Five

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 Enquanto nadava até a parte mais profunda do oceano, Jimin sentia seu corpo de tremer. Estava assustado, afinal! Conhecia bem o seu pai para saber que dificilmente ele lhe deixaria sair daquela situação impune, e muito menos lhe ouviria com facilidade. E, embora o tritão antes estivesse confiante em provar que esteve certo o tempo todo sobre o amor, agora que voltava para o lar sentia uma maré de insegurança vindo em sua direção.

Avistou o belo portão de ouro da entrada do seu reino. Agora não tinha mais volta. Precisava entrar ali e enfim fazer o que há trinta dias prometeu que faria: provar que o amor existe.

— É o príncipe? — questionou um guarda ao vê-lo se aproximar, fazendo com que todos os outros ao seu redor arregalassem os olhos.

— É ele mesmo! Avisem o rei!

Jimin então parou em frente aos portões e se limitou a dizer um "abra" no tom mais firme que conseguia naquela situação, tendo a sorte de ser obedecido justamente por conta de seu título. No entanto, a voz de seu pai já ecoava em sua cabeça, com o homem praguejando em todos os idiomas possíveis. Ainda assim foi ao seu encontro, parando em frente ao palácio e lugar que costumava chamar de lar.

— Jimin! — o mais velho berrou assim que lhe avistou ali. — Como ousa desobedecer a seu pai e me envergonhar diante a todo o reino?!

Jimin se encolheu com o grito, tendo a certeza de que até o reino do oceano Atlântico havia o ouvido. Em seguida, levantou a cabeça com certo receio de encarar o próprio pai, mas não se surpreendendo ao vê-lo com a expressão mais irritada e assustadora que ao longo de toda sua existência não havia visto até então. Porém, logo sua atenção foi roubada ao notar que o pai de Sunny e a própria estavam parados ao lado direito dele, o olhando com reprovação. Já do lado esquerdo, rostos com expressões tão aflitas quanto as suas lhe encaravam. Taehyung e Jungkook.

Sem hesitar, nadou até os amigos, os abraçando com força e sendo correspondido de imediato.

— Nós tivemos que contar, Jimin. Desculpa. — pediu Jungkook, com a voz trêmula.

— Sentimos sua falta. — completou Taehyung, se afastando para segurar seu rosto. — E você está bem? Os humanos não fizeram nada contra você, não é?

— Estou. — garantiu, segurando as mãos dos amigos. — E eu morri de saudade de vocês.

Os impedindo de continuar a conversa, o som do tridente do homem batendo em seu altar fez com que todos ali se assustassem. Jimin então soltou a mão dos amigos e caminhou até o rei, tentando ao máximo manter a calma.

— Pai, deixe-me explicar...

— Explicar o que, Jimin? Que você abandonou seus súditos quando eles mais esperavam? Que deixou Sunny sozinha em um altar? Que foi estúpido o suficiente para negar sua própria raça e se misturar com os humanos? Isso já ficou bem claro para todos nós!

— Não é nada disso. — se apressou em dizer. — Eu não abandonei ninguém. Desde o início eu deixei claro que não queria ser rei e muito menos me casar com Sunny. — fitou a sereia, que não escondeu sua mágoa ao ouvir suas palavras. — Me perdoe, Sunny. Você é incrível, mas eu não quero me casar com alguém porque fui ordenado. Não é isso o que casamento significa para mim. — voltou a encarar o próprio pai. — E, pai, eu não reneguei minha própria raça. Longe disso! Eu só quis entender melhor como o mundo dos humanos funcionava, e como o mundo deles os fazia acreditar no amor.

— Amor... — quem falou daquela vez foi o pai de Sunny. — Realmente, o reino não mentiu quando disse que o filho do rei estava completamente alucinado pela vida na superfície. Está até falando com um humano estúpido.

Looking for Love | JIHOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora