7. Preta, você acordou...

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Ellis narrando...

Já era cedo e a minha médica falou que viria para ver meu estado e me dar alta se possível!

Assim que ela entrou o Dior segurou minha mão, como se dissesse que estava ali comigo.

Ele está tão mudado! O Dior de há semanas atrás nem sequer estaria aqui.

Dr. Cynthia: Ellis, sua situação está controlada, não houve nenhuma complicação. A única recomendação que eu vou deixar é repouso total durante duas semanas, tá? Depois disso, você volta e fazemos o primeiro ultra, tudo bem? - balancei a cabeça e minha alta foi assinada.

Depois de mais ou menos duas horas eu já estava em casa e só queria descansar.

Dormi por longas duas horas e meia, e ao despertar, ouvi a porta da sala fechando. Pelo estrondo só podia ser o Dior.

Tomei um banho rápido, me vesti e ao sair ele estava deitado na cama.

Dior: Eai nega, tudo legal?

Eu: Tudo sim e você?

Dior: Eu estou cansadão linda - ele aproximou-se de mim e deu um beijo na minha barriga me fazendo sorrir.

Eu: Quando é que você vai parar de se expor desse jeito á tanto perigo? - me sentei no seu colo com uma perna de cada lado e passei os braços pelo seu pescoço fazendo carinho.

Dior: Ai princesa, como eu queria. Infelizmente, é meu trabalho, meu sustento. Mas eu prometo que não vou deixar faltar nada para esse serzinho aqui, tá? - acariciou minha barriga e eu balancei a cabeça.

Dei um beijo nele e desci para organizar a mesa. Já tinha comida pronta e alguém bateu na porta.

Abri a mesma e fiquei incrédula com o ser que tanto incomodava á essa hora da noite.

Evelyn: Cadê o meu marido sua desgraçada?

Eu: Seu marido? Desculpa, falhou a casa - eu ia fechar a porta mas ela chutou com toda força que tinha, atingindo minha barriga. Senti uma dor sem igual e minhas forças foram á baixo.

Ela riu alto e entrou na casa.

Evelyn: Dior? Amor? Cadê você? - ela gritava andando por toda casa e finalmente o Dior desceu - Ah meu amor, eu sempre soube que você não resistia á mim, tive tantas saudades.

Eu me contorcia no chão ainda perto da porta e fui sua primeira atenção.

Dior: Evelyn, o que você fez com ela? - ele aproximou-se de mim e eu o abracei sentindo cada vez mais dor no local onde a porta bateu.

Evelyn: Eu? Não fiz nadinha, essa anta é que se intrometeu num assunto que nada lhe dizia respeito e eu estive no sítio certo á hora certa - disse com um sorriso enorme no rosto e o Dior levantou-se já alterado.

Dior: Sai já da minha casa e mantém distância desse morro. Se alguma coisa acontecer com o meu filho, eu te procuro e não terei dó de acabar com a sua raça.

Evelyn: Você acha que... - ouviu-se um estalo e ela gritou de dor - eu vou fazer queixa de você... - o Dior riu e aproximou-se da cara dela.

Dior: Evelyn, eu já roubei de bandido, já fugi da polícia nacional e internacional, já houveram várias denúncias contra mim e não será a sua que vai me assustar ou fazer diferença. SAÍ DA MINHA CASA IMEDIATAMENTE! - ela saiu toda encolhida e o Dior veio me socorrer.

Ele me abraçou novamente e me colocou no seu colo.

A dor já se tornava insuportável e as lágrimas não paravam de descer.

Ainda comigo no colo, o Dior pegou a chave do carro e foi comigo até o mesmo. Ao me sentar, senti que estava molhada e ao olhar no meio das minhas pernas, minhas esperanças de ter um bebê, foram á baixo.

Eu: Dior... Eu estou sangrando... - ele me olhou em choque e correu pra o seu lugar. Pegou minha mão e pediu que eu apertasse caso á dor aumentasse.

Eu já não sentia as minhas pernas e aos poucos fui perdendo os sentidos. A última coisa que me recordo é do Dior gritando meu nome...

[...]

Assim que abri os olhos, a primeira visão que tive foi a da poltrona de visitas, uma parede branca com detalhes pretos e só depois ouvi a voz do Dior, fazendo com que todas as memórias da noite passada fossem relembradas.

Dior: Preta, você acordou... - seu semblante triste me preocupou e ao tentar me levantar, senti a mesma dor que ontem e gritei em resposta ao desconforto.

Eu: O bebê, ele ainda está vivo? - o homem enfrente de mim apenas baixou o rosto e ficou em silêncio - me responde Dior, por favor... - supliquei mesmo sabendo que a notícia não seria tão boa.

Ainda assim, ele continuou sem dizer nenhuma palavra e não olhava na minha cara.

Dior: Ellis, ele está vivo sim, mas com poucas chances de sobreviver. - deitei meu rosto no travesseiro e acariciei minha barriga. Eu sentia tanta presença do meu bebê aqui comigo, fantasiei seu cheirinho, seu rosto lindo me encarando com um sorriso sem dentes!

Quando dei por mim, eu já chorava em desespero e o Dior apenas acariciava meu cabelo.

Coloquei sua mão sob a minha e o encarei.

Eu: Você sente o nosso bebê do jeito que eu sinto? - ele apenas balançou a cabeça e me deu um selinho.

Nunca pensei que estaria tão triste por não ter a oportunidade de ser mãe. Eu nunca quis esse bebê e agora que eu tenho chances de perder, é o que eu menos quero.

Não me alimentei direito, e preferi dormir, assim as coisas passavam mais rápido, quem sabe?

•| Gravidez no morroOnde histórias criam vida. Descubra agora