(14.0) scream to the world

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Richie foi para casa logo após a briga com Eddie, deixando-o sozinho e triste. Ele encontrou Bev alguns minutos depois, junto de Mary, e ela reparou instantaneamente a tristeza no rosto de Eddie.

— O que aconteceu, Eds? — disse ela, abraçando o amigo.

— O Richie... eu e ele brigamos... me desculpa — as palavras saíam em meio a lágrimas.

— Não precisa se desculpar, é normal brigar com um amigo. Vamos para casa.

Eles tiveram que voltar andando, já que sua carona agora o odiava. Eles estavam de mãos dadas, enquanto Eddie pensava em tudo que havia acontecido: na dança, no beijo e na fatídica briga, motivada por uma piadinha infame sobre Beverly.

Eddie admitia que devia ter sido mais sincero com o amigo (Richie era o que agora? Amigo? Ex amigo? Ex ficante? Não importava), mas Richie havia exagerado. Ele não precisava agir como se ele e Bev tivessem se beijado para esfregar na cara do Tozier, ou que eles realmente se gostavam ou algo assim. Era drama dele.

Richie era um dramática do caralho.

Eles foram para a casa de Eddie, e sua mãe já estava dormindo, pois já era mais de duas da manhã. Ele não tinha a intenção de dormir, mas foi vencido pelo sono e, de manhã, acordou com dor de cabeça às oito e doze.

— Bom dia, Bev. — ela estava dormindo em um colchão inflável do lado da cama de Eddie, já que Sonia os mataria se os visse dormindo na mesma cama.

-— Bom dia para quem? — ela respondeu. Seu cabelo curto estava desgrenhado, havia restos de rímel e sombra brilhante por toda a área de suas olheiras, e ela vestia uma camiseta de Eddie que ficava larga em si.

— É verdade.

E o dia todo não foi bom: eles passaram a manhã na casa de Eddie e depois foram para a pista de skate, já que não havia literalmente mais nada para fazer sem Richie.

Ele precisava de Richie Tozier, e odiava a si mesmo por precisar, e se odiava mais ainda por admitir que o amava. Mas, ao mesmo tempo, ele queria gritar para o mundo que precisava de Richie. Ele queria gritar para o mundo que amava Richie, mesmo se ele não fosse amado de volta.

Ele amava Richie. Mais do que tudo. Mais que a si. E ele só conseguia perceber isso depois que Richie não estava lá, depois de tudo já ter acabado, de a cortina já ter caído.

Ou talvez não. Talvez ainda houvesse uma chance de consertar tudo.

Talvez.




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