Regulus A. Black - slytherin boy.

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Grimmauld Place, N12 – Islington, London, England • June 14, 1979.

O silêncio na mais Antiga e Nobre Casa dos Black sempre foi uma característica muito forte de Grimmauld Place. Os nascidos e criados ali são ensinados desde pequenos a diminuir o seu tom de voz, controlar a intensidade dos seus passos e, principalmente, manter trancados à sete chaves todos os seus sentimentos e necessidades que poderiam extravasar um surto e colocar a baixo todos os ensinamentos para manter o silêncio naquele ambiente.

É óbvio que nem sempre foi assim. Houveram vezes em que nem mesmo os responsáveis de manter a ordem e a disciplina do lar conseguiam seguir suas próprias ordens. E o tópico principal desse descontrole era Sirius Black. Sempre foi extremamente difícil para Walburga e Orion Black conter o seu próprio tom de voz com o filho mais velho.

Sirius Black já não morava mais ali há alguns anos. A sua figura fora queimada da tapeçaria com a árvore genealógica da família e o seu nome se tornou uma palavra proibida naquela casa e não importava se tivessem existidos outros dois Sirius antes dele na família.

Depois da sua partida, o silêncio voltou a reinar entre as paredes de Grimmauld Place.

– Está atrasado de novo Monstro. - Walburga Black murmurou no seu tradicional tom irritadiço. Ela puxou bruscamente a edição dessa manhã do Profeta Diário das pequenas mãos do elfo.

– Me desculpe minha senhora. - o elfo se curvou diante dela. – Monstro teve que ir buscar o jornal dessa manhã diretamente no corujal.

A mulher não lhe deu a menor atenção. Sua mão se estendeu em direção ao elfo e balançou, mandando-o ir embora dali. Em um estalo, ele sumiu.

Regulus Black voltou a comer o seu próprio mix de frutas com mel. Não estava dos melhores, mas era melhor do que nada. Era a sua primeira refeição em muito tempo. Há pouco ele tinha retornado do funeral de seu pai. Ele não tinha muito apreço por Orion, é fato, era difícil se criar laços paternos por uma figura tão distante, mas isso não mudava o fato de que era o seu pai e, como único herdeiro da Casa dos Black, Regulus teve mais funções no funeral e enterro do que poderia imaginar, sequer teve tempo de se alimentar.

– É inacreditável. - Walburga Black resmungou, abrindo a edição do Profeta Diário de modo muito rude. – Malditos traidores do sangue. Sujando toda a nossa linhagem, espalhando impurezas em nossa classe. - a mulher continuou a resmungar.

Discursos supremacistas eram quase que traços da personalidade de Walburga, é óbvio que ele não esperava que não ela não o fizesse na manhã após o funeral do seu próprio marido. Apreço amoroso ou até mesmo o luto não faziam parte de quem era Walburga Black, nem mesmo pelo seu companheiro de mais de vinte anos.

Regulus não deu a menor atenção, fez o que sabia de melhor e ignorou. Ele continuou comendo em silêncio como se estivesse sozinho e a voz de Walburga não pudessem o alcançar e talvez não alcançasse de fato, pelo menos não até ele ouvir aquele nome...

O nome que o fez travar o garfo preso em sua mão no meio do caminho, seu rosto se erguer rapidamente, seus olhos se arregalarem e seu coração bater tão forte no seu peito que poderia ser capaz de rasga-lo e saltar em cima da mesa do café.

– James Potter vai se casar e vai se casar com uma sangue ruim. Você consegue acreditar nisso? - a mulher virou a página do jornal de modo rude, batendo seus cotovelos na mesa de modo nada elegante. – É óbvio que isso já era de se esperar isso dos malditos traidores do sangue da família Potter. Não é à toa que eles sequer entraram para as 28 Sagradas. - murmurou a mulher com tamanho desdém.

James Potter era um nome que há muito tempo Regulus não ouvia. Pelo menos, não em voz alta e não na voz de outra pessoa. Mas isso não foi nenhum empecilho para que sua mente trabalhasse contra a sua vontade à espelhar o garoto de cabelos bagunçados, grandes e intensos olhos castanhos e óculos quadrado com um grande e inabalável ego, que há muitos anos atrás ele havia conhecido em Hogwarts.

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