"Apenas uma pequena verificação." Ele verificou as rodas e a mercadoria por causa da chuva e então foi até à roseira e colheu algumas rosas. Ouviram-se lobos uivar e o cavalo agitou-se tanto que começou a correr. Chloe correu atrás, mas então olhou para trás, o pai ainda praticamente no mesmo sítio. Estava demasiado velho para correr então ela foi por ele. Felizmente o cavalo não foi muito longe, provavelmente pelo peso de transportava. "Tudo bem rapaz." Ela não tinha como virar a carroça na estrada estreita então tinha de ir buscar o pai apenas a cavalo.

Desatou as correias rapidamente e montou no cavalo para encontrar o pai. Ela não esperou ver o pai no meio de lobos, os maiores que ela alguma vez viu. Dentes enormes, bocas abertas para atacar. Os rugidos eram infernais, Chloe petrificou, o cavalo agitou-se e no mesmo momento o pai dela gritou para ela fugir. O mesmo momento em que os lobos saltaram sobre ele. O cavalo correu descontrolado e a Chloe gritou de horror. O cavalo correu mais e mais, fora da trilha e sem rumo. A Chloe lutou para não chorar, ela precisava ver à sua volta, ela tinha de se manter vida.

Ela ouviu mais uivos. Perto... muito perto... animais no seu modo de caça mais primitivo. Então o céu aclarou um pouco. Uma extensão de campo aberto com várias estátuas no meio do nada deixaram a jovem muito confusa. Um palácio tão antigo que dava pena erguia-se no meio e ela perguntou-se como era possível não ter visto aquelas torres da trilha que seguiam. Ela pensou por uma fração de segundos num dos seus contos de fadas favorito, mas rapidamente pensou que seria um abrigo ótimo para se manter segura. Ela saltou do cavalo e olhou para trás, os lobos param de correr enquanto a olhavam a pouco mais de 30 metros. Ela bateu no cavalo para ele continuar a correr e ela correu escada acima tropeçando quase em cada degrau.

Quando ela bateu na porta nada aconteceu, os lobos uivaram atrás dela. Ela olhou para trás com horror. Como estavam tão perto de repente? Nenhum pisou na escada, mas ela imaginou que não precisavam... num simples salto nela era o suficiente. Lentamente ela rodou a maçaneta, para espanto dela rodou livremente e abriu revelando o interior. Isso causou algo nos animais. Eles ganiram e recuaram um pouco, com essa oportunidade ela entrou e fechou a porta atrás de si. Ela está ofegante, a adrenalina viva no seu sangue, ela olha em volta. Estava escuro, abafado e sem sinais de vida.

Ela caminhou até à janela mais próxima. Estava tapada com espessas cortinas. Ela colocou uma de lado para ver os lobos desaparecerem no bosque. Ela suspirou. Como ela iria sair dali agora? Sem cavalo... provavelmente sem comida... sem pai. Ela permitiu-se desmoronar. Caiu no chão, quase numa bola e chorou tudo o que perdeu.

Chloe e o DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora