Capítulo 4 Rapto

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Lia e Owlky estavam correndo desesperadas pela mata fechada. As plantas albinas confundiam a localização, deixando as duas garotas sem saber qual direção deveriam ir. O sol mal era visível pelas densas folhagens que cobriam qualquer ponto que desse para ver o céu. Já tinha se passado três horas desde que saíram da vila, e mal tinham sinal de Prome.

— Rápido, Owlky, não temos tempo! — Gritava a jovem garota da cicatriz para a sua amiga logo atrás.

Owlky corria bastante cansada atrás de Lia. Por não ser acostumada a correr, seu corpo já estava perdendo forças, e logo a distância entre Lia e a garota coruja aumentava.

— Espera... por... mim... Lia. — Falava Owlky, perdendo o folego de vez.

Lia olhava para a amiga, segurava em sua asa direita e continuava a correr.

— Merda, eu não vejo rastro algum! Seja lá quem levou o Prome, não deve ser uma besta qualquer. Fique comigo Owlky. — Dizia Lia, ainda correndo em meio a mata branca, esbarrando em folhas e galhos pelo caminho.

— Que curioso, o que duas garotas fazem por aqui em?

De repente uma voz masculina bastante clama surgia no ouvido das duas garotas. Lia parava e olhava para os lados, mas não conseguia ver nada até que...

— Meu nome é Vicente, mas pode me chamar de Vicen. — Uma figura pulava da árvore albina ao lado direito e estendia a sua mão.

— Kiiiia. — Gritava a garota coruja assustada.

— Fique longe, se não eu vou atirar. — Dizia Lia, que mirava a zarabatana no homem.

— Uma zarabatana?! Tem bastante tempo que vi uma.

— Disse o homem que agora estava ao lado de Lia, observando a arma de perto.

O movimento foi tão rápido que nem Owlky conseguiu reagir a tempo.

— Então garotas... Temos muuuito o que conversar.

— Falou o homem, virando-se para a mata e pedindo para as garotas o seguirem com um gesto de mão.

2

Um pouco longe de onde Lia, Owlky e Vicen estavam. Prome começava a acordar. O garoto estava no chão, e em sua frente estava uma mulher alta com rabo e orelhas vermelhas, uma máscara negra que cobria apenas sua boca, e um longo vestido ciano. O lugar que estava era igual a qualquer outro da floresta, que era um perfeito labirinto natural, um local cheio de árvores e plantas brancas.

— Tisc, Vai ficar ai deitado por quanto tempo? — Dizia uma voz impaciente a sua frente.

— Que?! — Transtornado pela repentina viagem, Prome mal conseguia raciocinar direito.

— Eu achava que os guardas do reino eram mais fortes do que isso. — Dizia a voz, ainda impaciente. — Você é bem fraco por não ter me notado em.

— Como?!... Como você sabe que eu era um guarda? Merda, aquela desgraçada descobriu que estou vivo.— Gritava Prome, bastante tenso. — Contratar uma assassina é meio demais. Aquela garota maldita.

—Que?! Do que cê tá falando? Eu sei que você é um guarda por que só guardas do reino andam por aqui.

— falou a garota da máscara, que estava perdida no raciocínio de Prome.

— Em?! — Respondia por reflexo a resposta dada —Então você não foi contratada... o que quer de mim então?

— Quero te fazer uma proposta! — Disse a garota piscando o olho direito. — Se destruir o orbe que controla o campo de força do acampamento do seu chefe, eu te deixo ir.

— Eu não trabalho aqui tá legal, só estou de passagem mesmo. — Disse Prome, bem calmo.

— Pode me levar de volta para a estrada.

— Há... Então você não é um guarda, bem, não importa, só me escute... Ultimamente guardas estão entrado na minha floresta e destruindo tudo em sua volta, olhe como está tudo acabado, ela está morrendo. Toda a destruição dessa floresta é culpa de um único homem, Vicente Better.

— Vou te falar... Nesse lugar morto, desde que eu me tornei um guarda, nunca que vi movimento ou escutei algo sobre, e como assim essa é sua floresta, esse lugar não possui dono, é um lugar desolado por todo o reino.

— Espera... Você é mesmo um guarda?! — Disse a garota um pouco surpresa pois entendeu que o rapaz tinha negado a ideia de início, mas logo continuou sua linha de pensamento. — Bem... A cerca de 3 semanas um ricaço com um bando de guardas se mudou para a floresta, desde então ela começou a morrer lentamente. Eu só quero proteger ela sabe... Se puder me ajudar a derrotar esses vilões eu agradeceria.

— Estou indo para a capital, e a trilha dessa floresta é um atalho que me pouparia horas, agora que você sabe da verdade, eu vou voltar para a trilha e continuar minha cansativa viagem, desculpe, mas a coisa que menos quero é ter que lidar com guardas do reino novamente. — Dizia Prome, um pouco irritado pelo repentino rapto. — E tem duas garotas que nem conhecem a estrada dessa floresta, eu tenho que voltar, afinal eu sou o guia.

— Agora que você falou, aquelas garotas entraram na floresta atrás de você. O curioso é que eu senti apenas a presença de duas pessoas quando te raptei. Aquela garota com asas é bem estranha, isso nunca aconteceu antes. — Dizia a mulher, bem pensativa com um dedo na bochecha.

— Presença?! — Questionava Prome. — Já escutei sobre, mas nunca conheci alguém que consegui-se fazer isso... Pera... Elas estão vindo pra cá? Merda... me leve até elas com esse seu poder por favor, não tenho muito tempo para gastar aqui.

— Certo, eu te levo para a estrada. — Dizia a garota piscando o olho direito novamente. — Mas se esta atrás das duas garotas, saiba que elas foram levadas para a casa dos invasores enquanto você estava desacordado.

— Pera... O que?! Elas foram capturadas... que merda, o que eu faço em?! — Falava Prome, quase gritando.

— Elas invadiram as terras que agora pertencem a esse invasor chamado Vicente. Logo foram descobertas e devem ser silenciadas. Mas como você queria ir para a estrada, eu te levo para lá. — A garota dava as costas para Prome, e caminhava devagar por entre as árvores.

— Agora eu não posso ir né, me leva na casa desse sujeito.— Dizia Prome, tremendo de medo. — Eu aguento, me leve lá.

— Não vai rolar, eu não posso chegar muito perto, eles botaram uma pedra mágica que cria uma barreira contra mim e os outros seres dessa floresta, Por isso eu te peguei na estrada, você era o único fora da barreira, mas se você a quebrar, eu prometo que deixo você e suas amigas em segurança.

— Que merda, eu não sei o que fazer, se os guardas me pegarem eles vão me matar, eu nem sou tão bom lutando, na verdade eu sou péssimo.

— Ei, se acalme um pouco.

— Estou calmo... só que ... Eu não sei o que fazer, tenho um pouco de medo sabe. — Dizia prome, agoniado com o medo de ter que ir ao acampamento.

— Eu te levo para perto, mas se você quebrar a pedra, eu posso entrar e te ajudar se algo der errado, sem ela eu posso facilmente dar cabo da maioria deles, então, então, então... o que me diz? — Falou a garota, com um grande sorriso em sua face.

— Se essa é a única chance que eu tenho, então farei isso. — Disse Prome, convicto com suas palavras, mas com o corpo demostrando medo.

 — Que bom que concordou, então... Vamos?!

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⏰ Última atualização: May 04, 2021 ⏰

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