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Eles trocaram de roupa à vez. Ou melhor Lucifer tirou toda a roupa ficando apenas em ceroulas. Ela não percebe porque concordou dormir na cama com ele. Ela já sentia que era uma péssima ideia. Ele era o senhor da tentação, emanava sexualidade e ela apenas destoava perto dele. Os opostos atraem-se, ela pensou. Ela fechou os olhos e tentou dormir.

"Boa noite, querida."

"Boa noite, Lucifer."

Ele ajeitou-se na cama. Sentiu-o tentar encontrar uma posição. "Este colchão é horrível..."

"Eu gosto dele." Ela diz aninhando-se mais.

"Não admira que tenham tantas dores de costas." Ele diz.

Ela bufa. O diabo a discutir os seus gostos por bons colchões, ela nunca pensou algum dia chegar a este momento. "Bem, não voltarás a dormir nele então."

"Pois não, eu vou te arranjar um novo."

Ela voltou-se para ele. "Eu não quero que arranjes nada para mim."

"Porque não? Pelo menos saberei que dormes bem." Ele diz.

"Eu já durmo bem."

"Não me parece." Ele cruzou os braços atrás da cabeça. Os músculos do seu abdómem bastante definidos.

"Inacreditável." Ela revirou os olhos antes de lhe voltar costas novamente.

O silêncio permaneceu por alguns minutos.

"Não consigo parar de pensar no nosso beijo." Ele diz quase num sussurro. Ela olhou para ele por cima do ombro. Ele ainda olhava para o teto quase sonhador. "Gostaria de repetir algum dia." Ele diz com um sorriso. "Os teus lábios sabiam a morangos." Ele diz. Ela corou. Suspirando ela virou-se novamente para ele e sentou-se. Antes que ela falasse ele antecipou-se. "Eu não quero ficar contigo sem sentido. Eu gosto de ti Chloe e da menina. Eu já referi que cuidaria dela como se fosse minha. O meu Pai não foi um exemplo, mas tenho a certeza que não posso fazer pior. Ele mandou-me para o inferno literalmente."

Ela não sabia o que dizer por um segundo. "Ela adora-te." Ela queria completar que também gosta dele (ou melhor, o ama), mas parecia de mais para a situação atual.

Ele sorri. "Pela primeira vez sinto-me num lar onde sou bem-vindo. Eu não quero sair nunca mais... eu não quero voltar para o inferno."

Ela abre a boca. "Podes mesmo ficar?"

"Sim... acho que sim."

"Como é tudo no inferno?"

"Não há sol, nem dia ou noite, só prisões onde os pecadores são torturados com a sua culpa e muita cinza no ar."

"É quente?"

"Sim, mas também pode ser gelado." Ele diz.

"Tu torturas pecadores?"

"Já torturei há muitos milhares de anos. O tempo é diferente lá em baixo, passa mais depressa. 2 meses aqui são alguns milhares de anos lá."

Ela abriu a boa espantada. Ele já estava há imenso tempo longe do inferno. Ela não o queria recordar mais dessa memória que eram tristes e dolorosas. "Estás aqui agora e está tudo bem."

Ele sorri. "Acho que um beijo ajudaria."

Ela aproxima-se dele, bastante perto. "Podes sonhar."

"De certeza que o vou sonhar contigo." Ele pisca e ela cora novamente. Porque ele tinha de ser sexualmente apelativo e tão provocador. Era o diabo... ela estava a dormir com o diabo na mesma cama. Não haveria nada que ele não tivesse visto ou feito. Ela sentia-se consciente de que nunca poderia ser tão aberta a essas experiências quanto ele... ela não tinha essa aptidão.

A Minha Última EsperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora