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Jeongguk com o passar dos dias tentava, a todo custo, evitar que falassem no nome de Hoseok. Sabia que tinha que falar sobre o mais recente morador do palácio, mas... do que adiantaria, afinal?
Durante muito tempo, fora a pessoa na qual Jimin confiara sua vida, mas sabia que havia perdido este título, junto com o de amante, no instante em que a majestade colocara os olhos na beleza peculiar do Jung.
Como poderia então, diante de tal situação, simplesmente dizer que ouvira o, suposto, aldeão confabulando contra a coroa? Jimin certamente mandaria que o executassem, se não o fizesse ele mesmo.
Passou a mão em torno do pescoço, o mesmo que era firmemente apertado pela mão forte do rei na noite anterior enquanto rolavam entre os lençóis, e de repente a espada que sempre estava na cintura do Park pareceu deveras ansiosa para cortar-lhe a garganta, tirando-lhe o direito de viver.
Pediu para que uma das criadas preparasse um banho gelado, não em temperatura morna, como era de sua preferência. Despiu-se e sentou lentamente na água fria e perfumada dentro da enorme bacia de madeira, imergindo também a cabeça. Pensamentos sobre a noite anterior lhe perturbavam. Lembrou-se com nitidez dos olhos, comumente tão vivos e calorosos para consigo, frios e escurecidos pela ira.
Já era costumeiro que Jimin o possuísse durante as noites frias e sombrias no palácio de Seonhyeong, e não havia sido diferente daquela vez. Os anos lhes trouxeram experiência, Jimin sabia que Jeongguk gostava de brutalidade e de receber ordens e o Jeon amava quando o mais velho usava suas mãos fortes para deixar marcas por toda sua pele alva. Eram amantes há, pelo menos, cinco anos, quando Jimin não conseguia mais ver o rapaz como somente um amigo de infância e o Jeon sabia que não resistiria à uma mísera atitude mais ousada do rei.
E então, estavam naquele ponto onde depois de saciados, iam até a sacada dos aposentos do mais velho e conversavam até que o Jeon tivesse que ir para seu próprio quarto. Ainda sentia como se as mãos do moreno estivessem em volta de seu pescoço, enquanto era obrigado a encará-lo com toda aquela postura intimidadora, ameaçando que não lhe deixaria chegar ao ápice, caso não o fizesse.
Suspirou com a sensação, sabendo que não conseguiria focar naquilo depois do que ouvira durante a tarde, enquanto passava pelo jardim aos fundos do lar real. Fora tirado de seus pensamentos quando os tão conhecidos braços rodearam sua cintura, num afago simples, mas suficiente para que todo seu corpo se arrepiasse.
— Está distante. Fiz algo que lhe desagradou? — o tom do Park era sincero, se preocupava com o bem estar do mais novo e era comum que fizesse aquela pergunta. — Te machuquei?
— Não! De forma alguma, hyung. Eu... foi ótimo, como sempre. — fora impossível controlar o tom rubro que tomara conta de suas bochechas naquele momento. — Só estava com a cabeça longe, acho melhor me recolher.
— Sempre foi um péssimo mentiroso, Jeon Jeongguk. — sorriu terno, incentivando o mais novo a falar. — Diga-me o que está acontecendo, não quero me gabar, mas acho difícil alguém ser mais capacitado a resolver problemas nesse reino, senão eu, hm? Foi algum soldado? Alguém te desrespeitou nas vilas?
"O problema é seu mais novo protegido, Park", pensou, sabendo que se colocaria em sérias complicações se seu pensamento de externasse.
— Apenas uma leve dor no quadril, hm? Pegou pesado hoje, do jeito que sabe que gosto. — tentou desconversar inflando o ego do mais velho, mas vira que sua tentativa não deu certo quando a expressão tranquila e preocupada demonstrara estar perdendo a paciência. Suspirou mais uma vez e, por fim, decidiu ser direto. — Jung Hoseok é o problema, hyung.
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Por Dois Olhares ¦ pjm+jjk
FanfictionQuando se fica cego pelo ódio, nada mais importa a não ser alcançar seus objetivos. Jung Hoseok passou por maus momentos durante sua vida, coisas que lhe fizeram ver o mundo com outros olhos e que alimentaram sua sede por vingança. Seus planos não...