Lia e Owlky estavam correndo desesperadas pela mata fechada. As plantas albinas confundiam a localização, deixando as duas garotas sem saber qual direção deveriam ir. O sol mal era visível pelas densas folhagens que cobriam qualquer ponto que desse para ver o céu. Já tinha se passado três horas desde que saíram da vila, e mal tinham sinal de Prome.
— Rápido, Owlky, não temos tempo! — Gritava a jovem garota da cicatriz para a sua amiga logo atrás.
Owlky corria bastante cansada atrás de Lia. Por não ser acostumada a correr, seu corpo já estava perdendo forças, e logo a distância entre Lia e a garota coruja aumentava.
— Espera... por... mim... Lia. — Falava Owlky, perdendo o folego de vez.
Lia olhava para a amiga, segurava em sua asa direita e continuava a correr.
— Merda, eu não vejo rastro algum! Seja lá quem levou o Prome, não deve ser uma besta qualquer. Fique comigo Owlky. — Dizia Lia, ainda correndo em meio a mata branca, esbarrando em folhas e galhos pelo caminho.
— Que curioso, o que duas garotas fazem por aqui em?
De repente uma voz masculina bastante clama surgia no ouvido das duas garotas. Lia parava e olhava para os lados, mas não conseguia ver nada até que...
— Meu nome é Vicente, mas pode me chamar de Vicen. — Uma figura pulava da árvore albina ao lado direito e estendia a sua mão.
— Kiiiia. — Gritava a garota coruja assustada.
— Fique longe, se não eu vou atirar. — Dizia Lia, que mirava a zarabatana no homem.
— Uma zarabatana?! Tem bastante tempo que vi uma.
— Disse o homem que agora estava ao lado de Lia, observando a arma de perto.
O movimento foi tão rápido que nem Owlky conseguiu reagir a tempo.
— Então garotas... Temos muuuito o que conversar.
— Falou o homem, virando-se para a mata e pedindo para as garotas o seguirem com um gesto de mão.
2
Um pouco longe de onde Lia, Owlky e Vicen estavam. Prome começava a acordar. O garoto estava no chão, e em sua frente estava uma mulher alta com rabo e orelhas vermelhas, uma máscara negra que cobria apenas sua boca, e um longo vestido ciano. O lugar que estava era igual a qualquer outro da floresta, que era um perfeito labirinto natural, um local cheio de árvores e plantas brancas.
— Tisc, Vai ficar ai deitado por quanto tempo? — Dizia uma voz impaciente a sua frente.
— Que?! — Transtornado pela repentina viagem, Prome mal conseguia raciocinar direito.
— Eu achava que os guardas do reino eram mais fortes do que isso. — Dizia a voz, ainda impaciente. — Você é bem fraco por não ter me notado em.
— Como?!... Como você sabe que eu era um guarda? Merda, aquela desgraçada descobriu que estou vivo.— Gritava Prome, bastante tenso. — Contratar uma assassina é meio demais. Aquela garota maldita.
—Que?! Do que cê tá falando? Eu sei que você é um guarda por que só guardas do reino andam por aqui.
— falou a garota da máscara, que estava perdida no raciocínio de Prome.
— Em?! — Respondia por reflexo a resposta dada —Então você não foi contratada... o que quer de mim então?
— Quero te fazer uma proposta! — Disse a garota piscando o olho direito. — Se destruir o orbe que controla o campo de força do acampamento do seu chefe, eu te deixo ir.
— Eu não trabalho aqui tá legal, só estou de passagem mesmo. — Disse Prome, bem calmo.
— Pode me levar de volta para a estrada.
— Há... Então você não é um guarda, bem, não importa, só me escute... Ultimamente guardas estão entrado na minha floresta e destruindo tudo em sua volta, olhe como está tudo acabado, ela está morrendo. Toda a destruição dessa floresta é culpa de um único homem, Vicente Better.
— Vou te falar... Nesse lugar morto, desde que eu me tornei um guarda, nunca que vi movimento ou escutei algo sobre, e como assim essa é sua floresta, esse lugar não possui dono, é um lugar desolado por todo o reino.
— Espera... Você é mesmo um guarda?! — Disse a garota um pouco surpresa pois entendeu que o rapaz tinha negado a ideia de início, mas logo continuou sua linha de pensamento. — Bem... A cerca de 3 semanas um ricaço com um bando de guardas se mudou para a floresta, desde então ela começou a morrer lentamente. Eu só quero proteger ela sabe... Se puder me ajudar a derrotar esses vilões eu agradeceria.
— Estou indo para a capital, e a trilha dessa floresta é um atalho que me pouparia horas, agora que você sabe da verdade, eu vou voltar para a trilha e continuar minha cansativa viagem, desculpe, mas a coisa que menos quero é ter que lidar com guardas do reino novamente. — Dizia Prome, um pouco irritado pelo repentino rapto. — E tem duas garotas que nem conhecem a estrada dessa floresta, eu tenho que voltar, afinal eu sou o guia.
— Agora que você falou, aquelas garotas entraram na floresta atrás de você. O curioso é que eu senti apenas a presença de duas pessoas quando te raptei. Aquela garota com asas é bem estranha, isso nunca aconteceu antes. — Dizia a mulher, bem pensativa com um dedo na bochecha.
— Presença?! — Questionava Prome. — Já escutei sobre, mas nunca conheci alguém que consegui-se fazer isso... Pera... Elas estão vindo pra cá? Merda... me leve até elas com esse seu poder por favor, não tenho muito tempo para gastar aqui.
— Certo, eu te levo para a estrada. — Dizia a garota piscando o olho direito novamente. — Mas se esta atrás das duas garotas, saiba que elas foram levadas para a casa dos invasores enquanto você estava desacordado.
— Pera... O que?! Elas foram capturadas... que merda, o que eu faço em?! — Falava Prome, quase gritando.
— Elas invadiram as terras que agora pertencem a esse invasor chamado Vicente. Logo foram descobertas e devem ser silenciadas. Mas como você queria ir para a estrada, eu te levo para lá. — A garota dava as costas para Prome, e caminhava devagar por entre as árvores.
— Agora eu não posso ir né, me leva na casa desse sujeito.— Dizia Prome, tremendo de medo. — Eu aguento, me leve lá.
— Não vai rolar, eu não posso chegar muito perto, eles botaram uma pedra mágica que cria uma barreira contra mim e os outros seres dessa floresta, Por isso eu te peguei na estrada, você era o único fora da barreira, mas se você a quebrar, eu prometo que deixo você e suas amigas em segurança.
— Que merda, eu não sei o que fazer, se os guardas me pegarem eles vão me matar, eu nem sou tão bom lutando, na verdade eu sou péssimo.
— Ei, se acalme um pouco.
— Estou calmo... só que ... Eu não sei o que fazer, tenho um pouco de medo sabe. — Dizia prome, agoniado com o medo de ter que ir ao acampamento.
— Eu te levo para perto, mas se você quebrar a pedra, eu posso entrar e te ajudar se algo der errado, sem ela eu posso facilmente dar cabo da maioria deles, então, então, então... o que me diz? — Falou a garota, com um grande sorriso em sua face.
— Se essa é a única chance que eu tenho, então farei isso. — Disse Prome, convicto com suas palavras, mas com o corpo demostrando medo.
— Que bom que concordou, então... Vamos?!
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Asas de Plasma
PertualanganUma garota coruja sem memórias entra em uma jornada para descobrir sua identidade. Nessa jornada ela vai ser acompanhada por um antigo guarda que foi dado como morto por seus antigos companheiros, e uma garota que busca vingança pelo seu avô que foi...