1918
Numa pequena vila conservadora, onde tudo podia parecer perfeito algo se escondia longe dos olhares atentos e boatos suculentos. Várias situações são de facto escondidas naquela vila, mas a história que aqui nos traz é sobre Chloe. Uma jovem senhora, casada, com uma pequena filha, uma menina de 13 meses, mas à espera do seu segundo bebé. A barriga já se começava a notar e mais uma vez todos na vila opinavam sobre o género da criança por chegar.
Eu sei que estas informações são genéricas, mas algo no olhar de Chloe não está correto. Ela tem sido cada vez menos vista nas ruas e quando é vista vem acompanhada pelo marido. Já não convive com as outras mulheres da vila, já mal falava com as pessoas e não mostra sorrisos descontraídos como quando ali chegou. É isso mesmo... ela estava a ser oprimida, o seu comportamento mudando gradualmente ao longo dos últimos 2 anos. Era o marido que desconfiava dela, pensado que ela dormia com outros homens enquanto ele trabalhava como militar para o Estado. Cada passo em ramo verde, cada pequeno comportamento que ele podia achar estranho era razão para mais violência sobre ela.
Uma grande discussão foi a última gota de água naquela relação. Ela sabia que era propriedade do marido e que lhe devia o maior respeito mesmo que ele a tratasse como lixo. Ela sabia que a sua pequena filha e o bebé dentro dela também lhe pertenciam, mas ela não aguentava mais sofrer daquela forma. Quando ele saiu em trabalho ela aproveitou a oportunidade para fugir de casa. Chloe tem uma tia afastada que provavelmente poderá ajudar por algum tempo, tempo suficiente para ela pensar no que fará depois. Se Marcus a encontrar ela sabe que provavelmente morrerá nas suas mãos, mas a única coisa em que ela conseguia pensar era levar a sua gravidez da forma mais tranquila e saudável possível e isso só poderia acontecer longe daquele lugar.
Foi com toda a determinação e coragem que ela saiu e cavalgou com a sua bebé nos braços e pouco mais que nada. Marcus mantinha pouquíssimo dinheiro disponível para as compras, tudo meticulosamente contado para dias e ela vivia naquela prisão constante de regras. Ela estava cansada dele, cansada de tudo e se não fosse pela vida dos seus rebentos ela sabe que não estaria aqui para contar a história. Ele ou ela já teriam terminado com a sua vida.
Ela não é minha filha. Ela chorou enquanto cavalgava, já quase noite. Ele gritou essas palavras inúmeras vezes e ela ainda as ouvia ecoar na sua cabeça. Ela olhou para a filha, pequena Beatrice, ela era filha de um monstro. Chloe lamentou isso, ela não queria sujeitar a filha a isso. Ela preferia realmente que Beatrice fosse filha de outro homem, alguém melhor, com princípios e valores corretos.
Cavalgou mais devagar, ela não sabia corretamente o caminho e já era muito tarde. Nenhuma mulher decente arriscaria andar na rua naquela hora, muito menos com um bebé de colo. "Desculpe!" Ela falou para alguns camponeses que seguiam na estrada improvisada. "Existe uma estalagem próxima?"
"Siga o caminho e vai encontrar um bar, eles têm quartos."
"Muito obrigado, senhor." Ela continuou ganhando novamente alguma velocidade. Quanto mais depressa chegasse, mas rapidamente poderia descansar, comer e alimentar a filha. Ela tinha medo de ali estar, qualquer pessoa a podia abordar, ela grávida e com uma criança pequena não tinha como se defender.
O bar era mais como uma taberna, o cheiro exterior já era um excelente indicativo do que esperar no interior. A nossa querida Chloe só esperava não arranjar mais problemas. E se algum militar ali estiver? A resposta é fácil ela seria descoberta ainda mal tinha saído de casa.
Ela seguiu para o interior depois de prender o cavalo no exterior. Nitidamente aquele não era lugar para uma mulher de família, era deprimente estar naquela situação. Ela aproximou-se do bar enquanto olhava para a taxa afixada para estadias no fundo da taberna. "Desculpe." Ela olhou para o atendente. "Poderia ter um quarto?"
