Capítulo 4

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Depois do episódio com o Can ter sido resolvido voltamos para a empresa, porém o Pete parece estar inquieto com algo.
- O que você achou do Can? - Pete me pergunta estreitando os olhos.
- Achei baixinho - falo dando de ombros.
- Não seja idiota, não achou ele bonito? - ele me pergunta e eu imediatamente o encaro.
- O que foi agora? Vai querer que eu me apaixone por esse garoto? - pergunto irritado.
- Não estou falando isso, só achei vocês bonitos juntos e ele lhe olhou de uma forma diferente.
- Olhou? - pergunto curioso.
Pete se levanta da cadeira em que estava sentado e começa a andar de um lado para o outro pensativo.
- Você sabe que neste jantar deve haver um clima e uma proximidade entre vocês dois, e para isso vocês tem que passar algum tempo juntos e conhecer mais um sobre o outro - Pete praticamente cospe as palavras em cima de mim.
- Eu estava exatamente pensando isso.
- Eu vou para a casa do Pete hoje depois do trabalho acho que seria uma boa idéia você ir comigo.
- Não acho legal, o Can não parece confortável ao meu lado - falo usando mais como uma desculpa.
- Por isso você deve ir, vocês pelo menos devem se tornar amigos até essa reunião que o tio vai dar.
- Avisa para eles que eu vou, não quero nenhuma cara de surpresa quando eu chegar.
- Esta bem vou avisar - ele fala antes de sair da sala.
Confesso que não fui a pessoa mais educada do mundo quando nos conhecemos, porém o Can é muito explosivo não sei como o meu pai acreditará que me apaixonei por uma pessoa assim, espero que ele confie na frase "os opostos se atraem".

Can

- Eu não vou ficar fazendo sala para esse homem, agora é a hora que eu descanso, porra - falo sentido o ódio me consumir
- Você aceitou ajudá-lo agora cumpra com a sua palavra - o Pete fala com um sorriso irônico.
- Só que eu não sabia que isso incluia recebê-lo em minha residência na hora do meu descanso, nem na minha época de adolescente isso aconteceu.
- Não fique tão inquieto, lembre-se que eu estarei aqui.
- Estará aqui focado em comer seu namorado, olha só, eu não preciso de um clima romântico.
- O pior é que precisa, o Tin vem aqui para vocês melhorarem a intimidade já que no jantar vocês terão que fazer papel de namorados, só me pergunto o quanto você ficou enteressado nele ao ponto de aceitar essa proposta.
- Sou humano, fiquei comovido - falo desviando o olhar da pessoa que me encara como um tigre.
- O Ae falou que o Tin é hetero - Pete fala e se aproxima de mim cuidadosamente - mas aqui entre nós, já vi muitos se disserem héteros e aparecerem com um namorado no dia seguinte - essa última parte ele cochicha como se fosse um segredo.
- Não viaja idiota, não quero nada com aquele riquinho metido a besta.
- Nem sequer uma lancha - ele fala e sai correndo em direção ao quarto.
- Manda eles trazerem algo para o jantar - grito furioso - nada muito calórico.
Alguns minutos depois a campanhia toca, encaro a porta pensado se finjo que saímos.
Vejo o Ae sair como uma bala que caiu em um balde de perfume e ir em direção a porta ele abre, então, me deparo com o que já esperava.
- Podem entrar - Ae fala abrindo passagem para o Pete e o Tin passarem.
- Se arrumou todo para que? Já falei que não vou ficar servindo de vela - falo irritado.
- Você é bastante chato, isso é falta de namorado, sabia ? - Ae fala e o fuzilo com os olhos.
- Não dependo de homem para nada, muito menos para minha mudança de humor.
- Então porque está chateado ? - Pete pergunta sabendo que o motivo esta parado me observando cuidadosamente.
- Estou com fome, apenas isso, você sabe que meu humor depende da minha fome - falo tentando mudar o rumo da conversa.
- Boa noite Can - o Tin fala calmo e cuidadosamente - Espero que não tenha sido um incômodo para você eu vim aqui a esta hora.
Caralho, não fala comigo desse jeito, assim eu esqueço que você é um babaca de merda.
- Só fiquei um pouco surpreso, amanhã todos nós aqui temos que trabalhar, já não basta acordar o Ae todo o santo dia porque ele insiste em ficar namorando ao pé do telefone, eu não posso me dar ao luxo de acordar tarde.
- Eu entendo, prometo não demorar - Ele fala e sorri, mas que tipo de sorriso é esse? Um sorriso forçado.
- Droga, esqueci que vocês pediram comida - O Pete fala com uma preocupação exagerada.
- O que aconteceu? Você não é de esquecer as coisas - Ae fala surpreso.
- Tudo culpa do Tin que estava ansioso demais.
- Eu não estava ansioso, apenas não acho apropriado vim tão tarde já que eles terão de trabalhar amanhã cedo.
Tin fala e percebo como é complicado tirar aquela cara de paisagem dele.
- Finalmente vejo algo que preste sair dessa sua boca - falo revirando os olhos.
- Vou considerar isso um elogio - Tin fala depositando toda sua atenção em mim.
- Considere o que você achar melhor, não me importo - falo dando de ombros.
- É assim que vocês vão agir quando estiverem fingindo ser um casal ? - Ae pergunta apontando para nós dois - É melhor desistirem, vão passar vergonha - Ele acrescenta.
- Sabe, acho que você e o Pete deveriam ir comprar comida enquanto o Can e eu esperamos aqui - Tin fala e eu quase me engasgo com minha própria saliva.
- Acho uma boa idéia assim vocês conversam - Pete fala todo animado.
- Eu não acho, quem irá salvar o Tin dessa minúscula fera aqui - Ae fala segurando uma risada.
- Sai já daqui seu idiota e não volta sem minha comida.
Falo e vejo o Pete puxar o Ae em direção a saída, fechando a porta logo em seguida e me deixando sozinho com um maluco.
Dois minutos se passaram e o Tin continua no mesmo lugar desde a hora que chegou, enquanto eu encaro um lugar fixo na parede.
- Deixa de ser tonto Tin, venha sentar aqui - falo apontando para o sofá próximo a mim. O Tin se aproxima com passos calmos e se senta no local indicado e eu me sento ao seu lado, confesso que estou um pouco nervoso com toda essa situação.
- Estou um pouco desconfortável com toda essa história - ele fala e eu me surpreendo.
- Você? Desconfortável? Difícil de acreditar já que sua expressão sempre é a mesma.
- Você só me viu umas três vezes, como sabe que minha expressão sempre é a mesma.
- Sei lá - falo dando de ombros.
- Toma - ele fala esticando a mão e me entregando uma aliança.
- O que diabos é isso?
- Um anel de compromisso, o meu pai e nem a minha família acreditarão se não usarmos um, sou do tipo tradicional, seria a primeira coisa que eu daria a alguém que eu estivesse prestes a assumir.
Pego a aliança e a coloco no dedo, para uma mentira isso está bem elaborado.

