(12.0) maybe in love

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Acontece que, no fim das contas, Richie não ficou bravo com Eddie por muito tempo. Apesar de ter ignorado Eddie e Bev, ele parecia bem no outro dia. Isso era bom, já que Eddie havia ficado triste com a briga. Ele realmente gostava de Richie.

— Bom, patetas, vocês sabem o que acontece nesse fim de semana, não é? — disse Richie.

— Não... — respondeu Eddie.

— O baile de volta às aulas! Bom, eu queria saber com quem vocês vão.

— Eu não vou... 

— Você vai sim, e vai ser comigo. A Bev também. Vocês dois vão comigo. Exceto se a Bev já tiver um par.

— Eu não tenho — disse Bev, sorrindo — Vai ser um prazer ir com vocês dois.

Aparentemente o baile de volta às aulas era uma grande coisa, e ser convidado era importante: os meninos populares convidavam as líderes de torcida com cartazes bregas e elas choravam de emoção. Eddie nunca havia percebido isso, mas para os alunos héteros, ir para o baile com um acompanhante do sexo oposto que os pais apoiavam completamente e ser ovacionado ao ganhar como rei e rainha do baile era um sonho. Enquanto o sonho de Eddie era simplesmente sair do armário para sua mãe.

— Essa coisa de rei e rainha do baile é besteira, mas deve ser legal ganhar, não é? — disse Richie.

— Deve. Mas duvido que algum de nós ganhe mesmo se a gente competir. Obviamente vai ser a Greta e o Connor. Eles começaram a namorar no fim do ano letivo. — respondeu Bev.

— Uau. Não sabia. Que surpresa.

Richie não gostava nem de ouvir o nome de Connor. No ano passado, o Tozier gostava dele e até conseguiu dar uns beijos no rapaz amado em uma festa, que teve um final trágico quando o primo de Connor, Henry, espancou Richie ao vê-lo com seu primo. Connor fugiu e nunca falou com Richie sobre o ocorrido.

Além disso, Richie perdeu dois meses de aula por causa do que aconteceu, então ele perdeu algumas coisas bem importantes, como por exemplo quando Bev defendeu-o na frente de toda a sala de aula, ou mesmo a falsidade de algumas pessoas que fingiam ser seus amigos mas falavam coisas homofóbicas por suas costas.

Quando a aula acabou, eles foram até um mercadinho que vendia cigarro sem pedir identidade. O vendedor era um homem alto e magro com um rosto caveiroso e mãos longas. Eles compraram dois maços de Marlboro e uma Coca-Cola, já que Eddie não fumava, e se sentaram no meio-fio, perto de um parque onde algumas crianças brincavam.

Mas Eddie não reparava em nada, apenas em Eddie: reparava em todas as coisas que já vira há um milhão de anos, mas que agora pareciam diferentes. Richie era estupidamente lindo, além de ser uma pessoa maravilhosa, que conquistava qualquer um que o visse. Conquistara Eddie, que se considerava antipático, mas que tinha o melhor lado revelado quando estava com Tozier.

Mas por que Eddie pensava naquilo? Por que Eddie não conseguia parar de olhar para Richie? Por que ele sentia um fogo ardente vindo de seu âmago sempre que pensava no amigo? Por que ele tinha os olhos castanhos mais belos de todo o mundo?

— Perdeu alguma coisa na minha cara, Kaspbrak? — provocou Richie.

— Não... eu só estava olhando para um negócio...

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