Prólogo

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Os raios de sol passavam por entre as frestas das árvores que cercavam a estrada de terra, os barulhos feitos pelos cascos dos dois cavalos galopando eram as únicos ouvidos naquele pedaço de chão longe dos limites do castelo.

Jeon Jeongguk e Min Yoongi, conselheiros, chefe e capitão da guarda real, guiavam os animais em uma velocidade constante, patrulhavam os arredores do reino para constatar que nenhuma anormalidade pudesse colocar em risco a paz, e que ela estivesse presente e se espalhasse.

Seonhyeong, também conhecido como Linear, era um reino próspero governado pela dinastia Park desde os primórdios. Seu atual governante assumira o trono há apenas algumas luas, depois da morte trágica de seu pai em um ataque de rebeldes.

Park Jimin era conhecido pela sua beleza estonteante e bondade, o rei mais jovem que já governara aquelas terras. Jamais pensara que teria de assumir o trono tão precocemente, mas o acontecimento com seu progenitor antecipou o que pensava ser um futuro distante.

Sabia que não podia escapar do que já lhe era destinado, então fez questão de colocar as duas pessoas que mais confiava nos cargos mais importantes, queria-os ao seu lado em todos os momentos, sabia que seus melhores amigos sempre estariam consigo em toda ocasião.

A majestade tinha conhecimento de que rebeldes estavam por perto, as notícias corriam rápido e chegavam aos seus ouvidos logo, por isso mandou seus dois conselheiros para uma patrulha. Sabia que era arriscado mandá-los sem nenhuma escolta, mas confiava nas habilidades de defesa dos seus companheiros.

Os homens puxaram as rédeas e os cavalos pararam bruscamente . Jeongguk desceu na frente e empunhou sua espada, seguido por Yoongi que assim como si já tinha a arma em punho. Olharam em volta, se mantiveram atentos a cada som, ficaram em posição defensiva para caso algo os pegasse de surpresa. Andaram lentamente até o que tinha mais a frente, o motivo pelo qual pararam tão bruscamente sua patrulha: um corpo atravessado na estrada.

Jeongguk se abaixou e revistou o homem desacordado, e checou seu pulso quando não achou nada.

— Ele está vivo? — Yoongi perguntou e se agachou ao lado do Jeon. — Quem será esse homem? Parece-me um camponês.

— De fato é um camponês, hyung, é fácil saber só de olharmos suas vestimentas — suspirou e se levantou. — Acha que devemos levá-lo até Jimin? Não me sentiria bem deixando este homem ferido para morrer nesta estrada.

— Não acha que Jimin ficaria zangado? Deveríamos estar patrulhando, não levando um homem ferido para atarefar às curandeiras do castelo.

— Eu posso conversar com ele, mas vamos levá-lo conosco, por favor.

Yoongi, mesmo desconfiado, resolveu atender ao pedido de seu dongsaeng e o ajudou a colocar o homem sobre seu cavalo, os dois voltariam no outro animal.

Levou algum tempo até que estivesse em frente aos grandes portões do castelo, e um pouco mais até que conseguissem ir até a sala do trono levando o desconhecido apoiado sobre seus ombros.

Jimin estava sentado despojadamente, mas arrumou a postura e sorriu assim que viu seus amigos passando pela porta. A expressão sorridente deu lugar à confusão quando viu que ambos traziam uma pessoa desconhecida junto.

— Majestade. — Jeon e Min se curvaram para seu rei e tiveram um pouco de dificuldade para levantar em seguida.

— O que é isto? Quem é este homem? Por que se curvaram? Sabem que não precisam fazer isso quando estamos a sós.

— Desculpe, mas não estamos a sós agora. — Yoongi apontou para o desconhecido como se fosse óbvio. — E sobre seus questionamentos; não sabemos quem é, o encontramos na estrada e Jeongguk insistiu para que o trouxéssemos.

— Por que fez isso, Jeongguk? Poderia ter acontecido algo. E se fosse algum rebelde? — Jimin estava preocupado, sempre teve um cuidado a mais com o Jeon.

— Desculpe, hyung, eu apenas não me sentiria bem se o deixasse lá. Eu o revistei antes de checar se ele estava vivo, não houve nenhum risco.

Jimin pensava em dar uma bronca em seu dongsaeng, mas desistiu quando viu o homem desconhecido se mexendo levemente e abrindo os olhos lentamente. Os três pares de olhos se focaram no rosto que sustentava uma expressão assustada.

— Onde estou? — passou a olhar em volta e arregalou os olhos quando viu que Park Jimin estava em sua frente. — Majestade! Perdão pela atitude de tamanho desrespeito.

Tentou se curvar, mas os dois ombros que o mantinham em pé não permitiram tal ato.

— Não há necessidade disso. — Jimin decidiu intervir quando viu que todas as tentativas estavam sendo frustradas. Prosseguiu assim que teve a atenção do recém-desperto novamente. — Como se chamas?

— Meu nome é Jung Hoseok, majestade.

Por Dois Olhares ¦ pjm+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora