(17.0) the story of us

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   Eddie se sentia totalmente livre de Richie Tozier. Agora, que ele havia se livrado do jornal da escola e virara um dos alunos da turma de teatro, ele não tinha tempo de pensar no ex-parceiro.

Mas era impossível se livrar dele: eles frequentavam as mesmas aulas, se esbarravam nos corredores e tinham que conviver juntos, mesmo que involuntariamente. Há alguns meses, Eddie nunca conseguiria imaginar-se sem o bom humor e ânimo de Tozier, mas agora era impossível voltar àqueles momentos felizes.

Naquela manhã de sexta, Eddie estava arrumando seu armário escolar, quando Richie entrou em seu campo de visão e disse:

— Você sabia que é um merda, Kaspbrak? Vão desativar o jornal da escola e é sua culpa.

— Por que isso seria minha culpa? — Eddie respondeu, arqueando as sobrancelhas.

— Eu não consigo comandar o jornal sozinho, e se eu não achar um parceiro em uma semana, vão desativá-lo.

— Eu sinto muito, Richie. Mas não tenho o que fazer — e saiu andando.

No caminho, ele encontrou Beverly, que vestia uma blusa com borboletas estampadas e calça preta de cintura baixa e parecia muito animada com alguma coisa.

— Olá, meu jovem. Espero que você esteja livre hoje à tarde. Pois nós iremos em uma festa.

— Eu não sei se eu quer...

— Você vai! — ela disse, quase berrando — É uma oportunidade de se divertir, e de conhecer a turma do teatro, já que quem vai dar a festa é ninguém menos que Bill Denbrough.

— Ok.

Eram seis da tarde, e apesar de sua falta de ânimo, Eddie se arrumou para a festa. Beverly chegou alguns minutos depois, pulando pela janela (qual era o problema dessa garota com janelas?) e vestindo um vestido preto colado no seu corpo e coturnos. Ela passara batom preto e colara alguns pequenos adesivos de estrelas prateadas em seu rosto sardento, fazendo com que seu ele parecesse uma constelação.

— Uau. Você está linda. — Eddie disse, olhando para a maquiagem.

— Obrigada. Você também está lindo, vamos?

Eles caminharam até a festa; havia uma brisa no ar, uma brisa revigorante. Chegaram rapidamente até a casa de Bill, onde já haviam várias pessoas, bebendo e conversando. E cantando no karaokê, já que era uma festa para, em grande maioria, o grupo do teatro musical.

A maior parte das vozes era desafinada e esganiçada, mas uma voz reconhecível soava no ambiente: Richard Tozier. O que ele estava fazendo lá? Aquele moleque nem era do teatro musical.

Decidiu ignorá-lo; conversou com todo mundo, bebeu e bebeu e bebeu. Estava completamente bêbado e se sentia completamente impotente. Não conseguia controlar o que sentia, ou como agia.

— Bill, pode vir aqui? — perguntou Eddie, completamente alcoolizado.

— Olá?

Eddie puxou Bill pela cintura e beijou-o. Nem gostava dele, e sabia que Bill era hétero, mas aquilo o fez bem. Para o seu ego, principalmente. Sabia que Richie estava o olhando. E sabia que o que estava fazendo era errado, e soube ainda mais quando Bill sussurrou em seu ouvido "que porcaria é essa?".

Quando Bill se soltou, ele viu que Richie estava o encarando, com lágrimas nos olhos. Havia barulho, mas parecia silencioso. O silêncio mais alto que Eddie já ouvira.


gente, eu voltei!! eu tinha sumido daqui porque eu perdi a senha do meu perfil e não estava conseguindo recuperar (sim, eu sou burra a esse nível)

enfim, prometo ser mais ativa aqui.

xoxo, vick.

school journal ━━━ reddie. Onde histórias criam vida. Descubra agora