Capítulo 2: Viagem parte 2

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Horas depois uma grande chama aparecia na noite em meio a destroços. Era uma fogueira com bastante carne em cima. Três pessoas em sua volta, duas delas dormindo profundamente. Owlky olhava para o céu estrelado como se algo importante para ela estivesse lá, seus dois olhos grandes refletiam perfeitamente o brilho dos astros, e seu coração palpitava no meio da escuridão.

— Que lindo kiiia. — Owlky estava deitada com suas asas levantadas em direção ao céu.

Nesses dias em que se juntou a Lia e Prome, ela sempre sentia a necessidade de buscar suas memórias, não era como se não gostasse da vida que estava levando e dos amigos que tinha feito, mas sentia que um pedaço de seu ser estava lhe chamando.

De repente, em meio a escuridão, a jovem coruja começava a escutar o som de uma flauta vindo da mata. O toque da música era familiar a pequena garota, que foi andando hipnotizada em direção a melodia que escutava. A cada passada, a garota sentia mais e mais o aperto em seu coração, ate que uma sombra aparecia diante dela com a flauta em sua mão.

— Há quanto tempo minha pequena. — Dizia uma sombra entre a vegetação da mata, tirando a flauta próxima a boca, e colocando-a no próprio peito, a qual absorvia.

— Que...Quem é você? — Owlky ficava em choque ao ver um desconhecido perto de seu lar passageiro, e começava a andar para trás, tentando fugir de fininho, ate a fogueira.

— Espera, pequena, você por acaso não se lembra de mim? — A sombra começa a olhar de lado para Owlky, mudando seu rosto para todas as direções de uma forma artificial. Pouco depois começava a gritar, fazendo a pequena coruja cair de joelhos por não aguentar a intensidade do barulho.

— Me... Me desculpe, eu perdi minhas memórias, não lembro quem é você por esse motivo, mas se me conhece, eu... Eu estarei disposta a escutar. — Dizia a pequena coruja.

— Como... Como que você pode ter esquecido... não se lembra de mim?... Eu que te criei! — Exclamava a sombra. — Eu... Apenas eu que te criei, e agora preciso de você mais do que nunca, me diga onde você está...

— Onde... onde você está kiiia? — Perguntava a coruja, ainda de joelhos.

Ao fazer a pergunta, uma luz branca envolveu rapidamente todo o lugar, como se engolisse o cenário.

— Ei Owlky, vamos pescar, a Lia já deve tá toda emburrada de tanto esperar por você.

Uma voz começava a ecoar no ouvido da garota, e pouco a pouco a consciência começava a voltar. Owlky ainda estava deitada ao lado da fogueira, e a fala que ouvia pertencia a Prome.

— Foi tudo... um sonho? — Dizia a pequena garota coruja, esfregando sua asa direita em seus olhos, enquanto levantava.

— Sonho... Você tá meio variada em. — Prome falava com a mão em seu queixo sem entender bem a sua amiga, e já se virava em direção ao caminho que levava ao riacho.

— E que eu sonhei com uma sombra que dizia ter me criado, foi bem estranho, ela parecia bem maluca. —falava a Coruja, ainda sonolenta.

— Deve ter sido só um sonho maluco mesmo... Vamos ver a Lia logo, ela provavelmente já está irritada pelo nosso atraso. — Dizia Prome.

Prome estava despreocupado, para ele era apenas um sonho estranho que Owlky teve por comer demais na noite passada.

— Kiiia, quem era aquela sombra? — Owlky ainda se perguntava pelo caminho.

— Acho que você comeu demais... Mesmo assim me fala um pouco dessa pessoa do seu sonho, vai que tem a ver com o seu passado. — Dizia Prome

— Sua voz era estranha, e sua aparência era apenas uma sombra, ela falava coisas estranhas e que me criou, e também tocava um instrumento... muito bem até. — Dizia Owlky tentando se lembrar das memórias picotadas do sonho que teve, segurando sua cabeça com suas asas.

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