Pego a aliança e a coloco no dedo, para uma mentira isso está bem elaborado

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- Ela é linda, nunca havia visto ou usado uma igual - falo a admirando.
- Você nunca esteve em um relacionamento? - Tin pergunta curioso.
- Já, mas nunca havia ganhado uma - falo sentindo uma tristeza, a primeira vez que usarei uma é em um relacionamento de mentira, sem nenhum sentimento envolvido.
- Seus antigos namorados não eram muito românticos - Olho para o Tin e o vejo olhar no fundo dos meus olhos.
- Não, eles não eram - falo sem conseguir desviar o olhar.
Faz muito tempo que não me relaciono com ninguém é esse é o primeiro contato que tenho com alguém que não seja meu amigo.
- Eu não sei como podemos fazer para parecermos mais próximos - Tin fala e minha mente dá um giro.
- Que tal começamos por simples contatos físicos - falo calmamente.
- Como ? - Ele pergunta confuso.
Me aproximo mais do Tin e retiro seu cabelo que estava a frente da sua testa.
- Quando eu ou você tivermos contato físico na frente dos seus parentes não podemos ficar surpresos, afinal vamos fingir nos conhecemos muito bem.
Seguro a mão do Tin e a levo até o meu rosto e quando a solto, sinto ele acariciar minha bochecha.
- Eu sou homossexual, para mim não será muito problemático te tocar ou te beijar, mas você é hétero, não quero cara de nojo ou repulsa ao me tocar.
- E quem te disse que sou esse tipo de pessoa? - ele fala e coloca a outra mão na outra parte do meu rosto e se aproxima colando seus lábios aos meus.
Apenas um tocar de lábios, apenas um selinho, nenhum movimento de abrir e fechar, apenas isso foi o suficiente para fazer meu corpo se alarmar, meu colação bater mais rápido.
O Tin se afasta de mim e eu fico paralisado, como ele foi capaz de fazer isso antes de mim? Eu necessito saber se o corpo dele também se alarmou como o meu, se seu coração bateu mais rápido ou se ele desejou prolongar esse contato assim como eu.
- Acho que em relação ao beijo não será nenhum problema - ele fala sorrindo.
Olho para o Tin que me encara com uma expressão calma, confesso que isso me irrita, ele passa uma das mãos pelo cabelo e eu reparo em sua aliança.
- Por que sua aliança é escura? - pergunto espantado, pois a minha é de uma cor diferente da dele.
- Não queria chamar muita atenção com ela - ele fala dando de ombros.
Ele não quer chamar atenção, ele não quer que perguntem ou saibam da sua relação e isso me irrita por algum motivo.
- Mas eu posso chamar atenção? Eu não quero, prefiro uma como a sua - falo tentando a retirar do dedo, porém sou interrompido.
- Eu achei ela linda, tenho certeza que esta aliança não ficaria tão bonito em outra mão, uma cor como a da minha não valorizaria você que a usaria.

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2021 ⏰

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