"Só aceitamos pagamento adiantado." Diz ele, claramente o dono do decrépito estabelecimento.
"Sim claro." Ela apresentou as moedas, as únicas que tinha... a totalidade da taxa apresentada. Ela não teria comida esta noite... nem nas próximas... ela teria de chegar rápido até à casa tia.
"Não chega." Diz o homem.
"Como? Mas a taxa..."
"Não está sozinha. É mais metade pela criança."
"Mas..."
"Sem mas... tem o dinheiro ou não?"
Beatrice começou a chorar. Chloe estava entre a espada e a parede, talvez ela devesse voltar... com um bom suborno a empregada não diria nada sobre a sua fuga a Marcus.
"Eu..."
"Se não tem dinheiro tem de sair. A criança está a incomodar os clientes." O homem diz.
Chloe saiu a tentar acalmar a criança.
Bem... o que a Chloe não sabia era que estava a ser observada. O homem que estava sentado junto ao bar ouviu a conversa e deu uma boa olhada na mulher. Não era nada de deitar fora, o mais intrigante é que trazia um pequeno bebé ao colo e era casada pois tinha aliança e pela roupa não parecia viúva. Ele percebeu as escoriações no seu pulso quando recolheu o dinheiro do balcão. Lucifer viu-a sair tão depressa quanto entrou. Ele acendeu um cigarro e seguiu-a para o exterior.
"Está tudo bem, senhora?" Lucifer aproximou-se dela.
Ela olhou para ele um pouco incerta. Ela estava desconcertada pois tinha começado a amamentar a bebé. Ela nunca tinha feito isso em público ou em frente a um estranho, mesmo que coberta por uma manta. Ela tapou-se rapidamente privando a sua filha de qualquer alimento isso deixou a menina inquieta.
"Por favor não prive a sua filha de uma deliciosa refeição."
Ela desviou o olhar envergonhado da menina para ele. "Obrigado pela preocupação. Estamos bem." Diz ela enquanto caminhou para o cavalo. Ele parecia ter posses, destoava do ambiente decrépito que ali se vivia. A energia e a figura do homem não se pareciam encaixar ali e isso trouxe certa desconfiança.
"Tem a certeza? Eu poderia ajudar em troca de um favor."
Ela olhou para ele chocada claramente pensado em favores sexuais. "Não se atreva, eu não sou dessas mulheres." Ela percebeu nesse momento, talvez ele frequentasse estes meios para chegar a essas prostitutas baratas.
"Não... eu não sugeri isso. A não ser que queira." Ele aproximou-se um pouco mais. "Eu vi que tinha o valor da taxa. Eu posso dar uma palavra ao dono."
"Em troca do quê, senhor?" Ela pergunta desconfiada.
"Perdoe-me, o meu nome é Lucifer Morningstar." Ele dá um passo mais perto e pegou a mão dela gentilmente.
"Como o Diabo?" Ela pergunta espantada.
"Exatamente." Ele sorri para ela. "Diga-me." Ele elevou a mão antes de dar um suave beijo nas costas da sua mão. "Foi o seu marido que fez isto consigo?" Ele subiu ligeiramente a manga do vestido e ela retraiu-se.
"O que isso tem a ver com o favor Sr. Morningstar?" Ela dá um passo atrás defensiva. Ela não sabia o que fazer, mas não confiava naquele homem estranho com o nome do Diabo. O que Chloe não sabia é que ele era o seu "Diabo da Guarda". A esperança que ela tentava manter estava nele.
"Bem, eu gosto de punir essas más pessoas." Ele diz. "Pensando melhor! Porque não me acompanha? Pode passar a noite na minha casa, tenho imenso espaço para hóspedes e não cobro qualquer taxa por isso. Podemos falar um pouco mais sobre esse assunto."
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A Minha Última Esperança
Fanfiction❤ DECKERSTAR | FANFIC UA DE LUCIFER 🔞CONTEÚDO +18 (temas violentos, situações de abuso e de carácter sexual) ✔️FINALIZADA Lucifer e Chloe conhecem-se noutra época (1918). Chloe é casada e é mãe, mas a sua vida está longe de ser perfeita. O que o no...