Toxic- Cap 53

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Lis POV

Em alguns momentos tudo parece se encaixar, até mesmos os maiores conflitos são resolvidos. A única parte ruim da felicidade é que ela chega ao fim, e nesse exato segundo só consigo pensar em quando tudo começará a dar errado novamente.

Christopher abre a porta do meu apartamento com o sorriso mais sincero que já vi, entro devagar com Celina nos braços e olho em volta sorrindo fraco. Minha mente luta incansavelmente em busca de uma solução, querer estar junto e poder são duas coisas diferentes, amo o Chris mas isso não muda o que aconteceu.

A coloco no berço devagar puxando uma manta aveludada sobre o seu pequeno corpo. Se me dissessem a nove meses atrás que eu a amaria tanto eu não acreditaria, mas agora sinto o amor mais puro e genuíno por esse pedacinho de gente.

A observo dormir hipnotizada quando sinto duas mãos em minha cintura. Viro o rosto me deparando com o sorriso que me tira a paz e ao mesmo tempo me enche de alegria, Christopher a olhava tão bobo quanto eu. Ficamos ali por alguns minutos quando decido sair do quarto, ele me segue e encosta a porta silenciosamente.

-Acho que seremos bons pais.-ele diz colocando as mãos no bolso.

-Eu espero que sim.-falo soltando todo o ar que estava segurando.

-Melhora essa carinha.-Christopher se aproxima e toca o meu rosto me fazendo arrepiar.-Esta se sentindo bem?

-Sim, só estou um pouco cansada.-sorrio fraco.

-O que acha de dormir um pouco? Eu fico de olho nela.

-Estou bem, não se preocupe.-digo encostando a cabeça em seu peito.

Enquanto seus braços me envolvem fecho os olhos esquecendo de todo o resto. Eu odeio o amar tanto, odeio necessitar desse calor humano que tanto me faz mal e ao mesmo tempo me deixa extasiada.

Seus dedos se misturam aos meus cabelos e levanto o rosto o olhando profundamente. Preciso dele, tenho sede desse amor que só me tortura, Christopher me desestabiliza em todos os sentidos, é tóxico e eu preciso me afastar mas o amo tanto para isso que se torna quase impossível.

-Mi amor...-ele fala quase num sussurro aproximando nossos rostos.

Seus lábios roçam nos meus de um jeito excitante, é provocante e errado mas quero mais do que qualquer coisa. Minhas mãos adentram sua camisa arranhando de leve o seu abdômen o fazendo arfar e me apertar mais forte contra seu corpo. Sem mais esperas ele toma minha boca para si, um beijo desesperado cheio de saudade.
Christopher explora cada canto do meu corpo como se fosse a única chance de sua vida, o desejo ardente une e conecta nossas almas saciando o vazio que um fez na vida do outro durante tanto tempo. Nosso beijo se tornou uma preliminar, uma vontade incontrolável de querer amá-lo de todas as formas preenche o meu ser e já não sou mais dona da minha sanidade.

Sem desgrudar nossas bocas cambaleamos até o quarto, subo na cama e me ajoelho tirando a blusa, Chris se mantém em pé tirando sua camiseta com os olhos fixos em mim.

Puxo minha saia para baixo ficando apenas de lingerie de renda preta, engatinho até a beirada da cama e levo minha mão até sua ereção, por cima da calça aperto levemente e ele geme roucamente.

-Você gosta disso?-pergunto desabotoando sua calça.

-Você vai se arrepender de me torturar assim.-ele segura meus cabelos me puxando para cima.

-Vou é?-puxo o seu lábio inferior com os dentes e ele sorri sacana.

Christopher me vira com brutalidade me deixando de quatro na cama, sinto uma palmada forte em minha bunda, ele puxa minha calcinha pra baixo com crueldade e mais um tapa. Meu corpo está em chamas.

-Você é só minha.-ele diz firme.

Fecho os olhos sentindo minha intimidade totalmente encharcada, ajeito a postura e levo a mão ao fecho do sutiã mas um barulho vindo do corredor me faz parar. Christopher também para e desvia o olhar, aparentemente se concentrando para ouvir. Dou de ombros e vou até a porta do quarto a abrindo, o choro baixo de Celina inundava todo o corredor. Christopher torce os lábios e não segura o riso me fazendo rir também.

-Deixamos a brincadeira para depois.-ele diz passando por mim apenas de cueca box branca.

Talvez esse seja um sinal do universo de que transar com Christopher é uma loucura, mas que se dane, ultimamente tenho ignorado até o sinal vermelho quando estou de carro.

Visto minha calcinha novamente e sigo até o quarto de Celina, encosto no batente da porta observando a cena mais linda do mundo.
No peito de Christopher a pequena estava tranquila, serena. Ele a balança suavemente cantarolando algo baixinho, meus olhos se encheram quando ele leva sua mão ajeitando os poucos fios de cabelo da filha.

O mundo poderia acabar agora que eu me sentiria completa e realizada, mesmo com um amor duvidoso e quebradiço nesse instante me sinto feliz. Por um bom tempo as coisas deram errado, meu coração se despedaçou, me vi sozinha e desamparada quando mais precisei mas sigo forte, não por mim e sim por quem vivo agora, Celina.

Por mais que Christopher tenha me machucado intensamente amo suas complicações, seus defeitos, e até os seus erros. Amar dói, dói muito, as vezes é insuportável outrora aceitável até demais, o sofrimento e o amor andam lado a lado, amar Christopher incondicionalmente nunca me cessou de sofrer, amar dói porque exige de nós a paciência, é morrer para os próprios desejos, é se colocar em último lugar querendo a felicidade do outro ao invés da nossa. Esse é o amor que Chris me apresentou, o amor cheio de sacrifícios, onde precisei abrir mão de mim para me tornar uma nova pessoa.

Sou melhor agora, com ele mesmo que longe, mesmo que de uma outra pessoa, sou muito melhor por tê-lo conhecido e sentido o seu corpo e o meu virarem um só. Seus carinhos são minha perdição, a minha necessidade. Me odeio por depender assim de um outro alguém, mas amo sua presença as vezes escassa.

A Celina prefere o seu colo desde que nasceu, e sinceramente não a julgo pois também é o meu lugar favorito no mundo.

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