Capítulo 2: Acampamento (Novo)

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ASAS DE PLASMA

 Ao abrir seus olhos, o garoto notava que está em um lugar apertado. Era uma tenda improvisada, feita de galhos e mato seco.

— Onde é que eu fui parar agora?! — murmurou Prome.

Entre os vãos do mato, sustentado pelos galhos, Prome podia ver um brilho que iluminava a tenda que estava. Era noite, e a luz vinha de uma pequena fogueira. O céu estrelado brilhava com a copa da árvore dourada em sua frente.

— Haa... Finalmente acordou! Você ficou dois dias dormindo que nem pedra ai — falou a pequena garota coruja, que sorria para o jovem, enquanto tomava uma bebida esverdeada.

— DOIS DIAS?! Caraca — Prome assustado gritou, fazendo com que todos os animais próximos a barraca sumissem da vista.

— Não grita assim não, vai acordar a Lia. — disse a garota alada, olhando de relance para a silhueta deitada perto a fogueira.

— Quem que é Lia? — Perguntou Prome, olhando as faixas que cobriram seu corte.

— É a garota que nos atacou pouco antes de você desmaiar. Ela disse que não ia deixar alguém ferido a própria sorte e te ajudou com o que tinha.

— Parece ser alguém legal... Me fala, por que estamos em uma tenda em vez da vila? — questionou Prome. — Se a gente subiu a árvore dourada, já era pra ter chegado lá, né não?

— Sabe como é né ... — A garota começou a murmurar. — A vila meio que foi destruída a uns dias, e a Lia é a única pessoa que vive aqui.

— Que?! Como assim destruída? Tem pouco menos de uma semana que eu passei próximo aqui com meu grupo. — olhando os arredores, o garoto percebeu que conhecia o cenário, só que no lugar de algumas casas e árvores, só restara destroços.

— Eu não entendo o motivo de alguém destruir tudo isso... Só estou aqui a dois dias, e sinto que já simpatizei com Lia. — disse a garota, tomando um gole da bebida que estava apoiada em suas asas.

— Caramba, essa garota tá legal? Eu não ia ajudar um estranho depois de ter minha vila atacada não. Vai que era um inimigo ou algo assim. Ela não devia confiar tanto nas pessoas. — Questionou Prome.

— Você não devia falar mal da bondade dos outros! — Exclamou a garota quase que de imediato. — Ela que cuidou de você!

— Eu to certo nisso. Eu devo a ela e tudo mais, mas ela não devia confiar tanto assim, principalmente depois disso tudo. — Prome continuou em sua linha de raciocínio. — Ninguém desse reino é confiável, confia em mim, eu sei disso, sei muito bem disso.

— Como você fala que ninguém e confiável e pede para eu confiar em você?! Eu conversei mais com a Lia do que contigo e você vem me falar de confiança?! — Com ódio estampado no rosto a garota continuou. — Para de desconfiar e destratar as pessoas, você estando certou ou não, devia saber muito bem. Eu salvei sua vida tem nem dois dias, e você só tá acordado agora porque uma pessoa bem mais gentil que você teve a decência de te ajudar mesmo estando na pior. Vai dormir de novo vai, espero que ela não tenha escutado isso — E deu uma respirada, tentando recompor a compostura — Desculpa também, eu não devia falar assim com alguém que tava pra morrer.

— Desculpa... Eu não quis ofender ninguém só que... — Suspirou o garoto. — Só me desculpa.

— Certo, eu desculpo. Vou dormir agora, boa noite — disse a garota, que se deitou perto da fogueira.

Prome começou a pensar nas palavras que escutou e como sua nova amiga poderia ser explosiva. Não sentia que estava errado, mas, mesmo assim, doía. E com os pensamentos sobre o assunto, o garoto pegou no sono e dormiu outra vez.

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